RELATÓRIO FONOAUDIOLÓGICO
Pesquisas Acadêmicas: RELATÓRIO FONOAUDIOLÓGICO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lucilioreis • 19/10/2013 • 1.296 Palavras (6 Páginas) • 19.009 Visualizações
RELATÓRIO FONOAUDIOLÓGICO
Foi realizada no dia 20 de Novembro de 2007 anamnese e avaliação fonoaudiológica da paciente R.V.N.A.T., 26 anos, com queixa de alterações nas funções estomatognáticas (mastigação, deglutição, fala e respiração), dificuldade em manter vedamento labial, realizando contração de mento. Durante a anamnese foi relatado pela paciente que a mesma nunca foi amamentada, usou mamadeira (bico alterado) até os 7 meses e chupeta até os 4 anos. Apresenta rinite alérgica desde a infância, realizou cirurgia de hipertrofia de cornetos e desvio de septo em 2004, fez tratamento ortodôntico em 1997 (havendo recidiva) e fonoaudiológico em 2004.
Na avaliação Fonoaudiológica foram observados os seguintes aspectos: avaliação corporal, facial, estruturas orofaciais e suas medidas, além das funções estomatognáticas.
Na avaliação corporal, foi encontrada assimetria com elevação de ombro esquerdo e inclinação de cabeça para o mesmo lado nas posições de frente e costas. Podendo ser justificada por uma escoliose relatada pela paciente. Sendo esta encaminhada para uma avaliação mais profunda da fisioterapia.
No que diz respeito à avaliação da morfologia e postura facial a paciente apresenta assimetria, olheiras, lábios entreabertos, com tônus normal, inferior volumoso, evertido e assimétrico (hemilábio direito mais volumoso que o esquerdo), contração do músculo mentual durante o selamento labial, por compensação do lábio inferior. Bochechas com assimetria de tônus, sendo a direita mais hiperfuncionante, onde há predomínio mastigatório. Quando solicitado abertura e fechamento de boca, a paciente apresentou desvio de mandíbula para esquerda. Junto a isso, verificou-se que a hemimandibula direita apresenta medidas maiores que a esquerda (D = 91mm e E = 88mm).
No que se refere à avaliação intra-oral, foram avaliados os seguintes aspectos: a oclusão, os dentes, a língua, o palato duro e mole, o frênulo lingual, a mucosa oral e as tonsilas. A oclusão é de Classe I, com mordida aberta anterior, a língua encontra-se sem marcas nas laterais e mucosa com bom estado de conservação, sua posição de repouso é tocando nos incisivos superiores podendo ser causa ou conseqüência da mordida aberta; não foi encontrada marca nas faces internas das bochechas; o frênulo lingual é normal; o palato duro é ogival e o palato mole encontra-se normal; e há presenças de tonsilas palatinas e faríngeas; a dentição permanente, e os dentes encontram-se com bom estado de conservação.
As medidas das estruturas orofaciais são: abertura de boca: 37,40 mm, estando inferior a 40 mm e, portanto, indicativo de problemas musculares e articulares, sendo comprovado pela dificuldade e pela dor que a paciente apresentou no momento de realizar a propulsão, sendo esta com a medida de 4,50 mm; terços faciais: terço médio: 59,30 mm; terço inferior: 64,30 mm. Para as medidas de terços faciais, verificou-se que a paciente apresenta uma face longa, sendo por tanto dolicofacial.
Na avaliação da mobilidade das estruturas orofacias a paciente conseguiu realizar os movimentos sem apresentar dificuldade. Os movimentos realizados foram os seguintes: língua (estalar, vibrar com som, vibrar sem som, lateralizar); lábios (prutuir, retrair, vibrar com som, vibrar sem som, beijo), bochecha (encher, murchar, passar ar de uma para outra), palato mole (a – ã) e abertura de boca (vagarosamente), este último movimento foi realizado pela paciente com desvio de mandíbula no momento de abertura.
Quanto ao modo respiratório a paciente apresenta respiração mista, ora respira pela boca, ora respira pelo nariz. Foi relatado pela paciente que após a cirurgia de desvio de septo e hipertrofia de cornetos, sua respiração melhorou muito, em relação à respiração nasal, porém atualmente a paciente acorda todos os dias com o nariz entupido, e como conseqüência a sua respiração ao acordar é oral.
A função de mastigação foi avaliada com pão, maçã e bolo, e foi observado o seguinte: a mordida é com os dentes anteriores, a paciente mastiga com os lábios fechados, colocando pedaços de tamanho médio na boca, mastigando depressa, com mastigação com predomínio do lado esquerda, e no que se refere as medidas de lateralidade de mandíbula foi constatado que a hemimandíbula direita apresenta-se maior (91 mm – lado de balanceio), do que a hemimandíbula esquerda (88 mm – lado de trabalho), havendo a participação do mentalis e da musculatura perioral, não houve ruídos, estalos, como também não foi referido dor no ato da mastigação.
Na deglutição houve a participação da musculatura periorbicular e contração da musculatura do mento, foram observados resíduos alimentares após a deglutição, que evidencia a hipotonia do músculo bucinador, e houve ruído apenas para líquido (água).
Na fonoarticulação foram avaliadas as conversa espontânea e conversa dirigida (registro de fala – palavras) e não verificou nenhuma distorção na fala, inclusive nos fonemas linguodentais, mesmo a paciente apresentando uma mordida aberta anterior.
Após a realização de avaliação foi possível constatar que a paciente R.V.N. A. T. apresenta um Distúrbio Miofuncional Orofacial, na qual apresenta algumas alterações, como: alterações de estruturas ósseas e dentárias, o palato duro (palato ogival) e a mordida (mordida aberta anterior); alterações na tonicidade da musculatura da bochecha, do mento; como também alterações de funções como a respiração, a mastigação e a deglutição.
Em relação à postura da paciente faz-se necessário um encaminhamento para um tratamento fisiterapêutico, para a reeducação postural global, no sentido de propiciar um melhor equilíbrio de forma global, o que também irá facilitar a adequação do posicionamento das estruturas miofuncionais orofaciais.
Referente às alterações esqueléticas e dentárias, é necessária a intervenção ortodôntica
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