Residuos De Laboratorio
Artigos Científicos: Residuos De Laboratorio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mayaravglima • 9/3/2015 • 7.725 Palavras (31 Páginas) • 533 Visualizações
Introdução
Discutir a questão de resíduos gerados em laboratórios é tratar de uma polêmica problemática de ampla abrangência em relação à saúde humana e ao meio ambiente.
Resíduos: Qualquer substância que resulta de uma atividade no laboratório.
Resíduos perigosos: materiais, substâncias ou misturas de substâncias com potencial de causar danos a organismos vivos, materiais, estruturas ou ao meio ambiente;ou ainda, que podem tornar-se perigosos por interação com outros materiais.
Dano: explosão, fogo, corrosão, toxicidade a organismos ou outros efeitos deletérios.Certos reagentes químicos são nocivos para a saúde das pessoas que os manipulam ou que inalam os seus vapores. Além dos venenos notórios, certo número de reagentes químicos é conhecido como tendo vários efeitos tóxicos. Devemos observá-los e não descartá-los diretamente na pia ou no lixo, pois causariam graves deteriorações ao nosso meio ambiente.
Resíduos Químicos Líquidos Não Perigosos
Soluções aquosas de sais inorgânicos de metais alcalinos e alcalinos terrosos: NaCl, KCl, CaCl2, MgCl2, Na2SO4, MgSO4 e tampões PO43, não contaminados com outros produtos, podem ser descartados diretamente na rede de esgoto, respeitando-se os limites estabelecidos nos decretos estaduais 8.468/1976 e 10.755/1997.
Segundo as normas da ABNT (NBR 12809 e 10004), o resíduo que não for classificado como perigoso pode ser tratado como lixo comum e, portanto, pode ser descartado no lixo ou no esgoto urbano. Entretanto, no caso de resíduos químicos toda atenção e cuidado devem ser tomados. A melhor opção é nunca descartar em lixo ou rede de esgoto. Verifique a possibilidade de doação, reciclagem ou recuperação. Procure sempre usar o bom senso. Se a opção de descarte na rede de esgoto ou no lixo comum for a mais adequada, algumas regras devem ser seguidas rigorosamente:
• Compostos solúveis em água (pelo menos 0,1g ou 0,1mL/3 mL) e com baixa toxicidade podem ser descartados na rede de esgoto somente após diluição (100 vezes) e sob água corrente (listagem de produtos tóxicos disponíveis em www.pcarp.usp/lrq). Para os compostos orgânicos é preciso que também sejam facilmente biodegradáveis. Quantidade máxima recomendável: 100 g ou 100 mL/dia. Nas Tabela I encontra-se as listas de compostos comuns em laboratórios que podem ser descartados na rede de esgoto e na Tabela II os que podem ser descartados no lixo.
• Misturas contendo compostos pouco solúveis em água, em concentrações inferiores a 2% podem ser descartados em pia.
• Toxinas podem ser muito perigosas em concentrações baixas e, portanto recomenda-se a sua destruição química antes do descarte.
• Compostos com ponto de ebulição inferior a 50 oC não devem ser descartados na pia, mesmo que extremamente solúveis em água e pouco tóxicos. Lembrar que substâncias inflamáveis podem ser um perigo potencial de incêndio ou explosão.
• O pH de soluções aquosas deve estar na faixa 6,0 – 8,0. Submeter as soluções que estejam fora desta faixa de pH a uma neutralização; somente após este cuidado descarte o resíduo.
• Gases nocivos ou mal cheirosos ou substâncias capazes de criar incômodo público não podem ser descartados como resíduos não perigosos.
O descarte do resíduo químico somente poderá ser efetuado se o composto se enquadrar em todas as seis regras descritas. A não obediência de pelo menos uma das regras inviabilizará o descarte em lixo comum ou esgoto.
Resíduos Químicos Líquidos Perigosos
Materiais que não foram misturados com outras substâncias devem ser mantidos nas embalagens originais. Na impossibilidade da utilização da embalagem original e para acondicionar misturas, deverão ser usados galões e bombonas de plástico rígido fornecidos aos laboratórios, resistentes e estanques, com tampa rosqueada e vedante.
• Encher o frasco somente até 90% da sua capacidade.
• Quando forem utilizadas bombonas ou galões de 20 litros ou mais, estes devem ser preenchidos até 3/4 da capacidade total.
Soluções de ácidos ou bases inorgânicas
H2SO4, HCl, H3PO4, HNO3, KOH, NaOH, Na2CO3, K2CO3, NaHCO3, KHCO3.
Devem ser diluídas e neutralizadas, podendo então ser desprezadas na rede de esgoto, desde que não contaminados com outros produtos, respeitando-se os limites estabelecidos nos decretos estaduais 8.468/1976 e 10.755/1997.
Soluções de sais de metais de transição
Prata, chumbo, mercúrio, cromo, ósmio, etc. Podem ser misturados em recipientes identificados, respeitando se as possíveis incompatibilidades. Cada recipiente deve ser corretamente identificado.
Os laboratórios capacitados podem precipitar e filtrar o material. A fase líquida deverá ter destinação adequada, conforme sua composição, e o precipitado deverão ser descartados como resíduo químico sólido.
Colocar em cada caixa apenas reagentes do mesmo grupo de risco, não aproveitar o espaço em uma caixa para colocação de substâncias de grupos diferentes. Para evitar atrito entre os frascos, colocar jornal ou papelão entre eles.
Todos os sacos/caixas que saem do laboratório devem ser identificados por meio do preenchimento dos campos impressos na etiqueta e afixados na própria embalagem.
Juntamente com o material, os laboratórios deverão encaminhar a “Ficha para inventário de resíduos” devidamente preenchido, não sendo permitida a inclusão ou exclusão de qualquer item, após o envio do formulário.
Coleta de Lixo de Laboratório
O lixo de laboratório pode ser coletado para descarte em recipientes separados de acordo com o tipo de produto químico envolvido. Os recipientes podem, por exemplo, ser rotulados de acordo com a programação descrita abaixo e rotulados com as letras A – K. Ao fazer isso, precisa ser garantido que os produtos químicos coletados em qualquer uma das categorias não têm possibilidade de reagir uns com os outros. Pelo menos uma verificação deve ser feita para conteúdos ácidos e básicos. Quaisquer empresas de descarte requerem uma solução neutra para ser fornecida.
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