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PRODUÇÃO E CUSTOS

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Por:   •  3/6/2014  •  3.065 Palavras (13 Páginas)  •  189 Visualizações

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2.9 Produção e custos

2.9.2 Empresa, produção e lucro

Alguns conceitos fundamentais são necessários para que se possa iniciar o estudo da teoria da empresa. O primeiro deles é o conceito de empresa. A empresa é um dos agentes do sistema econômico (os outros são as famílias e o governo) responsável pela produção dos diversos bens e serviços destinados a satisfazer as necessidades humanas. Para que as empresas possam produzir, é necessário o emprego dos fatores de produção, ou seja, trabalho, capital e terra ou recursos naturais.

Outro conceito importante é o de produção. A produção é o processo em que a empresa transforma os fatores produtivos em produtos e que se destinam ao mercado consumidor, para satisfazer as necessidades finais dos indivíduos, ou simplesmente como matéria-prima ou insumo que servirá como fator de produção para uma outra empresa. Cabe destacar que o conceito de produção envolve não somente os bens físicos e materiais, mas também o conjunto de serviços, como comunicações, energia, atividades financeiras, comércio, entre outros.

O lucro é a remuneração de um capital investido por uma empresa na produção e é obtido pela diferença entre a receita total e a despesa total da empresa num período determinado. Assim, o lucro é o objetivo básico de qualquer empresa que está produzindo um bem ou serviço no mercado. O lucro bruto é obtido subtraindo da receita total os diversos custos de produção, como os gastos com matéria-prima, os salários, os impostos, entre outros. No cálculo do lucro líquido deve-se descontar do lucro bruto os gastos com depreciações do capital fixo e as despesas financeiras, como juros de empréstimos.

2.9.3 O curto e o longo prazo na ótica da produção

No processo de produção são empregados diversos tipos de fatores. Se se quisesse expandir rapidamente o nível de produção, deveria se aumentar a utilização dos fatores de produção. Acontece que apenas alguns desses fatores de produção podem ser incrementados no curto prazo, como, por exemplo, o trabalho. Outros fatores, como alguns tipos de máquinas, equipamentos, construções só poderiam ser mudados num período de tempo maior, o longo prazo.

Assim o curto prazo representa o período de tempo em que se pode apenas alterar a produção a partir do ajuste dos custos variáveis. Já o longo prazo envolve o período em que se pode alterar não só os custos variáveis, mas também os custos fixos da empresa. Portanto, no longo prazo, todos os custos de produção da empresa passam a ser variáveis, na medida em que ela pode alterar e combinar da melhor forma possível o conjunto dos fatores de produção.

2.9.4 A lei dos rendimentos marginais

Para se produzir é necessária a aquisição dos fatores de produção. As diversas possibilidades de combinação dos fatores de produção permitem a obtenção de um produto total, que varia conforme forem combinados esses fatores. Inicialmente, cabe definir os conceitos de produto total, médio e marginal de cada um dos fatores produtivos. O produto total de um insumo expressa a produção que se pode obter empregando uma determinada quantidade desse insumo e mantendo a quantidade dos demais constantes.

O produto médio de um fator é o nível de produto que a empresa obtém por uma unidade do fator de produção empregado. É resultado da divisão do produto total pela quantidade do fator de produção. Já o produto marginal de um insumo é o acréscimo do produto total que se pode obter com o aumento de uma unidade do insumo, mantendo-se constante a utilização dos demais fatores. A tabela abaixo exemplifica a questão.

Tabela 1: Produto total, médio e marginal.

A partir da tabela 1 pode-se compreender o significado da lei dos rendimentos marginais. Essa lei mostra o comportamento da produção total de uma empresa quando se altera a quantidade utilizada de um dos fatores de produção, mantendo-se os demais constantes.

A tabela mostra que, à medida que a empresa for ampliando a utilização do fator variável, a produção total estará aumentando numa taxa crescente. Na faixa de produção, que vai até a unidade 50 do fator variável, a empresa estará obtendo rendimentos marginais crescentes. A partir desse ponto a empresa passa a incorrer em rendimentos marginais decrescentes, ou seja, a produção estará crescendo a uma taxa decrescente. Isso significa que, à medida que a empresa amplia o fator variável, a produção cresce, porém, numa proporção menor do que a do fator produtivo. No ponto em que a empresa utiliza 90 unidades do fator variável a produtividade marginal é nula. A partir daí para cada unidade adicional do fator variável, mantendo constante o fator fixo, a empresa passa a ter rendimento marginal negativo.

Pode-se ilustrar essas questões com o seguinte exemplo: imagine que uma empresa agrícola produtora de feijão utiliza dois fatores de produção: capital (terra, máquinas) e trabalho. Supondo que o capital seja o fator fixo (área de terra e número de máquinas) e o trabalho o fator variável, de maneira que é possível se produzir com várias combinações diferentes de capital e de trabalho. Sendo assim, para se ampliar a produção deve-se aumentar o número de trabalhadores, de maneira que no início, com o aumento do fator variável, a produção total estará crescendo proporcionalmente mais do que a quantidade de trabalhadores, garantindo, assim um aumento da produtividade da empresa. A partir de um certo ponto, com a incorporação de novos trabalhadores, a produtividade para cada unidade do fator variável começa a diminuir, já que a produção total cresce proporcionalmente menos do que o número de trabalhadores.

Como foi visto, no curto prazo as empresas só podem ampliar a produção aumentando a utilização dos fatores variáveis. Mas se a expansão do mercado for consistente, então a empresa pode expandir sua produção por meio da aquisição de mais máquinas, equipamentos, novas construções etc. Ou seja, a empresa estará alterando a sua estrutura produtiva através dos fatores que eram fixos no curto prazo, mas que passam a ser variáveis no longo prazo. Então, a diferença entre curto e longo prazos na produção se dá pela existência ou não de fatores fixos.

Tabela 2: Rendimentos marginais no longo prazo.

No longo prazo os rendimentos marginais, ou economias de escala, não se diferenciam do conceito utilizado para o curto prazo. A diferença é que no curto prazo um fator era fixo e o outro variável. Agora,

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