Piretróides

Piretróides

Surgimento :

Por volta dos anos 70 foram lançados os inseticidas piretróides sintéticos, menos tóxicos e mais eficazes do que os inseticidas existentes na época (carbamatos e fosforados). Descobertos a partir de estudos que procuravam modificar a estrutura química das piretrinas naturais (substância existente nas flores do Chrysanthemum cinerariaefolium), os piretróides chamaram a atenção por apresentarem maior capacidade letal contra os insetos (em pequenas doses), propriedades físicas e químicas superiores, maior estabilidade à luz e calor e menor volatilidade.

Ambiente:

No ambiente os piretróides são compostos mais seguros do que os carbamatos e fosforados, uma vez que são rapidamente degradados por microrganismos. Raramente provocam intoxicações agudas em aves e mamíferos, sendo para estes hipersensibilizantes e irritantes das mucosas. Entretanto, são extremamente tóxicos para os animais aquáticos. Dentre os mais utilizados, destacam-se a permetrina, a deltametrina, a lambdacialotrina, a cialotrina e a bioaletrina.

podem ser utilizados para exame de ecotoxicologia , pois se administrados em altas doses contaminam o ar, a água e a terra provocando efeitos adversos, que atingem uma bactéria até o homem.

Mecanismo de ação :

Os piretróides agem no sistema nervoso e determinam a morte por paralisia, sendo facilmente absorvidos pela cutícula ou espiráculos dos insetos. Portanto, são mais recomendados para insetos de tegumento mole, como lagartas, cigarrinhas, moscas, etc. Agem por contato e ingestão e atuam primariamente nos canais de sódio das células nervosas do sistema nervoso central e periférico dos insetos. Os canais de sódio se abrem no momento da transmissão de um impulso nervoso e se fecham imediatamente após a despolarização da célula nervosa. Os piretróides posicionam-se em algumas unidades dos sítios de ligação dos canais de sódio, fazendo com que esses canais permaneçam abertos por mais tempo. Assim, potenciais de ação repetitivos são desencadeados e os insetos morrem devido à hiperexcitabilidade provocada por esses inseticidas.

Espécies acometidas:

São comprovadamente tóxicos para artrópodes aquáticos, abelhas e peixes. No entanto não sofrem biomagnificação através da cadeia alimentar.

Devido ao seu caráter lipofílico, os piretróides possuem uma alta taxa de absorção através das brânquias dos peixes, o qual pode-se explicar a alta sensibilidade desses animais ao serem expostos aos piretróides. Segundo especialistas os peixes parecem ser deficientes no sistema enzimático que hidrolida os piretróides. Entretanto, Apesar de serem moléculas pouco polares não se acomulam em tecidos animais.

Em mamíferos causam hipersensibilidade e irritação de mucosas.

Absorção:

são bem absorvidos no trato gastrintestinal. Pela via dérmica ocorre absorção em menor grau que a via oral. A exposição por inalação pode causar irritação de vias aéreas e reações de hipersensibilidade.

A metabolização é rápida em mamíferos, sem acumulação em tecidos. Seus metabólitos são inativos. A eliminação é urinária.

Toxicologia

Os piretros e piretrinas têm elevado potencial alergênico enquanto os piretróides (sintéticos) têm reduzido potencial de hipersensibilidade.

A intoxicação aguda ou superdosagem é pouco freqüente, mas, pode ocorrer devido à elevada concentração nos produtos agrícolas. A intoxicação por ingestão é rara, provavelmente, pela rápida metabolização hepática. A absorção intestinal é pequena assim como a absorção por pele intacta é baixa. São rapidamente excretados pela urina.

Porém a ANVISA vem monitorando através do programa PARA ( um programa de controle de inseticidas agrícolas) os níveis de inseticidas usados em Agrículturas. Entre 2001 e 2004 foram analisados 4 mil amostras de alimentos e houve problema em 28% delas, onde 83% dos desvios se referiam ao uso de produtos não autorizados para determinada cultura.

Manifestações