Relatório de atividade referente ao Filme "12 anos de escravidão".
Por: Rhenan F Jesus • 6/7/2015 • Ensaio • 1.134 Palavras (5 Páginas) • 6.176 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - Campus Uruguaiana
Curso de Especialização em Educação em Ciências
Componente: Corpo, Gênero, Sexualidade e as Relações Étnicas e Raciais.
Docente: Prof.ª Dra. Marta Iris Camargo Messias da Silveira
Audiência dirigida seguida de análise
RELATÓRIO DA ATIVIDADE
Atividade sobre o filme “12 anos de escravidão” – Escravidão nos Estados Unidos
Proponente: Rhenan Ferraz de Jesus
Durante a execução do filme ‘12 anos de escravidão’, que narra uma história de um homem negro que era livre, e que foi sequestrado e vendido como escravo lutando pela sua sobrevivência e liberdade na época da guerra civil dos Estados Unidos, foi possível identificar a existência de alguns marcadores: escravidão (predominante, dos brancos para com os negros); uma sociedade patriarcal e escravocrata; desigualdade de classes sociais; preconceitos (principalmente as étnicos raciais); relação do homem (figura masculina) como dominante (consequentemente, mulher como dominada); abuso sexual (principalmente dos patrões com escravas); catequização realizada pelos ‘proprietários’ (como forma de controle da população escrava por meio da religiosidade); instrumentalização escrava; anseios dos escravos; mercantil de escravos; destaque dos talentosos; discurso machista; luta pela dignidade; opressão escrava; linguagem culta como forma do “poder do conhecimento”; autopunição como forma de piedade; etc..
Este filme veio proporcionar um exercício de reflexão sobre a importância de se discutir as relações étnico-raciais de uma maneira holística, essencialmente de se pensar uma maneira de abordar essas relações no espaço escolar, não deixando de lado a contextualização histórica como marco imprescindível para se entender o que passou há décadas e o porquê que essas marcas temporais permanecem até nos dias hoje e de tal modo que se contempla(ram) em nossa sociedade contemporânea. Esta realidade passada nos Estados Unidos não fora tão diferente desde o Brasil colônia, onde se viveu (e ainda se vive em alguns lugares). A escravidão no Brasil é marcada principalmente pela exploração da mão de obra de negros trazidos da África e transformados em escravos no Brasil pelos europeus colonizadores no país, os indígenas também foram vitimados nesse processo: escravidão indígena. A escravidão foi ‘oficialmente’ abolida no país pela Lei Áurea em 1988. Em mero exemplo e comparatório ao regime dos Estados Unidos, nos primeiros instantes da república brasileira dita Coronelismo, veio a contemplar características semelhantes em diferentes aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais no país. Onde havia um projeto de construção de sociedade baseada na produção agrícola latifundiária, desde os tempos da colônia. Os coronéis usavam das forças policiais para manter a ordem e o controle, propagando seu interesse particular.
Poder-se-ia citar inúmeros exemplos como o Comércio atlântico de escravos africanos e a escravidão nas plantations se deram no contexto espaço-temporal, que iria nos situar de uma marca importante para subsidiar uma análise das relações étnico-raciais estabelecidas no Brasil. No entanto, o objetivo aqui vem a explanar alguns posicionamentos a respeito de como poderíamos educar, na atual sociedade, as relações étnicas e raciais. Também de quais questões podem ser consideradas como elementos-chave para tratar desse assunto.
A preocupação que se traz inicialmente, no campo de discussão do contexto escolar, é para que não se venha a potencializar um discurso que historicamente era patriarcal, segregador e escravocrata. Com isso, pensando na escola para melhor se trabalhar esses segmentos temáticos em torno das relações étnicas e raciais, torna-se necessário fortalecer alguns pontos frágeis no processo de ensino e aprendizagem escolar. Entre eles, a um ensino encilhado pelo tradicional e livresco (conteudista) que muitas vezes é descontextualizado do cenário atual. Para não se reproduzir uma lógica mercantilista, provinda de uma sociedade historicamente capitalista, segue de ensinar aos alunos determinados conteúdos na ambição de formar um produto para alimentar as prateleiras do mercado do capital.
Sabe-se que o espaço escolar é marcado pela diversidade, basta olhar ao redor nos diversos cotidianos escolares. Se seguir a ideia de ‘ensinar ao aluno’ determinados conteúdos sobre as relações étnicas e raciais apenas em uma visão histórica e transmissiva (pedagogia da transmissão) não basta, é preciso avançar nesse aspecto (dimensão conceitual). Por isso, nesse sentido, torna-se um imperativo problematizar essas questões dentro de uma totalidade, resgatando o projeto histórico cultural, cujo primeiro ponto questionado (qual a importância de se
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