Saúde não é Essa Coca Toda

Universidade Federal do Tocantins

Curso de Comunicação Social – Jornalismo

Disciplina: Estudos Contemporâneos

Professor: Wolfgang Teske

Acadêmica: Alessandra Leite

Saúde não é essa coca-cola toda

Marketing de empresas alimentícias impõe hábitos que prejudicam a saúde

Pessoas gostam de criar necessidades. É necessário ter o automóvel recentemente lançado, roupas da estação, celulares com softwares atualizados...ou seja, é necessário que o indivíduo mantenha-se sempre insatisfeito. As verdadeiras necessidades humanas, que realmente o homem não consegue viver sem elas, são: um bom sono, água, oxigênio e alimentação. O resto é adaptação. E quando estas imprescindibilidades são interferidas pelo consumismo desnecessário, que tenta se sobrepor à saúde, o ciclo “mente sã, corpo são” se desfaz.

O romano Juvenal criou a expressão acima em um de seus poemas, para mostrar aos cidadãos de Roma que suas orações não poderiam ser usadas para desejar coisas fúteis, mas para criar um equilíbrio entre o físico e o espiritual. Na atualidade, o consumismo impõe-nos que o bem estar de mente e corpo só será alcançado se um produto for adquirido. Como a empresa coca-cola afirma: abra a felicidade. Em uma rotina estresssante, uma propaganda que mostra mais crianças felizes que tanques de guerra numa canção esperançosa, o espectador fica com vontade de encontrar esta paz.

As indústrias alimentícias usam de técnicas abusivas para convencer o cliente de que ele precisa daquilo para se alimentar. Mulheres lindas apresentando cervejas, desenhos infantis no Mc Donalds, adolescentes aproveitando a vida comendo batatas crocantes. E na realidade, a saúde piora muito mais com a inclusão destes alimentos. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma resolução, em 2010, em que as propagandas de alimentos não-saudáveis fossem acompanhadas de alertas sobre as consequências que o consumo excessivo traz à saúde. Mas a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA) ganhou graças a uma liminar expedida pela Justiça Federal, usando o argumento que estes produtos estão eliminando a gordura trans e o sódio, tornando-se assim melhores para a saúde. “Até em 2020, devemos atingir um ideal de alimentos saudáveis” afirma Edmundo Klotz, presidente da ABIA.

Os poderosos lobbies da indústria alimentícia tem o apoio de outro setor, que é o da publicidade. Qualquer iniciativa contra, estes poderosos usam a liberdade de expressão e os seus “esforços” para reduzir os malefícios como justificativa e vencem, não só em demandas judiciais como no gosto do consumidor. A empresa Monsanto, que trabalha com biotecnologia e agricultura, sugere aos agricultores que suas soluções agrícolas como transgênese e defensivos agrícolas são formas de sustentabilidade. Em agosto deste ano, no 9º Congresso do Algodão, em Brasília, a Monsanto apresentou sua nova tecnologia: Bollgard® II Roundup Ready Flex, algodão modificado geneticamente resistente às pragas.