Resíduos Sólidos

Se a humanidade pretende viver sustentavelmente neste planeta é preciso aprender efetivamente que “a Terra é uma totalidade complexa física/biológica/antropológica, que a vida é uma força organizadora biofísica em ação na atmosfera que ela criou, sobre e debaixo da terra, nos mares, onde ela se espalhou e se desenvolveu. A humanidade é uma entidade planetária e biosférica” (MORIN, 2005).

Assumir a premissa de que “as organizações que aprendem são aquelas que terão sucesso” e que cultivar o comprometimento e a capacidade de aprender, exercitando, de maneira integrada, as cinco disciplinas: “domínio pessoal, modelos mentais, aprendizagem em equipe, construção de uma visão compartilhada e pensamento sistêmico” propostas por SENGE (2009) é um desafio que pode ser bem recompensado com a contribuição para o exercício da responsabilidade ambiental e social na formação do profissional.

O relatório da Unesco sobre a Educação no século XXI define horizontes, princípios e orientações, considerando a necessidade de uma educação dinâmica, que envolva efetivamente a participação democrática, que promova o desenvolvimento e a cooperação internacional (DELORS, 1996). O autor considera a Universidade como “um local de cultura e de estudo aberto a todos” e suscita que “seja reconhecida a missão da Universidade, e até as suas responsabilidades, na participação em grandes debates relacionados com a concepção e com o processo de transformação da sociedade”.

Somado a isso é importante considerar que a universidade deve, ao mesmo tempo, adaptar-se às necessidades da sociedade contemporânea e realizar sua missão transecular de conservação e enriquecimento de um patrimônio cultural, sem o que não passaríamos de máquinas de produção e consumo, de acordo com (MORAN, 2010).

A Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/1999) define educação ambiental como “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (BRASIL, 2010). A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) define, em seu artigo 8º, a educação ambiental como um de seus instrumentos (BRASIL, 2010).

Um grande desafio que tem sido imposto à sociedade atual, além de repensar a produção e o consumo excessivo de bens, é o estabelecimento de uma gestão integrada de resíduos sólidos e manutenção de um ambiente equilibrado e saudável. O sétimo objetivo do milênio proposto pela Organização das Nações Unidas em 2002: “qualidade de vida e meio ambiente” considera a produção excessiva de lixo como um dos problemas mais graves enfrentados pela humanidade (ONU, 2002).

Uma das abordagens que pode ser utilizada na formação dos engenheiros é o exercício de uma educação para uma cabeça bem feita, que acabe com a disjunção entre a cultura científica e a cultura das humanidades, que daria capacidade para se responder aos desafios da globalidade e da complexidade da vida cotidiana, social, política, nacional e mundial (MORAN, 2010).

O autor propõe também o investimento na aptidão de problematizar e de realizar ligação entre os conhecimentos. Esta ligação é possível por meio do ensino