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Siderurgia, Sociedade E Meio Ambiente

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Por:   •  2/12/2014  •  946 Palavras (4 Páginas)  •  744 Visualizações

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A inserção do Brasil e seus impactos para a sociedade e o meio ambiente

Introdução

O crescimento recente do setor siderúrgico no Brasil, embora proporcione ganhos econômicos, vem intensificando impactos negativos para a sociedade e o meio ambiente. Esse crescimento está relacionado com uma estratégia de inserção na economia global que tem por base a exploração de recursos naturais e tecnologias poluentes/degradantes. Essas características conformam um modelo de desenvolvimento socialmente injusto e ambientalmente insustentável, marcados por decisões que desprezam e externalizam os impactos sócio-ambientais negativos destas atividades.

Por esses motivos, o debate sobre siderurgia deve passar a fazer parte da agenda da justiça ambiental, uma vez que os complexos siderúrgicos não só criam sérios riscos para a saúde de trabalhadores e moradores do entorno das usinas, como também estão relacionados ao intenso uso de recursos naturais e à degradação do território onde se instalam. Além de ser considerada uma atividade altamente poluente, a produção de ferro-gusa e aço demanda uma enorme quantidade de energia, principalmente na forma de carvão mineral (com os devidos impactos sobre as mudanças climáticas) ou carvão vegetal (cuja produção é associada à destruição de matas nativas e à expansão da monocultura de eucalipto). Além disso, a expansão da siderurgia reforça a estratégia de inserção do Brasil no mercado globalizado como fornecedor de commodities[1] de baixo valor agregado, intensivas em recursos naturais e, em muitos casos, geradoras de condições de trabalho consideradas inaceitáveis nos padrões dos países mais ricos.

O novo ciclo de inserção do Brasil no mercado global de ferro e aço

O parque siderúrgico brasileiro começou a se constituir no início do século XX por meio de investimentos privados. Entretanto, ele só se consolidou com a entrada do investimento público e a criação de empresas estatais a partir da década de 1940. No entanto, já no início da década de 1980, o Estado havia perdido sua capacidade de investimento e de manutenção das empresas. A partir desse momento, principalmente a partir dos anos 1990, houve o fortalecimento do pensamento neoliberal e a consolidação da globalização dos mercados. Nesse período, o setor siderúrgico passou por um intenso processo de reestruturação, que incluiu sua privatização, fusão e aquisição por grupos internacionais. No início da década de 1990, havia cerca de 40 usinas siderúrgicas no país, caindo este número para 25 em 2007. Os grupos controladores, por sua vez, passaram de 21, na década de 1980, para oito em 2007: ArcelorMittal Brasil (grupo indiano), Gerdau, Sistema Usiminas (da qual 25% das ações pertencem a um grupo japonês), Companhia Siderúrgica Nacional, Aço Villares (grupo espanhol), V&M do Brasil (grupo francês), Villares Metals (grupo austríaco) e Votorantim Metais.

Atualmente, o setor vive a etapa de direcionamento para o mercado global; embora a maior parte da produção siderúrgica brasileira ainda seja direcionada para o mercado doméstico, a participação do mercado internacional vem crescendo nos últimos anos. Por exemplo, nos últimos 10 anos, a participação do mercado internacional aumentou em 10% nos destinos da produção nacional, crescimento que deve se intensificar nos próximos anos. De forma geral, o Brasil se coloca em posição de destaque no mercado internacional; em 2005, o país foi o décimo primeiro exportador de aço bruto do mundo. Essa posição se deve, principalmente, aos baixos custos de produção de aço no país, resultado, dentre outras coisas, da disponibilidade de minério de ferro (quinta maior reserva do mundo) e dos baixos salários pagos aos trabalhadores (quando comparamos o salário de operadores de auto-forno,

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