Psicologia do trabalho

Psicologia Aplicada – AP II

        Trabalho em uma empresa de transportes, que abrange todo o território nacional e lidamos diretamente com companhias aéreas e transportadoras terceirizadas, fora os representantes de cada estado.

        Comecei no comercial, tendo como superior apenas o gerente geral, trabalho tranquilo que me fez ser mais organizada e com capacidade para tomar decisões rápidas, pois aprendi a prever a atitude do meu gerente. Após um ano, me colocaram no setor operacional, onde haviam 1 coordenador e 1 supervisor, fora o gerente geral. Ai começou o inferno no meu trabalho, me ditaram como a “queridinha” e começou a perseguição, tudo que eu fazia estava errado e sempre me davam mais trabalho, tive que cobrir 2 férias seguidas em 1 mês no novo setor, me sai bem, meu gerente elogiou, fez reunião mostrando a todos o que a união poderia fazer para facilitar a vida dentro da empresa, e depois desse reconhecimento, o supervisor começou a criticar todo o meu serviço, falando que cargas não haviam sido averbadas (sendo que quem fazia esse serviço era ele), que matérias estavam sem confirmações, que o gestor do contrato com quem eu tratava andava falando mal do meu serviço, e isso nunca chegou para nós, só ele sabia. Até o dia em que ele gritou comigo falando que eu não sabia fazer o meu serviço, que aquilo não era parque de diversões, que eu deveria ser mais séria e fazer o meu trabalho direito, escutei de cabeça baixa, até quando ele disse que o meu serviço era “de merda”, respirei fundo e gritei um grande “vá se lascar, eu sei o que faço e faço muito bem.” Peguei minhas coisas e fui embora. No outro dia pela manhã o gerente me ligou e falou que era pra eu comparecer na empresa para conversarmos. Cheguei e minhas contas estavam batidas, faltando apenas as assinaturas, porém quando a diretora veio conversar comigo, falei tudo o que se passava e parecia que ninguém sabia daquilo, ninguém sabia a perseguição que eu andava sofrendo dentro de uma sala como mais 5 funcionários. Ela não deixou me demitirem por ver que o erro não estava só em mim, sei que me excedi, mas foi mais forte que eu, calei-me por muito tempo. Hoje continuo na mesma empresa só que retornei para o comercial depois de 1 ano desse episódio. Aprendi a conviver com as diferenças e acho que o supervisor também levou um puxão de orelha.

        Nesse caso acho que o dialogo deveria ser mais presente, pois já temos um trabalho estressando devido trabalharmos contra prazos, poderia ser feitas reuniões menos desgastantes, um tempo para debater diferentes assuntos, torna o clima mais leve. Trabalhamos aqui durante 9h diárias, e não temos nenhum momento de lazer em grupo, apenas trabalho, o que poderia também ser mudado. Definir a função e deixar isso claro aqui o que cada um deve ou não fazer, falta isso. Tornar o ambiente mais acolhedor, as pessoas mais leves, torna o ambiente menos estressante e mais fácil de conviver.

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