Resenha do Livro Estação Carandiru

Resenha do Livro Estação Carandiru

Escrito por Dráuzio Varella que nasceu em São Paulo no ano de 1943, formado em medicina pela USP, trabalhou por vinte anos no Hospital do Câncer e voluntariamente na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos, o livro Estação Carandiru conta as experiências vividas pelo autor durante todo seu período de serviço voluntário naquele local.

A escolha do autor por prestar serviço voluntario como médico no Carandiru, foi devido ao fato de estar concentrada uma grande população com as doenças mais temidas da época como a AIDS. Mas apesar de ser médico, Dráuzio ficou sendo referenciado pelos que leram o livro como um antropólogo, pelo fato de tratar as situações mais de uma maneira sociológica do que relacioná-las com a área médica.

A narrativa começa com a apresentação de todos os pavilhões do maior presídio do país, que abrigava mais de sete mil presos da justiça, com tamanha riqueza de detalhes que o leitor consegue viajar claramente por cada ambiente do presídio.

Conta as inúmeras histórias dos presos, das condições desumanas, da violência sofrida pelos presos e na maioria das vezes pelos próprios presos e principalmente o que chama mais a atenção do leitor é além das penas em que foram condenados, todos seguiam um código penal tácito, criado pela própria população carcerária e por ela imposto. Descumprir esse código podia equivaler à morte.

O Carandiru, exemplo de sistema penitenciário antiquado e desumano, foi desativado em dezembro de 2002 e teve três de seus sete pavilhões implodidos.

Estação Carandiru apresenta uma linguagem de fácil entendimento, e a sua leitura é totalmente viciante e envolvente.