Pratica V
Artigos Científicos: Pratica V. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: patricia1608 • 25/3/2015 • 1.782 Palavras (8 Páginas) • 178 Visualizações
OAB - Conselho Federal - 2010.3 - Exame de Ordem (Prova Prático-Profissional de
Direito Civil)
Manuel foi casado com Maria pelo regime da comunhão universal de bens por 50
(cinquenta) anos. Acabaram construindo um patrimônio comum de R$ 2.400.000 (dois
milhões e quatrocentos mil reais). Da relação conjugal nasceram três filhos (José,
Joaquim e Julieta), que, ao atingirem a maioridade civil, passaram a trabalhar com os pais
na rede de padarias da família. Ocorre que Manuel faleceu, e foi necessária a abertura do
processo de inventário-partilha para que os bens deixados pelo de cujus fossem
inventariados e partilhados entre seus sucessores. José, Joaquim e Julieta, filhos maiores,
capazes e solteiros do casal, objetivando resguardar o futuro da família e a velhice de sua
mãe, procuraram o Dr. João, advogado conhecido e amigo de muitos anos de seu falecido
pai, para receberem orientações acerca da sucessão e ajuizar o inventário. Contudo, o Dr.
João sabia de um segredo e, em respeito à amizade que existia entre ele e Manuel, nunca
o havia revelado para que a família se mantivesse unida e admirando o de cujus por ter
sempre a ela dedicado sua vida. O segredo era que Manuel possuía um filho (Pedro) fora
do casamento. Ele havia acabado de completar 13 (treze) anos e morava com a mãe.
Manuel não o havia registrado, apesar de reconhecer a paternidade da criança para a mãe
de Pedro e várias outras pessoas. Havia provas em documentos particulares, em
pronunciamentos nas festas de aniversário de Pedro, além do fato de contribuir para o seu
sustento, apesar de omitir a sua existência para a sua família legítima. José, Joaquim e
Julieta disseram ao Dr. João que, para que sua mãe tivesse uma velhice tranqüila e
ficasse certa do amor, respeito e admiração que sentiam por ela e seu falecido pai, bem
como da enorme união entre os seus filhos, optavam por renunciar à parte que cabia a
cada um na herança, em favor de sua mãe. Assim, a mãe continuaria com todas as
padarias, já que somente as receberiam e partilhariam entre eles após o falecimento dela.
O Dr. João, considerando que todas as partes envolvidas na sucessão de Manuel eram
maiores e capazes, ajuizou um procedimento sucessório adotando o rito do Arrolamento
Sumário e elaborou termos de renúncia “em favor do monte” de José, Joaquim e Julieta,
que foram reconhecidos como válidos judicialmente. Questionado pelos três sobre o
porquê de não constar no documento, expressamente, que as partes deles estavam sendo
doadas para a sua mãe, foi esclarecido que não havia necessidade, já que, como os seus
avós não eram mais vivos, Maria acabaria por receber, além de sua meação, as cotas dos
renunciantes, na qualidade de herdeira, diante da ordem de vocação hereditária da
sucessão legítima prevista no artigo 1.829 do Código Civil, além de evitar o pagamento
do imposto de doação, que incidiria no caso de renúncia translativa. Tal orientação foi
dada acreditando que a mãe de Pedro manteria em segredo a paternidade de seu filho, o
que não ocorreu. Em virtude disso, Pedro acabou por receber toda a herança avaliada no
montante de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), ficando Maria apenas
com a sua meação de igual valor. José, Joaquim e Julieta nada receberam, o que os
abalou profundamente no âmbito emocional. Considerando todos os fatos narrados
acima, a ocorrência de danos sofridos por José, Joaquim e Julieta em decorrência de
orientação equivocada de seu então advogado (Dr. João) e o reconhecimento judicial dos
direitos de Pedro no procedimento sucessório de Manuel, você, na condição de novo
advogado contratado pelos filhos legítimos de Manuel para serem ressarcidos por todos
os danos sofridos, elabore a peça adequada para pleitear os direitos deles.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA...
José..., nacionalidade, solteiro, profissão, portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., residente na...; Joaquim..., nacionalidade, solteiro, profissão, portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., residente na..., e Julieta..., nacionalidade, solteira, profissão, portadora da identidade nº..., inscrita no CPF nº..., residente na...; vêm, por seu advogado, com escritório na..., a presença de V.Exa., ajuizar
AÇÃO DE INDENIZATÓRIA
em face da João..., nacionalidade, estado civil, advogado, portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., residente na..., pelas razões de fato e de direito que passam a expor:
DOS FATOS:
Manuel e Maria, pais dos Autores, foram casados pelo regime da comunhão universal de bens por 50 (cinquenta) anos. Acabaram construindo um patrimônio comum de R$ 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil reais). Da relação conjugal nasceram três filhos, ora Autores, que, ao atingirem a maioridade civil, passaram a trabalhar com os pais na rede de padarias da família.
Ocorre que Manuel faleceu, e foi necessária a abertura do processo de inventário-partilha para que os bens deixados pelo
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