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Resenha Critica

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Por:   •  31/3/2013  •  1.526 Palavras (7 Páginas)  •  3.264 Visualizações

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7º semestre do Curso de Direito - Matutino - Campus Fratelli Vita

Estudante: Paula da Silva Reis

RESENHA

REFERÊNCIA

Documentário: Prisioneiro da Grade de Ferro (Auto-retratos).

Diretor: Paulo Sacramento.

Ano: 2003.

CREDENCIAIS DO AUTOR

Paulo Sacramento: Paulistano. Diretor e Produtor. Formado em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Foi presidente da Associação Brasileira de Documentaristas de São Paulo em 1997.

O documentário “O prisioneiro da grade de ferro”, de Paulo Sacramento, retrata a impotência, precariedade, falência e desumanidade do sistema carcerário brasileiro, sobretudo sua falha no processo de ressocialização, pois viola direitos fundamentais básicos, como o de tratamento digno, integridade física e mental dos condenados, evidenciando, destarte, a dura realidade carcerária.

O Documentário produzido em 2003 foi filmado pelos próprios presos, mas fica claro que também contou com filmagem profissional. Durante sete meses, em 170 horas de gravação, os encarcerados, no papel de co-autores, gravaram situações do cotidiano dentro do antigo Carandiru. Retrataram com muita propriedade as angustias, a solidão, e a forma como os detentos tentam extravasar o stress e passar o tempo, tentando através da musica, das atividades diversas e da religião, tornar a vida no Carandiru um pouco mais suportável e mais próxima da realidade fora do cárcere, montando uma estrutura mínima para subsistência do grupo. No entanto, Fica comprovado pelo documentário que o carandiru não era nem de longe um casa de ressocialização

Logo no início do documentário, pode-se observar todo procedimento de triagem realizado no momento em que o preso chega ao Carandiru. Na palestra de triagem, é distribuída uma cartilha aos novos “moradores” com informações sobre os direitos e deveres do preso, chamado pelo palestrante de “reeducando”. Percebe-se na feição dos “reeducandos” muita ansiedade, insegurança e medo do que está por vir, tudo evidenciado por alguns gestos repetidos, como as várias pernas batendo e as inquietas mãos que insistentemente vão aos rostos. O palestrante também não ajuda, pois diz logo de início que não poderia dizer “sejam bem vindos”, e que no Carandiru não há “trabalho para todos”. Todos recebem fardamentos e cortam os cabelos. Conhece-se também o controle geral, uma tabela em um quadro onde são numericamente distribuídos os presos por cela e faz-se o controle da rotatividade (de entrada e saída) dos detentos.

O documentário apresenta inúmeros depoimentos e imagens que mostram como os presos fazem para passar o tempo ocioso no presidio, muitas vezes sem contar com o apoio da Direção. Fazem isso numa tentativa de diminuir o tempo que insiste em não passar. Os presos Béa e Seu João, por exemplo, nos conta que tinha uma acadêmica de ginástica, mas que a administração do presídio acabou, e eles improvisaram uma acadêmica, onde treinam, principalmente boxe. Também jogam futebol, inclusive com disputa de times, e lutam capoeira. Isso é um simbolismo muito forte para eles.

Além das atividades físicas, outra forma de entretenimento são os grupos de RAP existentes dentro do Carandiru, que com letras fortes, cheias de expressão, retratam a realidade dura que eles enfrentaram fora do Carandiru e o “inferno” que vivem lá dentro.

Os presos nos apresentam também alguns trabalhos realizados, como a confecção de artesanatos, bolas, pipas, pinturas, etc. Eles vendem e alugam coisas diversas (cigarro, TV, pinturas), tudo com o dinheiro que ganham com o trabalho que realizam dentro do cárcere ou que recebem dos familiares nas visitas. Outra cena forte é a grande quantidade de informação e expressão dos presos nas paredes, com várias fotos de mulheres nuas, mensagens e apelos diversos. Outra forma de expressão são as tatuagens, feitas com aparelho improvisado, onde as preferências são rostos de familiares, mensagens de fé, felinos, caveiras, entre outras.

Por outro lado, o documentário revela as condições sub-humanas a que os presos estão submetidos, confirmando o descaso Estatal que impera no Sistema Penal brasileiro. Uma das passagens do documentário que mais chocam estão no Pavilhão 4: o Hospital, que na verdade é uma precária enfermaria. Vimos relatos chocante de um preso que estava com uma enorme hérnia no umbigo, e esperava ser operado a 12 anos. Um doente mental em situação de abandono e um outro preso com um pé muito infeccionado, que provavelmente irá ter que ser amputado, só para citar alguns casos. Um detento diz que a “saúde está de ponta cabeça” e o encarregado da enfermaria resume a situação com a frase “estamos sem eira nem beira”. É impressionante e lastimável o realismo com que a enfermaria do presídio é mostrada.

Vimos também como funciona o sistema de progressão de regime, onde o preso se dirige ao centro de classificação, faz uma petição solicitando a progressão de regime e aguarda a resposta. Acompanhamos a emoção de um preso que ganhou o direito a saidinha para passar uns dias com a família. A ansiedade, a emoção do reencontro com a família, a emoção da volta. Outro momento de muita emoção são as cartas e mensagens que os presos recebem dos familiares e amigos.

No Pavilhão 7, vemos a importância do trabalho das igrejas evangélicas dentro presídio. Filmam um culto da Assembléia de Deus, que reúnem dezenas de presos, que tentam encontrar na fé um conforto para tanta dor. Não sofrem tantos castigos físicos, mas o castigo maior é o da alma, que sangra. O pastor Adeir fala da importância da Igreja para os detentos, principalmente no trabalho de humanização dos mesmos.

O documentário também critica os descasos da Administração Publica, que tem levado os presos a serem vitimas da violação dos direitos humanos no Brasil,

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