RESENHA DESCRITIVA - PRODUÇÃO DE UMA TOPOGRAFIA SOCIAL URBANA

RESENHA DESCRITIVA

Obra Resenhada: PRODUÇÃO DE UMA TOPOGRAFIA SOCIAL URBANA

Autor: Prof. Dr. Ederson Nascimento

Local da Publicação: UFC/ Fortaleza/CE

Editora: Revista Mercator

Data: Dezembro/12

Edição: Vol. 11, nº 26, P. 75-94, Set./Dez. 2012.

Tamanho: 75 p.

Introdução

Como o título sugere: PRODUÇÃO DE UMA TOPOGRAFIA SOCIAL URBANA apresenta reflexões sobre o papel do sitio urbano no processo de produção do espaço urbano, abordando como fonte influenciadora as características topográficas do espaço, como uma das condições essenciais na ocupação do espaço urbano, onde se percebe que os desníveis topográficos influenciam consideravelmente, também, na segregação sócio espacial. O ponto central é uma crítica à consolidação espacial que se configura hoje como Topografia Social e suas consequências.

Começa o autor por conceituar termos e expressões como “configurações do relevo”, “características sócio espaciais no decorrer de sua evolução histórica” ou “traçado e forma urbana”, como indicadores do mesmo norte: “característica topográficas restritivas e impositivas sobre uso e ocupação do espaço, onde é um exercício reflexivo de questionar o pensamento urbano tradicional.” Muito conciso e coerente, o autor ratifica o novo conceito de pensamento, ocupação Urbana enquanto uma teoria dinâmica, considerando as contradições de um novo momento histórico, complexo, que exige um olhar multidisciplinar, num contexto prático e teórico.

Estrutura da Obra

A Obra é apresentada com o titulo Produção de uma topografia social urbana; seguida por Resumos em Língua Portuguesa, Inglesa e Francesa; Rodapé com dados do autor e da editora; Parte Introdutória; seu desenvolvimento apresenta-se em duas partes: Reflexões sobre a configuração topográfica e a produção do espaça urbano e Estudo de casos- A topografia Social Urbana de Ponta Grossa/PR, aquela apresenta reflexões sobre os principais elementos que levam a conformação de que se está chamando de topografia social, onde apresenta os atributos físicos do terreno na produção, localização, apropriação e uso social desigual do espaço urbano. Porém, esta apresenta os estudos de casos sobre Ponta Grossa/PR, analisando as principais características da topografia social, constatado na referida cidade; Considerações Finais e Referencias.

PRIMEIRA PARTE:

REFLEXÕES SOBRE A CONFIGURAÇÃO TOPOGRÁFICA E A PRODUÇÃO DO ESPAÇA URBANO

Ao referir-se a configuração espacial da cidade onde exprime características de desenvolvimento, o autor cita Lefebvre (2001, p. 49), “[...] A cidade concentra não só a população, mais os instrumentos de produção, o capital, as necessidades, os prazeres”, em suma, “[...] tudo o que faz com que uma sociedade seja uma sociedade”. Dando celeridade a reprodução do capital, juntamente com o aglomerado populacional.

Convém destacar, que é perfeitamente claro, que a cidade é o espaço onde o capital se expande, onde o modo de apropriação do espaço urbano pelos distintos segmentos sociais é expresso através do uso da terra, que o espaço urbano tem um caráter de mercadoria, que a mesma não é reprodutível, porém é indispensável à atividade humana, cita também, dentre outros estudiosos, Villaça (1998), que exprime que a localização de uma área influenciará no seu preço imobiliário e na medida em que se tem acesso facilitado a certas variáveis, que exercem grande peso no preço da terra, tais como: proximidade do local, disponibilidade de serviços e equipamentos urbanos (escolas, centro de saúde, local de lazer, etc.), infraestrutura disponível e potencial de construtibilidade concedido por legislação urbana.

Portanto, o conjunto de locações que estruturam o espaço urbano assenta-se sobre uma base física, ”[...] a partir de um relevo, que é apropriado de forma desigual e combinado”. (NUNES; SANT’ANA NETO, 2002, p. 61)

A participação nos atributos físicos do terreno no preço da terra dá-se à medida que esse influi na qualidade da localização da mesma. Em primeiro lugar as características topográficas, especialmente o grau de inclinação das vertentes e o nível de umidade do terreno, pode por restrições a expansão do tecido urbano ao dificultar e/ou encarecer