PROPOSTA DE FLUXO DE CAIXA PARA GESTÃO FINANCEIRA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: MÉTODO DIRETO

RESUMO

Propõe um modelo de Fluxo de Caixa construído pelo método direto para utilização nas micro e pequenas empresas, que oferece ao empreendedor condições de administrar de forma racional as entradas e saídas de recursos de sua organização. Indicam-se os pontos mais relevantes sobre a importância do uso do Fluxo de Caixa como instrumento de gestão nas organizações, discutindo inclusive aspectos da gestão financeira e de seu planejamento. Demonstram-se os principais conceitos que envolvem a gestão da micro e pequena empresa no cenário brasileiro, bem como as dificuldades relacionadas a este contexto, destacando como pontos principais desta problemática a confusão patrimonial provocada pela interferência do ambiente familiar em sua administração e a ausência de uma gestão profissional.

INTRODUÇÃO

Segundo dados apresentados pelo Governo Federal, em 2010, 58% das micro e pequenas empresas encerraram suas atividades antes de completar 5 anos. Um dos fatores que ocasionam esta alta mortalidade é a falha ou ausência de gestão, principalmente na área financeira do negócio. Estas falhas fazem com que o empresário tome decisões equivocadas, que afetam sua liquidez e podem levar sua empresa à falência.

O Fluxo de Caixa é um instrumento fundamental para a gestão financeira, pois oferece ao gestor uma visão clara da dinâmica entre as entradas e saídas de recursos da empresa, e, desta forma evita decisões errôneas. Este estudo, portanto, é desenvolvido com foco nas micro e pequenas empresas, buscando entender a problemática que envolve sua gestão financeira, para propor um modelo de Fluxo de Caixa que de maneira simples, objetiva e racional auxilie o empresário na administração de suas finanças.

O tema deste estudo está ligado diretamente às finanças empresariais, que é uma das áreas do curso de pós-graduação, e tem como objetivo principal oferecer um instrumento que seja útil para a comunidade empresarial, contribuindo na redução desta alta mortalidade dos empreendimentos de pequeno porte.

CONTEÚDO

O desenvolvimento deste estudo estrutura-se em três capítulos.

O primeiro deles expõe aspectos da gestão empresarial nas micro e pequenas, e apresenta os principais conceitos relacionados a elas. Identifica-se que o objetivo principal das empresas, exceto instituições filantrópicas, é a maximização do lucro. No entanto, no cenário das micro e pequenas empresas, na ânsia de obterem o sucesso desejado, os empresários negligenciam os aspectos administrativos do negócio, enfatizando apenas as questões técnicas do empreendimento. Dentre os aspectos administrativos ignorados por eles é a gestão financeira. Alguns fatos que fundamentam este argumento são de os recursos da pessoa física e jurídica se confundirem, a não realização de um planejamento financeiro e o lucro ser distribuído sem uma análise global. A soma destes fatores provocam desequilíbrios financeiros irreversíveis. Se os empreendedores tivessem melhor preparo, certamente esta realidade seria amenizada. Conceitos básicos, porém fundamentais para manter a saúde financeira da empresa, são desconhecidos. Os prazos médios de pagamento, recebimento e estoque, podem ser classificados como um destes conceitos fundamentais.

No segundo capítulo, são abordados os conceitos que envolvem o Fluxo de Caixa, como um instrumento de gestão para micro e pequenas empresas. O Fluxo de Caixa de fato fornece subsídios para a tomada de decisão e auxilia o empresário na gestão diária de suas finanças, uma vez que demonstra todas as entradas e saídas operacionais de recursos da empresa, bem como as decisões de investimento e financiamento. Pesquisando sobre este instrumento, identificam-se dois principais métodos de elaboração: o direto e o indireto, sendo o mais indicado para as micro e pequenas empresas é o método direto. Ainda dissertando sobre a forma de elaboração e interpretação do Fluxo de Caixa, é relevante demonstrar a diferença entre os regimes de caixa e competência, conforme quadro a seguir:

Quadro 1 – Regime de competência versus regime de caixa.

Fonte: Adaptado de Silva (2012)

Para a gestão do Fluxo de Caixa, deve-se considerar o regime de caixa, pois considera o momento em que será efetivado o recebimento ou pagamento e não o fato contábil que registra o momento da emissão da Nota Fiscal.

Em seguida, a partir dos conceitos abordados nos capítulos anteriores, é apresentada uma proposta Fluxo de Caixa

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