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Normalmente, a febre é o resultado a uma resposta imunológica a um dano que libera

na corrente sanguínea citocinas denominadas pirógenos endógenos, principalmente,

interleucinas (Il-1 e Il-6) e fator de necrose tumoral (TNF). Estes pirógenos endógenos

alcançam o centro termorregulador hipotalâmico e desencadeiam a síntese de

prostaglandinas a partir do ácido aracdônico. A PGE2 é a principal responsável pelo

aumento da temperatura corporal.

Há três isoformas da ciclooxigenase, enzima responsáveis pela transformação do ácido aracdônico em prostaglandina: a COX-1 que tem ampla distribuição e desempenha funções de manutenção, a COX-2 que é um produto da resposta inflamatória e imune imediata e a COX-3, recentemente identificada, é uma variante da COX-1, parece estar ligada a febre e ser o primeiro alvo dos antiinflamatórios não-esteroidais no combate a febre.

Muitos pessoas vêem a febre como uma doença com conseqüências devastadoras, o que traz muita preocupação. Muitos estudos descrevem um comportamento denominado “febre fobia”.

Este termo é usado para descrever a ansiedade das pessoas associada ao aumento da temperatura corporal. Nesses casos há adequada vontade em minorar o desconforto e a equivocada concepção de que ao medicar, impediria a

ocorrência de convulsão, dano cerebral e morte.

Além dos motivos de ordem médica para utilização de medicamentos, não se pode

esquecer que muitos outros fatores denominados não-médicos seguramente interferem na escolha e utilização dos medicamentos. Já está provado que diversos fatores culturais têm grande importância na terapêutica. Dentre estes fatores, está a percepção dos sintomas, o desconhecimento sobre o efeito placebo, a legislação que controla a comercialização fármacos, o papel da indústria que estimula o consumo através da propaganda, as

dificuldades na atualização e reciclagem médica que muitas vezes é feita através da própria propaganda comercial e, finalmente, a toxicidade dos medicamentos.

Comparando a prescrição de medicamentos, estes são muito mais prescritos nos

países de origem latina do que na Suécia ou Inglaterra e isso se deve, pelo menos em parte, a falta de informações sobre os riscos dos medicamentos e a liberdade que é dada a indústria farmacêutica para fazer propaganda e comercializar seus produtos.

Embora existam muitos medicamentos com ação antitérmica, poucos

são os fármacos aprovados para tratamento da febre.

PARACETAMOL

Paracetamol ou acetaminofeno é um analgésico e antitérmico, muito utilizado em nosso meio. É o n-acetil-p-aminofenol, metabolito ativo na fenacetina, analgésico bastante conhecido derivado alcatrão. Foi utilizado a primeira vez em 1890, quando foi isolado em

urina de pessoas que haviam usado a fenacetina.

Desde 1950, é o analgésico/antitérmico mais utilizado nos EUA, quando ganhou popularidade.

Pode ser encontrado em mais de 200 preparações, seja como monoterapia, seja combinado a outro medicamento. É encontrado em diversas apresentações como comprimido, líquido e cápsula. Seu uso aumentou muito devido as restrições