Segurança no Trabalho
Por: kahmyla • 12/11/2016 • Trabalho acadêmico • 561 Palavras (3 Páginas) • 136 Visualizações
Problemas Ambientais, de saúde e moradia referida
Apenas27,4% dos entrevistados acham que o aterro gera problemas ambientais embora haja aqui uma grande diferença de percepção entre os trabalhadores da cooperativa (51,7%) e os da rampa(24,2%). Alguns se referiam à contaminação ambiental no manguezal e na Baia de Guanabara, outros destacaram problemas em seu bairro e ambiente de trabalho, apontando questões como sujeira, a poeira, o cheiro forte e o risco de contaminações variadas, tanto pela presença de moscas, mosquitos e ratos, quanto pelo gás oriundo do lixo.
Em relação as doenças já contraídas em algum momento do passado, os entrevistados apontaram principalmente os resfriados (88,1%), conjuntivite (45,6%), dengue (23,3%), verminoses (22,3%), alergias (11,4%). Além disso, foram mencionadas asma, doenças sexualmente transmissíveis, hepatite, tuberculose e cólera. Embora a maioria dos trabalhadores reconheça a existência de algum risco no local de trabalho (71,7%), apenas 47,5%, acham que esses riscos podem causar problemas de saúde. E interessante observar que, apesar da potencial relação mencionada por vários autores 1,2,3 entre os riscos existentes no local de trabalho e varias das doenças e sintomas mencionados pelos entrevistados, apenas uma pequena parte dos catadores (12,8% do total) considera que já teve alguma doença provocada pelo trabalho com o lixo, sendo esse numero baixo tanto para os cooperados (17,8%) quanto para os trabalhadores da rampa (12,0%). Dentre os que responderam afirmativamente, destacaram-se os problemas de pele, (21,4%), os acidentes (17,8%), problemas respiratórios (14,3%) e outros como pneumonia, problemas de coluna, alergia, dor de cabeça, desidratação, dor de estomago, hanseníase, hepatite, leptospirose, pressão alta e problemas de nervo.
A quase totalidade dos catadores costuma recorrer a algum equipamento de proteção. A luva foi que recebeu destaque: 76,7% dos trabalhadores a usam. Logo em seguida, apareceram o chapéu (74,7%), as botas (66,2%), algum tipo de proteção improvisada para as pernas e braços (64,4% e 26,0% respectivamente), aventais (6,4%) e mascaras (0,9%).
Perspectivas de vida: dificuldade, melhoria e sonhos
Segundo a percepção de 48,5% dos catadores, sua vida melhorou nos últimos cinco anos, enquanto que 34,1% não observaram alterações e apenas 17,3% queixaram-se de terem piorado. Esses números são similares entre os trabalhadores da rampa da cooperativa, com diferença importante apenas no item que consideramter piorado (menor na cooperativa). Quem reconheceu alguma melhoria se referiu , em geral , à possibilidade de continuar trabalhando e com isso poder manter a família, além de consertar ou adquirir “umas coisa” para sua casa .
Já os que disseram que sua vida piorou referiram-se a um emprego perdido e à necessidade de ingresso no lixo, a problemas de saúde que apareceram, a casa cuja construção não conseguiram concluir, ao dinheiro que recebem nunca é suficiente para suprir suas necessidades, levando-os a afirmar: “trabalho muito, mas nada dá certo”. (31,0%) foram também os que mencionaram problemas com preconceito decorrente do fato de trabalharem no lixo, de serem da raça negra, ou ainda carregarem o rotulo de pobre.
Apesar das dificuldades que tem enfrentando, muitos (91,3%) foram ainda os catadores que disseram ter sonhos. Ter uma casa melhor foi o que recebeu o maior destaque, entenda-se que “melhor” incluir não só o material utilizado em sua construção, mas tambem sua localidade e condições para equipa-la adequadamente. Outros sonhos também aparaceram como possibilidade de sair do aterro, de conseguir um emprego “ com carteira assinada”, ou mesmo melhorar de vidapara poder ajudar mais pessoas da família.
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