Resenha do livro trecos trocos e coisas

Resenha do livro: Trecos, troços e coisas

  "Por que a indumentária não é algo superficial” é o primeiro capitulo do livro trecos, troços e coisas, onde, a princípio, o autor, Daniel Miller desconstrói a visão popular e acadêmica de "treco", tratando da indumentária, pois ele acredita na capacidade dos "trecos" nos transformarem em seres sociais, devido ele não crer na ideia de serem meros signos ou símbolos superficiais.

  Miller toma como orientação de sua narrativa as considerações sobre os diversos significados do vestuário para mulheres sem-teto em Trinidad, do sári, vestimenta feminina tradicional indiana e das práticas de consumo de roupas em Londres. Adiante das descrições que o autor sugere a estes três exemplos, as avaliações comparativas redigidas por Miller acerca do colocação da indumentária nestes espaços geográficos tão peculiares remetem sobre a tese de que as roupas, tanto para caribenhas, indianas e inglesas, não operam como meros apetrechos  simbólicos ou expressões artificiais para quem as veste, mas sim, atuam de modo decisivo na composição do “eu” destas pessoas; é fundamental compreender a relação com a roupa que se mostra mais peculiar a Londres, em relação a Índia ou a Trinidad.

    Para o autor, mais do que representar, as roupas constituem. Ele coloca que "um estudo da indumentária não deve ser frio; precisa evocar um mundo tátil, emocional e íntimo dos sentimentos", ou seja, se deve apresentar as mais diversas questões, e logo em seguida, as possíveis soluções para as mesmas devem ser mostradas. O desfecho do capítulo se faz com uma breve introdução aos próximos capítulos.

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