Patologias Na Construção Civil

Introdução

O ramo da Engenharia que trata doenças das construções, com o estudo das causas e dos danos, bem como o tratamento necessário, é denominado patologia das construções. O termo patologia no contexto da construção civil está alinhado com a definição encontrada na Medicina, na qual se estudam as origens, os sintomas e a natureza das doenças. Inspecionar, avaliar e diagnosticar as patologias da construção são tarefas que devem ser realizadas sistematicamente e periodicamente, de modo que os resultados e as ações de manutenção devem cumprir efetivamente a reabilitação da construção, sempre que necessária. Os custos de prevenção não são tão expressivos em relação aos custos de intervenção. De qualquer forma, o que realmente se busca é assegurar um comportamento satisfatório de uma edificação durante um período de vida útil planejado. Sempre que surgir danos na edificação, é necessário que sejam feitos reparos para evitar que o fenômeno alastre-se progressivamente, solicitando um reparo constante, por isso mesmo, é necessária a identificação das causas e da extensão do dano para procurar solucioná-lo o mais rápido possível.

Conhecer o agente causador ou o mecanismo de formação da patologia é fundamental para orientar decisões de recuperação do componente afetado. Os seguintes fenômenos são causas imediatas que originam os problemas patológicos: Deslocamentos de fundações, movimentação do terreno natural, efeitos de condições climáticas, alterações químicas dos materiais, retração e expansão dos materiais, defeitos de projeto, defeitos de execução, uso indevido da edificação, falta de manutenção, e degradação dos materiais e seus componentes em função do seu envelhecimento natural.

Os sintomas mais comuns que se apresentam nas construções são: Fissuração, desagregações, deslocamentos, falhas de concretagem, deformabilidade excessiva, manchas de umidade, bolor e/ou outros microorganismos, eflorescências, mau funcionamento de esquadrias, vibração excessiva, problemas de ventilação e mudanças de coloração.

Exemplos de patologias, suas causas, como preveni-las e repará-las

Manchas de umidade por respingos, bolor em paredes, e infiltrações

Causas: Ausência de detalhes construtivos como calhas pluviais e/ou revestimento impermeável junto à base das paredes; beirais de pequena extensão sobre o plano da fachada; término da vida útil do revestimento interno e umidade ascensional pelo piso.

Como prevenir: A umidade que pode se transformar em problema, pode ser utilizada como solução, impermeabilizando a obra desde a fundação e drenando a água que poderá ser utilizada nas descargas de vasos sanitários, lavagem de veículos entre outros.

Laje sem impermeabilizar não é cobertura e, sim, piso que não tem o atributo de reter líquidos. Esses substratos têm que ser impermeabilizados, bem como as jardineiras suspensas, caixas d’água de concreto ou alvenaria, piscinas, varandas sem fechamento e todo substrato onde a água ou outros líquidos têm contato direto. Observando esses detalhes, a obra será sadia.

Como reparar: Fazer limpeza do local, melhorar a impermeabilização da área, reforçar a ventilação e instalar aparelhos de desumidificação. No caso de fachadas, tentar diminuir a quantidade de água que escorre por ela, e na área não exposta ao sol, deve-se renovar o revestimento e pintura e aplicar produto biocida com devida manutenção. Caso existam sais solúveis presentes na alvenaria, deve-se fazer a lavagem com solução de hipoclorito de sódio e aplicação de fungicida Cal não carbonatada.

Trincas e fissuras

Causas: Acomodação da obra no terreno (Há um esforço por parte da fundação do prédio, que acaba sendo um pouco transferido para a alvenaria, gerando assim as fissuras). Infiltrações: (impermeabilizações não duram para sempre. Quando não há uma renovação do material, a água pode se infiltrar seja pela ação da chuva ou de um vazamento, causando problemas estruturais ou estufando as paredes). Calor (faz com que haja uma dilatação dos materiais. Quando a temperatura volta ao normal, o local pode apresentar algumas trincas. Também pode acontecer em paredes por onde passem tubos que esquentem, como de água quente ou outros). Água ácida (em cidades com alto nível de poluição, a chuva pode se infiltrar em uma laje sem impermeabilização e degradar as estruturas protegidas pelo concreto). Escolha incorreta ou má qualidade de materiais (se o material usado não é de boa qualidade, ou se não foi utilizado corretamente, o resultado final refletirá isso). Sons, vibrações ou ventos muito fortes (a edificação pode não estar preparada para recebê-los. Nesses casos, uma trinca pode aparecer).

Como prevenir: O aconselhável, para evitar que as fissuras se expandam demasiadamente e atinjam a parte estrutural da edificação, é que a cada dois anos seja feita uma inspeção completa, com um perito no assunto, para construções de até 15 anos. Após esse período, a inspeção pode ser anual, para haver um acompanhamento mais próximo das estruturas.

Como reparar: Melhorar a estabilidade da peça, calafetar com material específico (trincas e fissuras ativas não devem receber injeção de epóxi, deve-se calafetar com selantes). Instalar juntas de dilatação ou telas especiais, caso necessário. Se a causa for o calor, o ideal é que após a concretagem e sua cura correta, seja feita uma impermeabilização, seguida de tratamento térmico.

Deslocamento das telhas

Causas: O deslocamento das telhas está geralmente associado a fenômenos atmosféricos fora do comum como ventos muito fortes ou qualquer ação que leve à movimentação dos elementos cerâmicos.

Como prevenir: Para prevenir este fenômeno estão disponíveis no mercado, fixações mecânicas que funcionam como um reforço da estabilidade da telha. Recomenda-se a aplicação destes elementos em regiões sujeitas à ventos fortes.

Como reparar: Deve-se recolocar as telhas em seus devidos lugares, e instalas fixações mecânicas para reforçar a estabilidade da telha, de modo que este fenômeno não volte a acontecer.

Cupim em madeiras

Causas: Uso de madeira de baixa qualidade ou com tratamento inadequado.

Como