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Por:   •  20/5/2014  •  921 Palavras (4 Páginas)  •  198 Visualizações

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O CONCEITO DE INFÂNCIA

Historicamente como a criança foi pensada dentro da cultura ocidental desde a Antiguidade até hoje

Houve um tempo em que não se tinha a concepção da infância tal como hoje a entendemos, ou seja, como um ser singular, com uma particularidade que a diferencia do adulto.

No período compreendido entre a Idade Média e o século XX a definição da criança se modificou no decorrer do tempo de acordo com parâmetros ideológicos. Pela análise de pinturas, diários, esculturas e vitrais produzidos na Europa no período anterior aos ideais da Revolução Francesa, Ariès [1981] forja a expressão "sentimento da infância" para designar "a consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto". Esse sentimento vai aparecer a partir apenas no século XVII.

Na Idade Média, a criança era vista como um pequeno adulto, sem características que a diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Ariès [1981] comenta, inclusive, que pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas como pequenos adultos, e que somente percebemos se tratar de uma criança devido ao seu tamanho reduzido. Nas sociedades agrárias, a infância era um período rapidamente superado e, tão logo a criança adquiria alguma independência, passava a participar da vida dos adultos e de seus trabalhos, jogos e festas.A criança relacionava-se muito mais com a comunidade do que com os próprios pais. A aprendizagem e a socialização não eram realizadas pela família ou pela escola, mas por toda a comunidade.

No que se refere à expressão da sexualidade, até o século XVI os adultos divertiam-se com brincadeiras ou faziam alusões a assuntos sexuais na presença das crianças. Isso era visto como algo absolutamente natural devido a dois motivos: "Em primeiro lugar, porque acreditavam que a criança impúbere fosse alheia e indiferente à sexualidade e, em segundo, porque ainda não existia o sentimento de que as referências aos assuntos sexuais pudessem macular a inocência infantil".

Pode-se perceber que o sentimento da infância não existia para o homem medieval, predominava o que Ariès [1981] denominava "paparicação", ou seja, um tratamento superficial que dedicavam à criança enquanto ela ainda era um bebê engraçadinho.

A partir da Renascença, ocorre a privatização do espaço doméstico, uma diferenciação ente o espaço público e o privado, e a família se estabelece como um grupo coeso. A criança - concebida em sua particularidade - passa a ser vista como o centro do grupo familiar, e a infância considerada um período de preparação para o futuro. Segundo Ariès [1981], o apego à infância e à sua singularidade não se exprimia mais pela distração e pela brincadeira, mas pelo interesse psicológico e preocupação moral.

A partir do século XVII, estendendo-se até o século XVIII, predomina a noção de uma inocência infantil que precisava ser preservada e a educação tornou-se uma preocupação constante das famílias, dos homens da lei e dos educadores. No entanto cabe ressaltar que este sentimento moderno em relação a infância estava começando.

Gradativamente, o sentimento negativo sobre a infância, modifica-se a partir do século XVIII, com o surgimento do discurso filosófico iluminista que vai inspirar toda educação até o século XX, tanto na cidade como no campo, e na burguesia como no povo. Jean-Jacques Rousseau é um dos representantes desse momento. Ele irá colocar o sentimento no centro de sua visão

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