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Resenha Do Testo Microfisica Do Poder

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Por:   •  13/6/2014  •  1.376 Palavras (6 Páginas)  •  518 Visualizações

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Através de sua análise genealógica do poder Foucault tenta estabelecer uma relação entre os micros poderes vigentes em uma sociedade e os saberes concebidos através desses poderes, gerando os indivíduos, com isso gerando uma análise ascendente do poder , não convergindo com a análise descendente do poder, a qual tem o Estado como poder central dentro da sociedade.

Robert machado inicia o texto através de uma introdução a genealogia do poder, citando diversas obras de Foucault, desde a história da loucura até as análises dos micros poderes. As análises genealógicas de Foucault buscam explicação nos saberes gerados através das relações de poder, que são inclusas em um discurso político positivo. Um dos principais pontos a se frisar dentro da genealogia do poder de Foucault é que o poder não possui um termo geral, ou seja, não existe uma teoria geral do poder, o poder não é algo que se encontra historicamente formado e dominado por determinado grupo ou instituição dentro do aparelho do Estado. O poder encontra-se em uma rede de relações, que por sua vez geram saberes, discursos de verdade, que perpetuam dentro da sociedade e navegam por essa rede social de relações de poder, não estando sobre o comando de um poder central.

A genealogia de Foucault não tenta gerar uma ciência ou uma teoria do que é o poder e sim fazer analises fragmentas de maneira particular para que seja possível analisar asdiversas formas de poder vigentes em uma sociedade. Através dessas análises, ocorreu um deslocamento dentro da ciência política, com a limitação do Estado como a base fundamental da investigação de Foucault sobre o poder. Com o estudo da formação histórica da sociedade capitalista, através de pesquisas sobre o nascimento de instituições como as carcerárias, pedagógicas, psiquiátrica etc. Foucault vê a formulação de discursos de verdade por parte destas instituições, gerando as relações de poder, que ele veio a chamar de relações capilares, porosas ou sub-relações de poder.

Esses discursos formulados por essas instituições, seja o discurso da pedagogia, medicina ou psiquiatria, não possui uma vinculação direta com o Estado, o que significa que a relação de poder gerada entre um médico e um indivíduo não possui sua base no Estado, o Estado não comanda essas relação inter pessoais de poder de maneira direta. O que ele observa é a existência de diversas formas de exercício de poder, que são articuladas pelo Estado, o que é extremamente necessário para a sustentação da atuação estatal como mantedora da ordem.

Foucault não vê o Estado atuando diretamente sobre os indivíduos, ele observa uma dissonância do estado e as instituições gerando formas de poder mais regionalizadas e concretas, que invadem o cotidiano dos indivíduos, gerando os micros poderes e atingindo as realidades mais concretas dos indivíduos. Os micro-poderes, ou sub-poderes não foram criados nem dentronem fora do estado, eles foram reduzidos a uma forma ou manifestação do aparelho central que é o Estado. Esses poderes moleculares se exercem em níveis variados da rede social e nesse complexo eles aparecem integrados ao Estado ou não, o que não possui nenhuma relevância dentro da análise de Foucault. Muitas vezes ocorrem mudanças nas micro-relações de poder que não estão vinculadas, necessariamente, a uma mudança no Estado, com isso Foucault chega a conclusão que nem a tomada do controle ou destruição de um Estado é suficiente para acabar com as características que definem e dão origem ao modo de produção capitalista, em outras palavras, uma revolução por si só não é suficiente para alterar a estrutura social, mas sim a alteração das relações do poder, das relações entre os micro-poderes, que geram os saberes difundidos dentro da sociedade capitalista.

Com isso, é correto afirmar que Foucault não legitima uma analise descendente do poder, mas sim uma análise ascendente, o que significa que ele não observa o Estado como um poder único que rege os outros poderes da sociedade, estando no topo da pirâmide social atuando sobre os diversos micro-poderes na sociedade.

Esse caráter relacional do poder, geralmente, é visto através de um olhar negativo, pois tende a agir diretamente sobre o corpo do indivíduo, moldando seu comportamento e vida social. A repressão sexual das crianças, assim como os valores e costumes sociais, o encarceramento de indivíduos transgressoresdas leis vigentes, são disseminados, regularizados e mantidos com base nessa característica relacional do poder. Entretanto, esse caráter relacional do poder possui também uma visão positiva, estado contida no aprimoramento do comportamento humano, nas adequações sociais perante as leis e costumes embasados na melhoria da vida em sociedade. Discursos de verdade exercidos por diversas instituições dentro de uma sociedade, são elaborados e discernidos com uma objetividade positiva, tendo em vista que as instituições, produtoras desses discursos, acreditam de fato que estão desenvolvendo verdades que visão o bem estar social coletivo. Esse tipo de relação de poder, ou relação molecular de poder, ocorrida nas extremidades da rede social, difere de outros tipos de poder, como o poder judiciário, que tende a vigiar e punir. Foucault define esse poder como “poder disciplinar” ou, simplesmente, disciplina. Esta disciplina não se

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