Psicologia No Transito
Artigos Científicos: Psicologia No Transito. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Taisfernanda • 5/9/2014 • 699 Palavras (3 Páginas) • 714 Visualizações
PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO
VOL. 1 No 1 - JANEIRO 1981
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO; O QUE É E PARA QUE SERVE
Reinier J.A. Rozestraten
FFCL Ribeirão Preto USP.
COMENTÁRIO
A Psicologia do Trânsito surgiu como consequên¬
cia de numerosas pesquisas em dezenas de institutos, la¬
boratórios e centros de pesquisa nas últimas duas déca¬
das. Podemos definí-la como o estudo científico do com¬
portamento dos participantes do trânsito, entendendose
por trânsito o conjunto de deslocamentos dentro de
um sistema regulamentado.
Este tipo de Psicologia estuda portanto o com¬
portamento dos pedestres - de todas as idades -, do mo¬
torista amador e profissional, do motoqueiro, do ciclis¬
ta, dos passageiros e do motorista de coletivos, e num
sentido mais largo ainda, de todos os participantes do
tráfego aéreo, marítimo, fluvial e ferroviário. De modo
geral, no entanto, a Psicologia do Trânsito se restrin¬
ge ao comportamento dos usuários das rodovias e das re¬
des viárias urbanas.
Este comportamento, aparentemente simples, é
na realidade bastante complexo. Ele pode incluir proces¬
so de atenção, de detecção, de diferenciação e de per¬
cepção, a tomada e o processamento de informações, a me¬
mória a curto e a longo prazo, a aprendizagem e o conhe¬
cimento de normas e de símbolos, a motivação, a tomada
de decisões bem como uma série de automatismos percep¬
to-motores, de manobras rápidas e umacapacidade de rea¬
gir prontamente ao feedback, a previsão de situações em
curvas, em cruzamentos e em lombadas, e também, uma sé¬
rie de atitudes em relação aos outros usuários, aos ins¬
petores, às normas de segurança, ao limite de velocida¬
de, etc. Uma análise detalhada da tarefa do condutor de
veículos revela uma infinidade de fatores, cada um dos
quais pode ser importante para evitar um acidente, me¬
recendo portanto ser assunto de um estudo aprofundado.
A metodologia não difere essencialmente daque¬
la usada nas outras áreas de Psicologia: ao lado de mui¬
tos estudos experimentais, realizados em laboratórios,
tem sido desenvolvidos numerosos estudos observacionais
feitos nas rodovias e nos cruzamentos urbanos, alem de
análises pormenorizadas dos casos de acidentes. Entre
o método de observação em situação real e o experimento
no laboratório está o método que usa simuladores, estes
últimos variando do mais simples ao mais sofisticado.
Tem sido também utilizados em pesquisas, carros equipa¬
dos com todos os registradores possíveis de movimentos
e modificações fisiológicas durante a direção do veícu¬
lo. Um primeiro carro deste tipo foi introduzido na
França por G.Michaut, no Laboratoire de Psychologie de
la Conduite de ONSER, em Montlhery, onde tive o prazer
de estagiar durante um ano.
Como é óbvio, a Psicologia do Trânsito se rela¬
ciona com quase todas as áreas especializadas da Psico¬
logia: desde a psicofísica e psicofisiologia até à teoria
de decisão e os processos cognitivos, procurando
explicações na teoria do condicionamento operante
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