Professor-investigador: Que Sentido? Que Formação?

Professor-investigador: Que sentido? Que Formação?

Resumo

O conceito de professor investigador começou a ser elaborado nos anos 30, mas só nos anos 60 ele foi mais difundido e melhor especificado por Stenhouse, e por isso esse conceito é fortemente ligado a ele.

Ser um professor investigador não é apenas executar currículos prontos, é co-construir juntamente com os colegas e alunos um currículo adequado a cada situação vivida.

Stenhouse era um professor secundário, e posteriormente tornou-se professor da Universidade de East Aglia, onde dirigiu um centro de investigação aplicada em educação, pois na época em que vivia o conceito de professor-investigador não era valorizado, pois se acreditava que não trazia nenhuma melhoria ao processo ensino-aprendizagem.

A essa abordagem em que o professor aperfeiçoa gradualmente seu modelo curricular, Stenhouse chamou de “modelo investigativo”.

Para ser um professor é necessário ser um investigador, e a sua investigação está ligada a sua função de transmitir conhecimento, o professor deve ter a competência de investigar sobre a ação educativa. Também deve partilhar essas descobertas com os colegas de profissão, pois esse aperfeiçoamento é atingido com mais sucesso em grupo, quando todos os agentes educadores estão envolvidos na investigação de suas próprias funções como professores.

Um professor é aquele que questiona e principalmente se questiona, pois ao se questionar ele provavelmente encontrar meios de aperfeiçoar seu método de ensino, mas além disso ele é aquele que perante uma situação problemática, consegue se posicionar de tal forma que identifique o problema e posteriormente solucione-o.

Muitas vezes professores ainda sem a capacitação devida, mas talvez por instinto realizam esse processo de investigação, e colaboram para a evolução do processo ensino-aprendizagem, porém se eles tivesse todos a formação necessário e fossem detentores de conhecimentos para desenvolver esse processo ele seria muito mais produtivo.

O ato de investigar deve produzir novos conhecimentos, ter uma metodologia a ser seguida, e tornar-se público, para que possa ser avaliado, apreciado, divulgado e desenvolvido.

O perfil de um professor investigador é determinado pelas suas atitudes, que são elas: autoconfiança, respeito pelas ideias dos colegas, ser aberto e divergente, não tem problemas ao sentir-se questionado, perseverante e comprometido, deve saber comunicar-se, e deve observar uma metodologia, e também deve ter humildade de pedir colaboração e doa-la também. É muito importante que ele saiba trabalhar em equipe.

Sobretudo as atitudes e as culturas de investigação são as características mais predominantes e importantes em um professor investigador. Um professor só se torna um investigador investigando.

A investigação é essencial para que esse profissional esteja sempre em evolução, pois ele estará se autoavaliando e desenvolvendo-se. É essencial que esse desenvolvimento seja tanto profissional quanto institucional.

Se um professor quer ser um investigador, deverá aprender com quem já investiga, sendo mais fácil desenvolver esse processo participando de comunidades investigativas, desenvolvendo essa característica.