Resenha do filme: Patch Adams: o amor é contagioso
Por: Maria Martha Magalhães • 12/5/2017 • Resenha • 1.348 Palavras (6 Páginas) • 15.055 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERRAL DO SUL DA BAHIA
BIOÉTICA E ÉTICA NA PESQUISA
Atividade proposta: Resenha do filme Patch Adams: o amor é contagioso
Maria Martha Magalhães e Martins
O filme Patch Adams: o amor é contagioso conta a história de Hunter Adams, que após tentativa de suicídio e ver sua vida perder totalmente o sentido, toma a decisão de se internar voluntariamente em um hospício. Durante sua internação, ele observa como o médico tratava os pacientes, tratamento este que era de forma impaciente e desumana.
Durante a convivência com os outros internos, e sentindo necessidade própria notou que as pessoas ali precisavam ser ouvidas. Assim, com seu colega de quarto, cria uma relação amistosa, e o ajuda a superar o seu transtorno psíquico: os delírios em que via esquilos, os quais lhe causavam medo e o impediam de realizar atividades cotidianas. Através de um diálogo, e de forma humanizada, o Patch, juntamente com seu colega, travam uma guerra contra esses esquilos, matando-os, assim, ele não diminuiu o problema do seu colega.
A partir da experiência, chega à conclusão que o pouco de atenção que uma pessoa recebe, desencadeará uma mudança no comportamento dela e assim, tentou dialogar a respeito de mudanças de condutas com o médico responsável. O médico não concorda com suas teorias e este afirma que ele sabe o que está fazendo e que ele é o médico. Assim, Patch descobre o seu desejo em ajudar as pessoas e em ser médico, com isso pede sua alta médica e vai embora, decidido a fazer medicina e com a determinação de ser um médico que fará a diferença e renovará a relação de tratar a doença.
Logo nos primeiros períodos do curso, descobre que não poderá estabelecer um contato direto com os pacientes e vê atitudes incompatíveis com os seus princípios e vontades que o fizeram entrar numa Universidade de medicina. Uma frase bastante impactante de um professor retrata uma visão pautada no conceito médico-hospitalocêntrico, em que os médicos são vistos como deuses e são os únicos capazes de trazer a cura: “vamos transformá-los em seres humanos melhores, vamos transformá-los em médicos”. Os médicos só tratavam as doenças, não viam o paciente como um todo, os pacientes eram conhecidos por suas enfermidades e não pelos nomes, além disso, diálogos
eram dificultosos, uma vez que o linguajar dos médicos para com os pacientes era totalmente técnico.
A fim de aliviar e diminuir a dor dos pacientes, Patch de um modo leve e irreverente decide levar alegria e sorrisos ao hospital. Ele acreditava que era necessário não somente tratar o corpo, ou seja, somente a parte física do ser humano, era necessário que a alma e o espírito também deveriam estar saudáveis. Saúde para ele era o bem-estar físico e mental, acreditava que para se cuidar de alguém, era necessário se importar, era necessário estabelecer vínculos, ver o paciente como um ser completo. Com isso, passa a exercer uma jornada dupla entre as aulas e as empreitadas escondidas no hospital e ainda assim era o melhor aluno de sua classe, o que gera grande desconforto ao reitor, que justifica esses desvios de regra para expulsá-lo e alega que ele é “excessivamente feliz”.
Cabe salientar que a história retratada no filme é baseada é fatos reais e permitiu criar um movimento que se espalhou por todas as partes do mundo, inclusive no Brasil. Aqui temos uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos chamada “Doutores da Alegria”, que utiliza a arte por meio de palhaços para intervir junto às crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos e ambientes adversos. A partir dessas visitas aos doentes, médicos e outros profissionais, a partir do riso, do canto, e de outras terapêuticas, tiram dos pacientes uma força adicional, criando assim, um entusiasmo adicional e uma energia extra. Assim, pautadas nas ações do Patch Adams, são pautados em ações que visam a melhoria da qualidade de vida e da saúde do indivíduo e não apenas o adiamento da morte, diminuindo, dessa forma, o seu sofrimento.
Patch Adams foi um homem que não mediu esforços para mostrar o que acreditava, para ele não existia limites, restrições e normas, possuía uma leviandade, alegria que contagiava todos, assim, mostrava que não era somente a ciência que era capaz de curar uma pessoa. Com isso, o filme levanta discussões acerca do conceito de ética.
No filme é evidente o distanciamento entre o médico e paciente, a frieza com que o indivíduo é tratado e na escola médica, vistos apenas como objetos de estudo. Encaram o paciente puramente como a doença e não o ser humano em sua totalidade. Uma pessoa vai ao atendimento em uma Unidade de Saúde procurando ajuda para algum problema e por isso deve ser ouvida com cautela e muita atenção. Deve-se levar em consideração
também o modo de falar com o paciente, deve ser de forma respeitosa e sem julgamentos. Nos componentes de Propedêutica, foi evidenciado o aspecto de que a relação entre médico e paciente deve ser algo profissional, mas com a máxima de que o profissional deve receber o paciente com um olhar humano e solidário.
Sob esses aspectos é importante salientar e aplicar o conceito de empatia, em que o profissional tem a capacidade psicológica de se colocar no lugar no outro, e assim, tem a capacidade de compreender todo o seu sofrimento e angústia. A partir desse momento, em que uma relação horizontal é estabelecida, vínculos são criados e uma relação de confiança proporciona um diálogo em que o paciente pode expor, sem medo e sem esconder algo, tudo o que lhe incomoda. Ao explanar o que sente, o médico deve ter uma postura profissional, com olhares atentos, uma escuta ativa e principalmente se sensibilizar com os dizeres. Através dessas e outras condutas, pode-se estabelecer o melhor tratamento para sanar ou minimizar a enfermidade.
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