SEGURANÇA DO TRABALHO
Monografias: SEGURANÇA DO TRABALHO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: GracyColla • 5/5/2013 • 2.477 Palavras (10 Páginas) • 415 Visualizações
ÍNDICES DE PERICULOSIDADE: ORIENTAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO
DE PERIGO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Marcus E M da Matta1
Introdução
O modelo de desenvolvimento adotado pela sociedade contemporânea, com o
rápido progresso da Ciência e da Tecnologia, conquistou o poder de transformar de
inúmeras maneiras e em escala sem precedentes o meio ambiente2
. A produção de novas
substâncias químicas sem a avaliação completa de sua periculosidade proporcionou e
proporciona diversas ameaças ambientais.
A classificação e comunicação do perigo de substâncias químicas podem atender
a inúmeros propósitos, sejam eles: no ambiente ocupacional para gestão do risco
químico; para a comunidade em geral quando afetada indiretamente por derramamentos,
acidentes químicos e contaminação crônica; na área agrícola para aplicação e descarte
de embalagens de praguicidas; para o governo na gestão da qualidade ambiental e risco
químico, entre tantas outras.
Existem diversos sistemas para classificação de perigos, que atendem a objetivos
distintos. Neste artigo serão abordados alguns deles e serão discutidos aspectos
relevantes à comunicação de perigo.
Avaliação do perigo
O perigo de uma substância química, produto químico, resíduo industrial, solo
contaminado, ou outro tipo de amostra ambiental complexa, está nas propriedades /
potencialidades intrínsecas deste agente causar efeitos nocivos.
Uma substância química pode ser perigosa para a saúde humana, para diferentes
espécies em um ecossistema, ou ainda ser severamente nociva pela contribuição indireta
como agravadora do efeito estufa, destruição da camada de ozônio, formação de ozônio
troposférico e deposição ácida em chuvas.
Essas características podem ser medidas a partir de múltiplas linhas de
evidência, que são estabelecidas pela caracterização físico-química da substância ou
1
Doutorando em Ciências pela Faculdade de Medicina-USP. Especialista em Gestão Ambiental pela
Faculdade de Saúde Pública-USP, Turismólogo e graduando em Engenharia Ambiental pela Faculdades
Oswaldo Cruz. E-mail: marcus@intertox.com.br.
2
Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano – Estocolmo junho de 1972
RevInter Índices de periculosidade: orientação para identificação de perigo de substâncias químicas
Marcus E. M. da MATTA 63 Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, vol.2, nº1, fev, 2009.produto químico e pela avaliação de sua toxicidade em organismos teste (Chapman,
2007).
No processo de avaliação de risco uma etapa fundamental é a identificação e
caracterização do perigo. A depender do objetivo da investigação, o receptor alvo é
avaliado com sendo isoladamente o homem, ou, em outros casos, como os indivíduos de
um ecossistema, respectivamente nas metodologias de avaliação de risco à saúde
humana da USEPA (USEPA, 2000) e avaliação de risco ecológico da USEPA (USEPA,
1998).
Existem outros processos que utilizam a avaliação de perigo. Os agrotóxicos
produzidos, importados, exportados, comercializados e utilizados no Brasil devem ser
registrados nos órgãos federais competente, Ministério da Agricultura, Ministério da
Saúde – ANVISA e Ministério do Meio Ambiente – IBAMA (Lei 7.802, 11/07/89; Dec.
98.816, 11/01/90; Dec. 991, 24/11/93; Dec. 4.074, 04/01/02), nos quais se aplica a
metodologia de avaliação do Potencial de Periculosidade Ambiental (PPA) (Portaria
IBAMA nº 84, 15/10/96).
No sistema de avaliação do PPA são consideradas múltiplas linhas de evidência.
Por exemplo, a positividade nos testes de mutagênese, teratogênese, reprodução em
mamíferos e carcinogênese é decisiva à reprovação do registro e não entra com
evidências na classificação de perigo. Enquanto os parâmetros de persistência e
bioacumulação recebem peso de evidência 2, os de transporte e a ecotoxicidade peso 1.
O resultado da ponderação conforme o sistema de classificação atribui ao produto
técnico e formulado um índice quantitativo: Classe I - Produto Altamente Perigoso;
Classe II - Produto Muito Perigoso; Classe III - Produto Perigoso (medianamente);
Classe IV - Produto Pouco Perigoso.
Quando o objetivo é avaliar o perigo de substâncias químicas para elaboração de
Fichas de Informações de Segurança de Produto Químico (FISPQ) ou rotulagem de
produtos químicos, existem outras metodologias de classificação que diferem entre
países. O Sistema Global Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
Químicos (GHS) vem sendo implantado
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