RELAÇÃO ENTRE IMC E PERCENTUAL DE GORDURA COM ESTILO DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: Uma Comparação Entre Escola pública E Privada
Trabalho Universitário: RELAÇÃO ENTRE IMC E PERCENTUAL DE GORDURA COM ESTILO DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: Uma Comparação Entre Escola pública E Privada. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AlineBarbosa17 • 30/1/2015 • 5.119 Palavras (21 Páginas) • 380 Visualizações
RELAÇÃO ENTRE IMC E PERCENTUAL DE GORDURA COM ESTILO DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS:
uma comparação entre escola pública e privada
Aline do Nascimento Barbosa
Marcella Machado de Alcantara Barbosa
Tatyana Sales Luquetti
RESUMO: A obesidade é uma doença crônica e multicausal e é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças. A redução da atividade física de rotina e o aumento de atividades sedentárias têm papel importante na etimologia da obesidade na infância. O objetivo deste estudo foi comparar o percentual de gordura, o IMC, o estilo de vida e o nível de atividade física dos alunos da rede pública e particular de ensino. A amostra foi composta por alunos do 6º ano: 26 de um colégio da rede pública estadual e 22 da rede particular de ensino, ambas localizadas em Itaperuna-RJ. Desses escolares, foram mensuradas a estatura, a massa corporal e as dobras cutâneas (tríceps e panturrilha), para a realização dos cálculos do IMC e do Percentual de Gordura e para a correlação dos dados com os hábitos adotados pelos avaliados foi aplicado um questionário. Constatou-se que em ambas as escolas os índices de massa corporal foram classificados como normal, no entanto, notou-se divergência quando se analisou o percentual de gordura. Na rede pública, meninos e meninas apresentaram amplitude ótima, enquanto que na rede particular, os meninos foram classificados com percentual de gordura alto, e as meninas, moderadamente alto. Com base no questionário supracitado verificou-se que os alunos da rede particular adotam um estilo de vida menos ativo. Conclui-se que devido à adoção de padrões comportamentais hipocinéticos, a clientela da rede particular apresenta maiores índices de massa corporal e percentual de gordura.
Palavras Chaves: Obesidade. Doença. Crianças.
1Introdução
Cada vez mais a obesidade tem sido alvo de estudos e pesquisas devido ao aumento de sua incidência nas sociedades contemporâneas, preocupando os órgãos de saúde pública, assim como toda a sociedade. Em face desse quadro, surge este problema: até que ponto o estilo de vida e o nível de atividade física interferem no IMC e no percentual de gordura de crianças?
Dessa indagação emergiu os seguintes objetivos:
a) Geral: comparar o percentual de gordura, o IMC, o estilo de vida e o nível de atividade física dos alunos do 6º ano da rede pública e particular de ensino, ambas da cidade de Itaperuna-RJ.
b) Específicos: Aplicar o termo de consentimento livre e esclarecido; selecionar os indivíduos; coletar a estatura e a massa corporal dos avaliados; realizar o cálculo do IMC; mensurar as dobras cutâneas de tríceps e panturrilha; somar as dobras encontradas e converter os resultados na categoria correspondente; aplicar o questionário sobre o nível de atividade física e analisar os dados encontrados.
A escolha desse tema justifica-se pelo desenvolvimento cada vez mais precoce dos casos de obesidade, aumentando sua incidência em crianças, pela relação dessa patologia com diversas doenças, pela tendência de crianças obesas se tornarem adultos obesos, pela discriminação que esses jovens podem sofrer na sociedade e, além disso, adultos que eram obesos quando crianças têm seus riscos de mortalidade aumentados.
Como hipótese, acredita-se que há diferença significativa entre os alunos da rede pública e particular de ensino, sendo que esta apresentaria o IMC e o percentual de gordura mais elevado, e que essa diferença estaria diretamente relacionada ao estilo de vida e ao nível de atividade física dos alunos.
Neste intento, este estudo procurou embasamento em teóricos como Sotelo et al. (2004), Santo, Mercês (2005), Borba (2006), Teixeira et al. (2009), dentre os demais.
2 Revisão de literatura
A obesidade é uma doença crônica e multicausal, caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo em todo o corpo ou em determinadas partes do mesmo (SOTELO et al., 2004).
No Brasil, um estudo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2009 revelou que metade dos adultos brasileiros apresenta excesso de peso e que 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres já são obesos, verificou também que um terço das crianças de 5 a 9 anos está com peso acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e que 21,7% dos adolescentes de 10 a 19 anos estão com sobrepeso. (REVISTA E. F., 2012, 4-5 p.).
Esta patologia vem assumindo grande importância devido à sua relação direta ou indireta com outras doenças como a diabetes melitos tipo II (DM), a osteoartrite, a aterosclerose, a apneia obstrutiva do sono, as dislipidemias, as doenças cardíacas, a hipertensão arterial, ao acidente vascular cerebral, a doença da vesícula biliar, aos distúrbios alimentares ou de humor e ao câncer de próstata, mama, endométrio e ovário (SANTO; MERCÊS, 2005; BORBA, 2006; TEIXEIRA et al., 2009).
Em crianças, a obesidade pode causar distúrbios psicológicos, dificuldade de relacionamento social, baixa na autoestima, afetar seu desenvolvimento motor, acelerar a puberdade, elevar o colesterol e propiciar diversos problemas de saúde que poderão se prolongar pela vida adulta e em alguns casos levar a morte (BORBA, 2006).
Diversos fatores podem desencadear a obesidade, esses podem ser endógenos ou exógenos, os fatores endógenos, ou seja, de origem interna são responsáveis por menos de 5% dos casos dessa doença, dentre eles destacam-se a genética, alterações hormonais, problemas neurológicos, ineficiência metabólica, entre outros. Os fatores exógenos, ou seja, de origem externa são os principais causadores da obesidade e estão relacionados a aspectos ambientais, culturais, sociais e emocionais (OLIVEIRA, 2002; BORBA, 2006).
O aumento da violência e a diminuição dos espaços para a prática de atividades físicas provocados pelo crescimento das cidades, aliado ao avanço tecnológico ocasionaram uma mudança na forma de ocupação do tempo das crianças, que trocaram o tipo de brincadeira, passando a realizar atividades cada vez mais sedentárias, gastando mais tempo em frente à televisão, no computador e em jogos eletrônicos (MELLO et al., 2004; SANTO; MERCÊS, 2005; CAMPAGNOLO et al. 2008).
Os maus hábitos alimentares constituem outro fator determinante para o desenvolvimento da obesidade, esses se intensificaram nas últimas décadas
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