Resenha Insite JOB
Trabalho Universitário: Resenha Insite JOB. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jrpaiva • 4/2/2014 • 956 Palavras (4 Páginas) • 386 Visualizações
INSIDE JOB é um documentário escrito, produzido e dirigido por Charles Ferguson, lançado em 2010 e vencedor do Oscar de melhor documentário em 2011 que revela o lado obscuro de Wall Street e todo o processo que se desenrolou, apresentando argumentos convincentes sobre a história da pior crise econômica já enfrentada no mundo desde a quebra da bolsa de Nova York em 1929.
O filme é iniciado destacando a Islândia como um país que servia como exemplo para o mundo por sua democracia estável, pelo alto padrão de vida dos habitantes e pelo baixíssimo nível de desemprego e dívida pública e que viu este quadro mudar após decisões fundamentais para que isso acontecesse iniciadas no ano 2000, como políticas de desregulamentação adotadas pelo governo e a privatização dos três maiores bancos do país que acumularam US$120 Bilhões de dólares em empréstimos, frente a um PIB anual de US$13 Bilhões de Dólares.
O fato é que os empréstimos eram tomados sem critérios e a circulação dessa grande quantia de dinheiro acabou por influenciar o mercado, criando bolhas de valorização irreal, onde se percebe a multiplicação do preço de ações e do valor dos imóveis. A partir de então, essa onda se espalhou por diversas economias, atingindo os Estados Unidos sobre o qual INSIDE JOB se concentra.
Ferguson traça uma linha histórica do setor financeiro americano, antes e depois da década de 80, onde fica patente que o governo agia a favor do povo prezando por suas economias, até começar a fazer o oposto e trabalhar a favor da indústria financeira. A permissão para a compra de pequenas instituições por grandes grupos fez com que a economia ficasse refém da prosperidade destes, fato contra-indicado há tempo pela legislação americana, pois em havendo manobras desestabilizadoras e surgimento de grandes prejuízos a estas instituições, fatalmente impactariam diretamente a macroeconomia.
Ele demonstra as relações de poder e a “contaminação” de diferentes governos dos Estados Unidos por interesses de banqueiros e executivos do sistema financeiro. As “relações perigosas” são colocadas às claras, inclusive destaca papel fundamental protagonizado por renomadas universidades como Harvard e Columbia, que supostamente ministravam os cursos de economia e negócios visando aos interesses de empresas das quais recebiam para prestar consultorias. Com isso, o espectador passa a prestar mais atenção em informativos e estudos divulgados por determinados bancos e agências contratadas por conglomerados financeiros.
Uma mudança fundamental que permitiu a crise financeira e global, à semelhança da Islândia, foram a desregulamentação de derivativos e outras inovações financeiras a partir dos anos 2000, tornando o sistema financeiro mais “rentável, concentrado e poderoso” e o papel das agências de Rating classificando instituições à beira da falência com Triplo A (AAA).
O diretor explica como funciona a “cadeia alimentar da titularização, um novo sistema que ligava trilhões de dólares de hipotecas e outros empréstimos com investidores em todo o mundo”. Com exemplos simples, Ferguson mostra como o sistema financeiro mudou o seu sistema de atuar, tornando o capital muito mais arriscado do que em qualquer outra época histórica. Consequentemente, evidencia-se a bolha imobiliária nos Estados Unidos, mesma lógica vista na Europa e em outras partes e que pode continuar acontecendo se não forem estabelecidas regras e limites. De fato, muita gente ganhou muito dinheiro com toda essa crise e caos, ao custo do emprego e das rendas de tantas e tantas outras pessoas ao redor do mundo, algumas co-responsáveis, por assim dizer, porque aplicaram os seus investimentos em opções de alto risco.
Como
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