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Resenha De Livro

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Por:   •  27/10/2013  •  624 Palavras (3 Páginas)  •  290 Visualizações

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Ensaio sobre a cegueira

O livro narra, já na primeira página, um acontecimento com um motorista que subitamente fica cego; uma cegueira branca que depois de algum tempo acaba se espalhando como uma epidemia.

As primeiras pessoas que ficam cegas acabam sendo levadas para um antigo manicômio que estava desativado e que não possuía infra-estrutura alguma, e cada vez mais cegos chegam ao local, deixando-o lotado.

Além das guerras e conflitos que os internos têm que enfrentar lá dentro, ainda são obrigados a lidar com a rejeição da sociedade que os discrimina.

Os internos não sabem nada do que se passa do lado de fora, pois estão completamente isolados, as poucas notícias que conseguem saber chegam por um radinho de pilha que um dos doentes tem, mas que depois de certo tempo para de funcionar. Todos que estão lá dentro, presos como animais, tem que se sujeitar a atos terríveis para conseguir um pouco de comida, de água ou de qualquer outra coisa que necessitem.

Alguns dos cegos, que por um motivo ou outro acabam falecendo lá dentro, vão sendo empilhados em um canto para serem enterrados pelos cegos que estão vivos e nem ao menos os conhecem.

Depois de vários dias trancafiados dentro do manicômio as pessoas percebem que o movimento dos soldados que guardavam o local diminui e como não sabem o que está acontecendo, resolvem fugir. Ao saírem, perceberam que o lugar havia sido abandonado e com isso chegam à conclusão de que toda a população havia ficado cega, e a cidade virado um caos.

Dentre toda a população, apenas uma mulher continuou a enxergar, ela era a mulher do médico, durante todo o tempo, esteve dentro do manicômio junto com os outros ajudando a quem precisasse, mas sem que ninguém soubesse a verdade, apesar de muitos desconfiarem.

É interessante notar que as personagens não têm nome, Saramago, ao escrever o livro, deixou os nomes de lado e usou palavras que identificassem as pessoas pelo que elas eram - o médico, a mulher do médico, o ladrão, etc. Já que num mundo de cegos não se conhece a fisionomia das pessoas, não é necessário que se de nome a elas, e sim que se usem palavras que as caracterizem.

Após todos terem ficado cegos, e a cidade (que é em lugar nenhum) ter se tornado um caos total, as pessoas acabam aprendendo a conviver com a cegueira e se conformando com a situação imposta pelo problema. Aos poucos compreendem que não podem fazer nada sozinhas, que precisam de ajuda umas das outras e quão importante é enxergar, e não apenas ver, e como é importante apreciar o que se enxerga.

A partir dessa consciência elas voltam gradativamente a enxergar.

Na minha opinião esse livro surgiu da reflexão do escritor sobre os dias de hoje, e essa foi a maneira encontrada por ele de fazer com que seus leitores refletissem também sobre o assunto.

Essa grande cegueira repentina nos mostra como está o mundo hoje e que apesar de não estarmos cegos, é como se estivéssemos, pois as pessoas estão cada vez mais egoístas e só pensam em si próprias e em como fazer o melhor para si. Um bom exemplo disso, usando o livro, é a mulher do médico que em nenhum momento durante toda a história fica cega, e talvez por coincidência ou não, ela é a única personagem que sempre ajuda e compreende os outros, jamais

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