Resenha Crítica do filme “A voz do Coração”
Por: ianspinola • 12/2/2016 • Resenha • 912 Palavras (4 Páginas) • 2.857 Visualizações
Resenha Crítica do filme “A voz do Coração”
(“Les Choristes” - França- 2004)
“A voz do coração”, filme de Christophe Barratier, retorna à França da em 1949, três anos depois do fim da 2ª Guerra Mundial-, momento em que diversas mulheres, no momento da batalha militar, foram hostilizadas sexualmente, sofrendo agressões físicas, psíquicas, e além de tudo isso, vários companheiro e filhos foram assassinados durante a guerra.
Como conseqüência desses abusos, diversos bebês foram gerados por conta desses abusos sexuais; diversas crianças foram desamparadas; diversos pais assassinados; diversas jogadas nos pensionatos. Isso se deveu ao fato de vários pais terem sido mortos durante a guerra, não tendo pessoas suficientes para trabalhar, o que ocasionou na falência economicamente da França. As esposas por sua vez, foram obrigadas a deixar a vida de dona de casa, não podendo participar ativamente da educação e criação das crianças. Para garantir o pão de cada dia, começaram a trabalhar nas fábricas. Na época, o Estado aproveitou a situação para demonstrar com satisfação o quanto era gratificante o trabalho feminino, usando a mídia para incentivá-las cada vez mais a trabalhar.
Assim sendo, depois de todo o relato histórico acima, percebe-se que o filme relata a tragédia dessas crianças sem pai nem mãe, nem casa para morar, sem família, sequer com condições de estudo para um futuro relativamente promissor, pois nem o direito a educação os mesmos tiveram mais. Até mesmo os que foram jogados nos orfanatos, não tinham incentivos para serem capacitados, pois a própria instituição não tinha essa preocupação em ensinar permitindo se tornassem cidadãos críticos. Eles eram reprimidos, humilhados e assim que chegavam à escola, eram recebidos com essas palavras: “Vocês estão no fundo do poço.”
Percebe-se que a escola não tinha respeito pela dor dessas crianças, nem tão pouco se preocupava com o seu futuro e a sua aprendizagem. Mas com a chegada de Clémente Mathieu, professor de música, as coisas começam a mudar.
Didaticamente falando, a escola nada se parece com os parâmetros normais e habituais de uma instituição onde o que prevalece é o processo de ensino-aprendizagem. Isso se afirma quando o diretor da escola Rachin, diz que a única forma de se corrigir essas crianças é a lei da ação e da reação. Essa era a forma dessas crianças que estavam nesse internato ou escola, como ele gostava de chamar, se sentirem acuadas e amedrontadas, sentindo-se cada vez mais tristes. Caso não se comportassem, eram trancadas num quarto, estilo solitária.
Essa forma grosseira, hostil e covarde de educar essas crianças, obrigava de todas as formas que eles tivessem excelente comportamento, porém viviam cheio de medo. A resposta para esse tipo de educação repressora, era que essas crianças se tornavam cada vez mais agressivas, sem nenhuma alta estima, pois não tinha naquele lugar nada que os permitissem sonhar, nenhum tipo de afeto nem carinho.
Depois que o professor de música chega à escola, a vida dessas crianças passa a ter cor. Ele começa então a levar esses alunos a descobrirem que a vida tem sentido, tem futuro, e que cada um deles pode ser feliz. O professor passar avaliar as habilidades ofertando a todos eles carinho, atenção, estimulando a auto-estima, fazendo-se sentir úteis, reprodutores de sua própria felicidade, não sendo vistos somente como um objeto dentro de sala de aula.
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