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Samuel Klein

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Por:   •  9/9/2013  •  5.720 Palavras (23 Páginas)  •  493 Visualizações

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Samuel Klein

Samuel Klein nasceu na Polônia. Com o pai aprendeu a profissão de marceneiro. Quando os nazistas invadiram a Polônia, foi levado com o pai para Maidanek, o terceiro maior campo de extermínio dos judeus durante a Segunda Guerra. A mãe e os irmãos mais novos foram levados para reblinka, de onde nunca mais saíram.

Em 1944, quando o Exército Vermelho da Rússia avançava sobre os nazistas para libertar a Polônia, Samuel Klein com outros prisioneiros foi levado rumo a Auschwitz. Como não havia mais trens, teriam de caminhar os 50 quilômetros a pé, em direção ao rio Vizla, o maior da Polônia, região de fronteira. Quando parou em vasto campo de trigo, Samuel decidiu colocar em ação um plano ousado. Talvez fosse sua última chance de sobreviver. Pediu licença a um dos soldados para fazer a necessidade fisiológica e embrenhou-se em meio à plantação. Com muito cuidado, foi se afastando em meio ao trigal, bastante alto naquela época. O dia inesquecível em sua vida era 22 de julho.

Samuel Klein conseguiu voltar para sua antiga casa. Ela estava completamente destruída. Em troca de comida, foi trabalhar em uma pequena fazenda nas proximidades.

Ao final da guerra reencontrou com júbilo a irmã Sezia (que tinha fugido para a Rússia em 1939) e o irmão Salomon, que hoje vivem em Nova York.

Depois da guerra os irmãos Klein foram para a Alemanha administrada pelos norte-americanos e tiveram a grata surpresa de reencontrar vivo o pai.

Nesta grande cidade alemã Samuel conheceu Channah, com quem se casou. Sentiram que era hora de deixar a Europa e reconstruir a vida em outro lugar. Samuel queria emigrar para os Estados Unidos, mas não conseguiu. A cota de emigração estava cheia. Decidiu ir para a América do Sul, onde tinha alguns amigos. Conseguiu visto para a desconhecida Bolívia e lá chegou com a esposa e o filho Michael.

Em 1952 a Bolívia vivia uma situação social muito complicada, e lembrou-se da tia que morava no Rio de Janeiro. Com a família foi se estabelecer em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Iniciou então sua fascinante carreira de comerciante. Experiência de vida e vontade de vencer não lhe faltava. Em menos de dois meses conseguiu autorização para viver no Brasil.

Adquiriu uma charrete e cavalo e tornou-se mascate, vendendo roupas de cama, mesa e banho de porta em porta. Em cinco anos de dedicado trabalho, conseguiu capital para abrir sua primeira loja, chamada Casas Bahias.

Samuel empreendedor

Samuel Klein chegou a São Caetano do Sul com apenas US$ 6 mil, dos quais somente 1/3 foi aplicado para o começo de um pequeno negócio. Comprou uma charrete e, com a ajuda de um conhecido mascate, que transitava pelo comércio no bairro paulista do Bom Retiro, reduto dos imigrantes judeus e árabes na década de 50, conquistou uma carteira de 200 clientes e mercadorias de roupas de cama, mesa e banho. Vendia de porta em porta, executando sua aptidão para as vendas, facilitando em inúmeras condições de pagamento para não perder o cliente e a venda. Quem não podia pagar a mercadoria à vista assumia prestações para os meses seguintes, a partir daí começou a tradição do Crediário. Já nesta época, comprava por 100 para vender por 200.

Cada cliente tinha um cartão com os dados como nome, endereço, o que comprou e em quantas vezes iria fazer o pagamento. Cinco anos depois, em 1957, Samuel comprou sua primeira loja, na avenida Conde Francisco Matarazzo, 567, no centro de São Caetano do Sul, dando um grande salto para construir seu império varejista.

A loja só vendia móveis, mas Samuel continuava negociando roupas nas ruas. Pedia para os compradores irem à loja pagar as prestações e, assim, aos poucos, foi levando a freguesia para dentro. A loja recebeu o nome de “Casa Bahia” em homenagem aos seus fregueses que eram quase todos nordestinos, e haviam se mudado para a região em busca de trabalho na indústria automobilística. Samuel aumentou a variedade de produtos e começou a vender móveis, colchões de algodão, entre outros itens. Conquistando cada vez mais clientes e mercados.

Em 1970, Samuel Klein abriu a primeira loja em São Paulo e começou a praticar a política de criação e de ampliação da rede de lojas Casas Bahia. O empresário adquiriu também algumas redes que já estavam bem posicionadas no mercado como as lojas Piratininga, depois a rede Columbia, a Tamakavi, a Domus e as lojas Ultralar, Modelar e Garsom, do Rio de Janeiro.

Em função do grande volume de dinheiro que passou a movimentar, faltava capital de giro. Em 14 de maio de 1970, Samuel Klein compra 50% da financeira Intervest, adquirindo tempos depois os outros 50% da empresa, com o objetivo de financiar os fregueses na loja e impulsionar a abertura de novas filiais.

Entre tantas outras ações empreendedoras, criativas e que ajudaram a constituir a empresa como uma das maiores do setor varejista brasileiro, este foi o grande marco empresarial da Casas Bahia. Segundo Samuel Klein comprar a Intervest foi comercialmente a decisão mais importante da sua vida.

As lojas já vendiam móveis, fogões e eletroportáteis. Depois, foram incluídas geladeiras e televisões, e tudo foi sendo ampliado: o produto, a freguesia e a loja.

A estratégia de crescimento da rede continua a mesma e, de acordo com Klein, está sendo conduzida por seus filhos. A ideia é abrir lojas em todas as localidades que reunirem 100 mil habitantes.

A rede tem atualmente mais de 500 lojas distribuídas por oito Estados e no Distrito Federal. Na retaguarda dos pontos de venda, a empresa mantém depósitos em Jundiaí, Rio de Janeiro, Betim, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, Goiânia, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Itajaí e Sarandi, na Grande Porto Alegre. Tudo isso para cumprir a entrega das mercadorias num prazo máximo de 48 horas.

Outra ação empreendedora de Samuel Klein foi a Super Loja Casas Bahia, um megacentro de compras montado durante todo o mês de dezembro numa área de 152 mil metros quadrados do Pavilhão de Exposições Anhembi, em São Paulo.

A rede esperava a visita de dois milhões de consumidores e um faturamento de R$ 80 milhões durante os 30 dias da segunda edição do feirão, realizada entre os dias 1 e 30 de Dezembro. Samuel apostava num faturamento de R$ 100 milhões. Os números comprovaram que a estratégia da empresa tinha sido um sucesso, e o resultado foi a repetição da estratégia.

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