Problemas etno-raciais
Resenha: Problemas etno-raciais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JMFeitosa • 13/11/2014 • Resenha • 326 Palavras (2 Páginas) • 335 Visualizações
No Brasil, a questão étnico-racial tem estado em pauta, nos últimos anos, em debates sobre
políticas afirmativas, tais como as cotas para universitários e as ações de combate ao preconceito racial.
A primeira legislação específica de combate ao racismo tem, contudo, mais de cinquenta anos: tratase
da lei Afonso Arinos, de 1951, promulgada durante o governo Vargas, que tornava o racismo uma
contravenção. Atualmente, a questão é mais amplamente regulamentada pelo Estatuto da Igualdade
Racial, de 2010, que trata ainda de políticas de educação, saúde, cultura, esporte, lazer e trabalho. O
crime de racismo é, hoje em dia, especificado também para as relações trabalhistas, sendo proibido
o tratamento diferenciado no ambiente de trabalho e, em específico, o uso da raça ou da cor como
critérios para justificar diferenças salariais ou para o processo de recrutamento. Apesar de o racismo
ser crime, a desigualdade permanece na sociedade brasileira, combinando os aspectos étnicos (como
cor ou raça) aos aspectos sociais relativos à divisão de classes. As estatísticas também demonstram
como a desigualdade persiste na prática. De acordo com o Censo de 2010, por exemplo, os salários dos
brancos na região Sudeste correspondiam a quase o dobro dos salários de pretos e pardos (conforme a
terminologia usada pelo IBGE). Essa desigualdade aparece também nos índices de analfabetismo mais
altos entre pretos e pardos e no número de inscritos em cursos universitários, maior entre os brancos.
Ao longo do século XX, contudo, o Brasil foi frequentemente descrito como o país da democracia
racial, no qual a miscigenação entre índios, brancos e negros teria produzido uma convivência pacífica
entre todos, independentemente de raça ou cor. Então, como o país da democracia racial apresenta
estatísticas tão desiguais em pleno século XXI?
Para entendermos melhor as raízes dessa questão, é preciso retomar o debate sociológico, da primeira
metade do século XX, que tem como seu maior expoente, no Brasil, Gilberto Freyre. Nessas duas aulas,
discutiremos, então, as raízes do mito da democracia racial e as questões mais atuais deste debate,
como as políticas de cotas e a complexa definição de raça ou cor no Brasil.
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