Quimica
Monografias: Quimica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rafavictor • 16/3/2015 • 2.090 Palavras (9 Páginas) • 433 Visualizações
História[editar | editar código-fonte]
Óleos essenciais são compostos aromáticos voláteis extraídos de plantas aromáticas por processos de destilação, compressão de frutos ou extração com o uso de solventes. Geralmente são altamente complexos, compostos às vezes de mais de uma centena de componentes químicos.
Um óleo essencial é um produto obtido por um processo físico específico. Segundo a ISO (1997), óleos essenciais são misturas complexas, contendo várias dezenas ou mesmo algumas centenas de substâncias com composição química variada, obtidas através da técnica de hidrodestilação. No caso específico de frutos cítricos, o óleo é obtido através de prensagem a frio do fruto 3
O que define o fato de um extrato ser um óleo essencial é o processo de obtenção, não sua composição química. Um óleo essencial de flor de laranjeira (óleo essencial de neroli) é obtido por hidrodestilação (ou arraste a vapor) e contém componentes voláteis. Um óleo essencial de laranja, obtido por prensagem do fruto,seguida de centrifugação, contém componentes voláteis (terpenos, ésteres, aldeídos), mas também contém ceras, pigmentos e flavonóides, dentre outras classes de constituintes não voláteis. Assim, a definição de óleo essencial não se limita somente à volatilidade de sua composição4
Durante o processo de destilação, há variação química na composição dos voláteis, pois diversos terpenos das plantas são termicamente lábeis, podendo sofrer reações de desidratação. O mesmo vale para ésteres, que sofrem hidrólise nas condições de destilação. Assim, a composição química de um óleo essencial não é, necessariamente, a mesma do material armazenado nas plantas. Quanto menor for a variação, mais fiel será o aroma do óleo essencial em relação à planta de origem.
Extratos obtidos com o uso de solventes, fluidos supercríticos, ceras e graxas NÃO SÃO definidos como óleos essenciais, embora sejam também extratos aromáticos.
São encontrados em pequenas bolsas (glândulas secretoras) existentes na superfície de folhas, flores ou no interior de talos, cascas e raízes.
Erroneamente podem ser confundidos com óleos graxos, ricos em gorduras. Óleos essenciais não possuem ácidos graxos e se volatilizam com extrema facilidade na sua grande maioria. Vários ácidos graxos, embora pouco voláteis, podem ser destilados junto com componentes terpênicos, sendo encontrados nos óleos essenciais, como o mirístico e o palmítico.
Na atualidade são produtos empregados como flavorizantes de alimentos, na confecção de perfumes nobres, na indústria para síntese de compostos aromáticos e remédios, como recurso terapêutico na aromaterapia e aromatologia.
Dada à sua complexidade química, os óleos essenciais desenvolvem vasta amplitude de ações terapêuticas. Podemos citar como exemplo pesquisas feitas pela University of Western Australia com o óleo de tea tree. Estudos comparativos com o óleo da Melaleuca alternifolia e o fluconazol diante de cepas de Cândida albicans demonstraram que após a sexta geração, o fluconazol havia perdido sua eficácia, enquanto o óleo extraído da Melaleuca ainda assim mantinha eficácia fungicida. Ou seja, óleos essenciais dada à sua complexidade química sinérgica, conseguem manter um alto padrão de atividade antibiótica e anti-séptica diante de microorganismos, mais eficaz que muitos medicamentos criados em laboratórios na atualidade.
§Óleos essenciais no Mundo[editar | editar código-fonte]
Desde há muitos séculos atrás, os óleos essenciais são explorados, ainda que hoje não se tenha completamente documentado o início exato. Acredita-se que os primeiros usos primitivos para estes tenha sido através de bálsamos, ervas aromáticas e resinas que eram usadas para embalsamar cadáveres em cerimônias religiosas há milhares de anos atrás.
Há relatos do uso de essências em 2700 a.C pelos chineses, no mais antigo livro de ervas do mundo, Shen Nung. Algumas plantas citadas eram o gengibre (Syzygium aromaticum) e o ópio (Papaver somniferum). Outro uso documentado de óleos essências se deu em 2000 a.C. em livros escritos em sânscrito, pelos hindus. Em tal época, já havia um conhecimento mais rudimentar de aparatos de destilação. Nesta época também há relatos de outros povos que fizeram uso desses compostos, como os persas e egípcios, ainda que seja muito provável que esses já dominassem as técnicas de extração há muito antes. Muitas das ervas comuns na atualidade já eram conhecidas, como por exemplo o capim limão (Cymbopogon citratus). Ainda que não fossem extratos puros, eram soluções alcoólicas, não apenas usadas como perfumes, mas também em cerimônias religiosas ou com fins terapêuticos.
Durante as cruzadas, o conhecimento até então obtido por outros povos, se difundiu entre os árabes, que em pouco tempo aperfeiçoaram as técnicas e os aparatos de destilação. Tanto é que o mérito pelo primeiro indivíduo a extrair óleo de rosas foi de um físico árabe conhecido na época por Avicena. Os árabes foram mestres na alquimia e, não por acaso, são conhecidos naquele momento da história como bem aperfeiçoados na medicina e terapias naturais.
Não obstante, somente com uma publicação em 1563, por Giovanni Battista Della, é que se tem na história um salto na evolução nesta área de conhecimento: tinha-se então documentando uma forma de separar os óleos essenciais que até então eram apenas soluções alcoólicas.
A partir dos séculos XVI e XVII, a comercialização destes óleos se popularizou pelo mundo, devido ao nível de tecnologia e também conhecimento de suas propriedades já mais explorado e divulgado no mundo. Não se deve esquecer que as especiarias, muitas delas ervas aromáticas de grande valor econômico, eram produtos valiosos na Europa.
Um termo que está bem associado a óleos essenciais é a "aromaterapia". Este foi criado por um químico francês em 1928, conhecido como Maurice René de Gattefossé. Foi em uma de suas destilações em seu laboratório, que Gattefossé sofreu um acidente e teve seus braços seriamente queimados. Em meio ao pânico, imergiu-os em uma tina de lavanda, que até então pensava ser água. Notou que em poucos minutos sua dor havia passado e, dias mais tarde, já não tinha mais cicatrizes. Passou a explorar mais as propriedades curativas desses extratos, ao contrário de antes, que só os usava como perfumes para seus produtos e criações. Também se deve a este químico um dos primeiros relatos de que produtos
...