Para Entender As Causas Da "crise Dos Anos De Ouro"
Artigos Científicos: Para Entender As Causas Da "crise Dos Anos De Ouro". Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: yurisabry • 27/5/2014 • 783 Palavras (4 Páginas) • 4.594 Visualizações
Capitulo 4
Crise, reação burguesa e barbárie: a politica social no neoliberalismo.
Capitulo 4
Crise, reação burguesa e barbárie: a politica social no neoliberalismo.
1. Para entender as causas da “crise dos anos de ouro”
As pressões para uma reconfiguração do papel do Estado capitalista nos anos 1980 e 1990, e seus impactos para a politica social, estão articuladas a uma reação burguesa à crise do capital que se inicia nos anos 1970.
A crise segundo Mandel (O capitalismo Tardio) 1982.
Mandel parte do principio dialético fundamental da critica marxiana da economia politica de que não existe produção sem perturbações, ou melhor, não se configuram tendências de equilíbrio no capitalismo. A perseguição dos superlucros é sempre a busca pelo diferencial de produtividade do trabalho e , como consequência, a fuga a qualquer nivelamento da taxa de lucros. Assim, é inerente ao mundo do capital seu desenvolvimento desigual e combinado, ou seja, um vinculo estrutural entre desenvolvimento e subsenvolvimento.
Segundo Mandel, a recessão de 1974-1975 jogou por terra as crenças de que as crises do capital estariam sempre sob controle por meio do intervencionismo keynesiano.
O que ocorreu em 1974-1975, na verdade, foi uma crise clássica de superprodução.
O capitalismo administrou a crise dos anos 1970, que marcou o ponto de inflexão (diga-se a entrada em um período de estagnação), por meio de limitadas estratégias de reanimação monetária ainda de estilo keynesiano, apesar dos discursos em contrario. Assim, mais uma vez, o Estado atuou como uma almofada amortecedora anticrise.
A analise mandeliana não vislumbrava uma recuperação do capital, seja a partir da constituição de uma nova hegemonia japonesa ou alemã, considerando o peso dos Estados Unidos e apesar do aumento da concorrência no mercado mundial com perdas iniciais para o “império americano”, seja com as politicas neoliberais, em cujo receituário não reconhecia consistência suficientes para conduzir a crise.
A crise segundo David Harvey.
Para ele, sob a superfície tênue e evanescente da atual economia politica, operam três condições necessárias do mundo do capital, apreendidas por Marx:
1. O capitalismo orienta-se para o crescimento, condição para acumulação, independente de consequências sociais, politicas, ecológicas e outras;
2. Esse crescimento em valores reais tem apoio na exploração do trabalho vivo, que tem a capacidade de criar valor, ou seja, o crescimento funda-se na relação capital/trabalho, que é uma relação de classe, de controlo e dominação;
3. O capitalismo é organizacional e tecnicamente dinâmico, já que a concorrência impele para as inovações em busca de maximização dos lucros, o que repercute nas relações capital/trabalho.
Para Harvey, a crise que se inicia em 1973, tal como em 1930, é de superacumulação, um processo ineliminavel sob o capitalismo. Esse autor identifica, diante disso, “um lado heroico da vida politica burguesa”, que passa pelas estratégias de fazer frente à superacumulação e assegurar a continuidade do sistema, a qualquer custo: A desvalorização controlada de mercadorias, capacidade produtiva
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