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Plano Cruzado

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Por:   •  1/3/2015  •  1.550 Palavras (7 Páginas)  •  448 Visualizações

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1- Introdução

Elaborado pela equipe do então ministro da fazenda Dílson Funaro, o plano cruzado contou inicialmente com o apoio da população entusiasmada com as perspectivas de estabilização econômica. O povo foi incentivado a colaborar, fiscalizando estabelecimentos comerciais que praticassem preços acima da tabela determinada do governo. A inflação foi reduzida, o desemprego diminuiu, o poder aquisitivo da população cresceu. Mas em poucos meses depois, o plano cruzado já apresentava problema: muitos produtos desapareceram do mercado a cobrança em cima dos consumidores que eram obrigados a pagarem um valor a mais sobre o preço estipulado pelo congelamento. Em novembro de 1986, após as eleições foi anunciado o plano cruzado II, que congelou preços muito acima da realidade do mercado. Com o passar do tempo, a inflação voltou acrescer e em maio de1987,já ultrapassava casa de 20% ao mês. O fracasso do plano provocou a queda do ministro Dílson Furtado.

2- O que foi o Plano Cruzado

O Plano Cruzado foi um plano econômico lançado pelo governo brasileiro em 28 de fevereiro de 1986 por Dílson Funaro, ministro da Fazenda do governo do presidente José Sarney. O plano mudou a moeda do Brasil de Cruzeiro para o Cruzado e posteriormente para o Cruzado Novo, congelou os preços e salários e criou o gatilho salarial e o seguro-desemprego.

3- Autores

Além de Dilson Funaro, outros renomados economistas participaram da elaboração do Plano, como João Sayad, Edmar Bacha, André Lara Resende e Persio Arida. No dia 16 de janeiro, João Sayad, Persio Arida, André Lara Resende, Oswaldo de Assis e Jorge Murad votaram a favor do Plano, Dilson Funaro, João Manuel Cardoso de Mello, Luiz Gonzaga Beluzzo, Andrea Calabi e Edmar Bacha acharam-no muito arriscado. Com a recusa da maioria, João Sayad, Ministro do Planejamento, afirmou que iria pedir demissão. Jorge Murad convenceu o seu sogro José Sarney a adotar o Plano Cruzado, apoiando Sayad, Persio Arida, Andre Lara Resende e Jorge Murad, a favor do Plano.

Adotado, o plano logo conquistou maciço apoio popular e isto fez com que mesmo seus opositores iniciais o apoiassem com entusiasmo. Todos reinvidicavam para si a paternidade do plano, enquanto fez sucesso, mas quando mostrou suas deficiências, seus "pais" passaram a rejeitar o "filho”.

4- Medidas iniciais

O objetivo principal do plano foi a contenção da inflação e para isso foram adotadas várias medidas, sendo as principais:

• Substituição da moeda do Brasil de Cruzeiro para o Cruzado e divisão do valor de face por 1000, fazendo Cr$ 1.000,00 = Cz$ 1,00.

• Suspensão da correção monetária generalizada. A correção monetária provocava uma indexação quase completa da economia e realimentava a expectativa inflacionária (Kirsten, 1986);

• O congelamento de preços pelo prazo de um ano, isto é, a fixação de todos os preços do varejo nos valores praticados em 20 de fevereiro de 1986, medida adotada para eliminar a memória inflacionária. O congelamento era fiscalizado por cidadãos que ostentavam, orgulhosos, bottoms de fiscal do Sarney, depredavam estabelecimentos que aumentavam preços e chegaram a dar voz de prisão a gerentes de supermercados;

• Antecipação dos reajustes salariais, unificando a época dos dissídios, inclusive com antecipação de 33% do salário mínimo (Kirsten, 1986);

• Implantação da Escala Móvel de Salários ou gatilho salarial com a correção automática dos salários sempre que a inflação acumulada pelo IPCA ultrapassasse 20%

5- Implantação e Estagnação do Plano Cruzado

O ano de 1986 foi, para o Brasil, repleto de emoções que variaram desde a euforia até a frustração. O país enfrentou acontecimentos como:

Agravamento da inflação, em janeiro, provocando forte apreensão no governo, no empresariado e na população em geral;

Reforma econômica via Plano Cruzado, em fevereiro, despertando entusiasmo em todos os segmentos da sociedade brasileira;

Eleição, em novembro, para os governos estaduais e Assembléia Constituinte;

Comportamento inusitado da economia, com alterações nos hábitos de consumo e escassez de produtos, causando excesso de demanda;

Convém lembrar que 1985, ocorreu a morte do Presidente eleito Tancredo Neves, criando-se um vácuo político que só não gerou conseqüências desestabilizadoras por causa da repulsa generalizada a qualquer solução não constitucional.

Como resultado da combinação dos acontecimentos resumidos anteriormente, percebia-se um clima nacional de crise, tanto às vésperas do Plano Cruzado quanto ao final de 1986. Para facilitar a visualização desse clima, torna-se útil um relato sintético do comportamento da economia brasileira naquela ocasião, abordando também alguns de seus reflexos políticos. Pretende-se neste trabalho, apresentar de maneira geral, o ambiente econômico e político em que foi implantado o Plano Cruzado para atacar de forma drástica o processo inflacionário, sem recorrer a métodos recessivos e agravantes da concentração social de renda. A inflação zero passa a ser a meta.

6- Diferenças entre Plano Cruzado e Plano Austral

Israel e Argentina já haviam implementado planos similares e uma adoção de um plano no Brasil era questão de tempo pois a inflação de 12% a 14% ao mês era irreversível, mas ainda não explosiva (Longo, 1986). Com isso, ainda não havia uma sincronização das datas de reajustes, apreciando discrepâncias como o reajuste diário do câmbio do dólar e reajuste semestrais para salários, aluguéis e prestações do SFH (Martone, 1986)

7- Polêmicas

7.1- Datas utilizadas nas conversões de preços e salários

Um erro foi terem esquecido de trazer os preços a prazo de 30, 60, 90 dias ao seu valor presente a vista. Em vez de congelamento, ocorreu um aumento de 17%, 34%. Produtos vendidos com 30 dias tiveram um aumento real de 17%, a inflação media da época embutida nos preços. Produtos como brinquedos que tinham 180 dias de prazo, tiveram aumentos reais de 256%, no caso de empresas do setor de brinquedos como, por exemplo a Trol

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