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PORQUE LER

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Por:   •  1/6/2014  •  11.693 Palavras (47 Páginas)  •  263 Visualizações

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PORQUE LER?

Esta é uma pergunta que você já deve ter feito a você mesmo e, provavelmente, ter ouvido de outras pessoas. A palavra leitura recobre um fenômeno complexo e abrangente. Primeiro, porque em uma sociedade letrada como a nossa (grafocêntrica), saber, ter o hábito de e gostar de ler são mais do que meras opções; constituem um imperativo para a sobrevivência, a ascensão social e a existência como cidadão, haja vista as dificuldades por que passa um analfabeto.. Em segundo lugar, ler implica, no mínimo, duas vertentes: a leitura de palavras e a leitura de mundo. Isto significa que nós somos seres de linguagem e o universo em que vivemos é um grande texto à nossa disposição.

Podemos ler as nuvens pesadas no céu e corrermos para pegar um guarda-chuva; podemos ler a frente de um ônibus para sabermos se estamos pegando a condução correta; podemos ler as intenções políticas de nossos governantes pelo comportamento que demonstram; podemos nos interrogar "que tipo de leitura posso fazer dos nossos valores atualmente?". Podemos ler imagens, som, cores; uma pintura, uma escultura.

E também podemos ler palavras. E ler palavras é ir além da decodificação de palavra por palavra. É ir atrás do sentido, buscar as relações que as palavras estabelecem entre si na construção do texto, perceber as idéias centrais do texto, confrontar as idéias expressas no texto com as nossas, com a nossa experiência, com os outros textos que já lemos. Um texto é maior que a soma de palavras que o formam; é uma unidade significativa. Tudo que lemos nos integra, passa a interagir conosco assim como interagimos com os outros, textos, com pessoas e com o mundo. Se lemos um texto e compreendemos suas relações de sentido, esse texto nos agrada, incomoda-nos, instiga-nos. O texto provoca reações e, por provocá-las, podemos dizer que realmente fizemos a leitura do texto, tomamos posse do seu conteúdo e aprendemos.

Lemos por vários motivos. Para obtermos uma informação, vamos a uma notícia de jornal, a um classificado, a um guia de cidades, a uma lista telefônica; para buscar orientação para fazermos uma atividade, procuramos uma manual de instruções, uma receita. Há texto que lemos por prazer, para deixar correr a imaginação, com tramas e personagens; às vezes, até nos tornamos amigos das personagens e sentimos quase que tristeza, quando está perto de terminarmos de ler o livro! Temos os livros teóricos a que vamos para nos atualizarmos, conhecermos as teorias que explicam determinados fenômenos, para aprendermos. Encontramos, ainda, os poemas que mexem com nossa sensibilidade, carregados que são de amor, de alegria, de ternura, de tristeza. O universo da leitura é vasto, abrangente e rico. Não há espaço humano que não seja carregado de linguagem. Vamos conhecer alguns de seus caminhos.

FORMAS DE COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL

Como já comentamos, ler não é apenas ler palavras; é ler mundo também. Temos percepção de mundo por meio de nossos sentidos, sabemos reconhecer cheiros, barulhos, sinais. Entramos em casa e "sabemos" que a comida está pronta – que cheirinho delicioso! No trânsito, é impossível não reconhecer o som de uma batida ou a impaciência de uma buzina. Os sinais na estrada, nas ruas nos indicam se devemos virar à esquerda, podemos ultrapassar o carro à nossa frente, se devemos parar ou ir adiante, quando nos defrontamos com semáforos. Há signos (formas de representação) com os quais estamos acostumados, pois os vemos (e os lemos) todos os dias. Agora, você vai trabalhar com estes signos de modo mais aplicado.

Formas (signos) não verbais de comunicação: (destacar)

Estas formas são corriqueiras no nosso dia a dia, tão comuns que às vezes nem percebemos que estamos efetivamente "lendo" o mundo em que vivemos, mesmo sem letras, sem palavras. São sinais, imagens, formas de comunicação que nos auxiliam a viver, a chegar ao nosso trabalho, à nossa casa, a quaisquer lugares a que queiramos ir.

Formas verbais de comunicação:

Além das formas não verbais (imagens, fotografias, sons, gestos, movimentos etc),as palavras fazem parte das mais diferentes situações que vivemos. Com elas informamos o que pensamos, contamos fatos, externamos nossos sentimentos, brincamos, criamos arte, aprendemos... Com as palavras agimos e interagimos com o mundo.

Nós todos vivemos um universo de linguagem e de representações. Ainda que não mais importante, a linguagem verbal, constituída, portanto, de palavras, ocupa um lugar privilegiado na comunicação cotidiana. É por meio de palavras que operamos nosso dia a dia. Jornais, revistas, televisão alcançam seus receptores.. Disso decorre a designação de um texto: se estruturado por palavras, chamamos de texto verbal; se estruturado por imagens, desenhos, etc. chamamos de não verbal; e, se estruturado por imagens e palavras chamamos de texto icônico-verbal.

Observe as fotos:

A pintura de todo o rosto e sinais no corpo dessas pessoas é preparativa para a guerra ou para festas. Tanto a guerra quando as festas têm o mesmo sentido para eles. (Catrimani)

Se você não souber o significado da pintura para os índios, você, com certeza, não entenderá a mensagem. Trata-se de hábitos e de costumes que representam, em forma de linguagem, um contexto da cultura indígena. Isto nos leva a seguinte questão: se não conhecermos os códigos, as linguagens, não conseguimos compreender o mundo que nos cerca. Da mesma forma, é o nosso trato com as palavras. Se não as conhecemos, se não conhecermos os códigos, os modos de dizer, não nos inserimos no mundo das palavras. É preciso, portanto, aprender a ler e a escrever para vivermos em uma sociedade letrada como a nossa. Ler e escrever não são dons, talentos. É preciso conhecimento, prática, técnicas.

Nas situações de comunicação, as palavras não são empregadas soltas ou combinadas aleatoriamente. Elas se unem, construindo textos. Estes, por sua vez, organizam-se de modo diferente uns dos outros, dependendo de quem os produz, do interlocutor, do assunto e da intenção com que são produzidos, dentro de um determinado contexto.

Assim, se desejamos, por exemplo, contar um fato vivido na infância, usamos um relato; se queremos contar uma história de ficção, como uma fábula, construímos um texto narrativo; se temos em vista transmitir um conhecimento científico, optamos por um texto expositivo; se queremos expressar

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