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Questões Ludicas

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Por:   •  1/12/2014  •  1.161 Palavras (5 Páginas)  •  179 Visualizações

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A concepção de Bourdieu sobre a educação

Uma das principais questões que Pierre Bourdieu levanta em suas análises diz respeito ao papel de democratização atribuído às escolas, no sentido de propor que todas as pessoas estivessem presentes nas escolas, a sociedade se democratizaria pelo fato de tais teorias garantir ao indivíduo ser bem sucedido na sociedade devido à simples presença em tais escolas. Os estudos de Pierre Bourdieu vêm a demonstrar que as chances entre alunos são desiguais, alguns estariam numa condição mais favorável do que outros para atenderem às exigências, muitas vezes implícitas, da escola. Desta forma Bourdieu vai argumentar que o papel de democratização atribuído aos sistemas de ensino no sentido de diminuir a distância entre as classes e grupos é falso.

O sociólogo Bourdieu, foi e continua sendo de grande importância para o desenvolvimento do sistema educacional do Brasil e do mundo. Ele desenvolveu a problemática, desigualdade social e escolar, sempre com uma visão otimista que atribuía a escolarização como um papel central no duplo processo de superação do atraso econômico, do autoritarismo, associados às sociedades tradicionais e de construção de uma nova sociedade, justa, moderna e democrática. Suponha-se que por meio da escola publica e gratuita seria resolvido o problema do acesso à educação e assim garantiria a principio, a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos.

Dessa forma os indivíduos competiriam dentro do sistema de ensino em condições iguais e aqueles que se destacassem por dons individuais, seriam levados por uma questão de justiça ao avançarem em suas carreias escolares e posteriormente ao ocupar posições superiores na hierarquia social.

Umas das teses defendidas por Bourdieu é a de que os alunos não são indivíduos abstratos que competem em condições relativamente igualitárias na escola, mais sim atores socialmente constituídos que trazem em larga medida incorporadas em suas bagagens sociocultural diferenciadas mais ou menos rentável no mercado escolar.

Outra tese defendida pelo sociólogo é sobre a escola e seu papel na reprodução das desigualdades sociais. A escola na perspectiva dele não seria uma instituição imparcial que simplesmente seleciona os mais talentosos a partir de critérios objetivos, ele questiona frontalmente a neutralidade da escola e do conhecimento escolar, argumentando que essa instituição representa e cobra dos alunos basicamente os gostos, crenças, posturas e valores dos grupos dominantes.

Em contraposição ao subjetivismo ele afirma de modo radical, o caráter socialmente condicionado das atitudes e comportamentos individuais. O individuo é um ator socialmente configurado em seus mínimos detalhes, por outro lado Bourdieu se afasta, então, do subjetivismo e critica igualmente as abordagens estruturais definidas por ele como objetivista, que descreveriam a experiência subjetiva como diretamente subordinada as relações objetivas.

Segundo ele, faltaria a essa abordagem uma teoria da ação capaz de explicar os mecanismos ou processos de mediação envolvidos na passagem da estrutura social para a ação individual.

No entanto, a teoria social de Pierre Bourdieu é objeto de críticas contundentes e bem ácidas, tanto de seus aliados quanto de seus detratores. Seu trabalho "despertou paixões e ódios na comunidade científica e midiática, mas nunca deixou ninguém indiferente”. Sua reflexão sociológica contribuiu para desestabilizar certas práticas intelectuais relativamente cristalizadas. Ele foi permanentemente atacado pelo seu caráter considerado como atrabiliário e por recusar a confrontação de suas teorias com a de outros sociólogos de seu tempo, sempre se negou a responder a questões que, segundo seu ponto de vista, não eram as suas. Entretanto, as críticas que parecem mais relevantes dizem respeito aos aspectos conceituais e pontuais.

Como toda grande obra, o pensamento de Pierre Bourdieu oferece elementos essenciais para pensar o mundo social. A sociologia não pertence a Pierre Bourdieu, mas sua obra pertence à tradição sociológica. Propondo-se a pensar a política sem pensar politicamente, Bourdieu procurou demonstrar que, longe de se opor, as ciências sociais e o militarismo podem constituir duas faces de um mesmo projeto, pois analisar e criticar a realidade social permite contribuir para sua transformação da educação.

Sendo assim, a grande contribuição da sociologia de Pierre Bourdieu, para a educação no Brasil, foi em duvida a de ter fornecido as bases apara o rompimento frontal com a ideologia do dom e com a noção moralmente carregada de mérito pessoal. A partir de Bourdieu tornou-se praticamente impossível analisar as desigualdades escolares, simplesmente como frutos das diferenças naturais

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