Simbologia Da Ação

A Simbologia da Ação

A ação da criança tem sempre um objetivo, a transformação do outro, e mais adiante quando ela já exerce um controle sobre seu corpo, seu objetivo é a transformação do ambiente baseado em sua ação sobre ele.

Podemos observar esse tipo de simbologia em uma primeira fase que é através dos jogos pré-simbólicos, nos quais a criança expressa, através de sua ação, seu mundo imaginário, as primeiras imagens ainda não simbolizadas, mas que tem um grande valor perceptivo. Os exemplos a seguir são uma mostra disto: percepção de presença e ausência, que é vinculada aos primeiros jogos de aparecer e desaparecer, aproximar e afastar, pegar e largar. Jogos esses que estão relacionados com a presença ou ausência do outro no campo visual da criança.

Segundo Piaget, a constituição da função simbólica, que possibilita diferenciar o significante do significado, permite o reforço da interiorização das ações. Ou seja, a função simbólica permite que a criança represente os objetos ou acontecimentos fora do seu campo de percepção atual, por meio de símbolos ou significados diferenciados.

A imitação cujos prolongamentos adiados e interiorização, garantem a sua diferenciação dos significantes e significados. A partir desta diferenciação, o sujeito pode recordar-se, através dos significantes, dos significados afastados no tempo e\ou espaço. Com o progresso provocado pela representação, surge a capacidade de a criança evocar o ausente e realizar operações somente a um nível mental.

Jogos relacionados com a Propriocepção (a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão), podem ser observados através da experimentação da queda, dos jogos de equilíbrio e atividades sensório-motoras em geral. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas.

Ao longo do seu crescimento, a criança vai descobrindo progressivamente o mundo à sua volta, descobre-se a si própria no seio do mundo, atuando nele através do brincar, no qual utiliza o seu corpo como instrumento de imitação.

A capacidade de imitar por um lado e do uso dos sentidos por outro, constitui o fundamento para o futuro desenvolvimento da capacidade de pensar, pela qual o ser humano vai erguendo em si e afirmando no mundo a sua individualidade. Tudo isso possibilitará um sentimento de continuidade no ambito emocional e cognitivo, tanto no espaço quanto no tempo.