Sistema Economico

2- O SISTEMA ECONÔMICO

“Não existe força mais eficaz e rápida na

modificação na natureza, do que o trabalho

do homem; e nenhum rincão da superfície

da terra parece poder estar a salvo da

insaciável ambição humana “

2.1 – Conceitos básicos

Não existe traço mais distintivo e marcante da presença atual ou remota de humanos em um certo local, do que a modificação significativa do meio ambiente natural. O sentido de tais modificações é facilmente perceptível, e aponta na adaptação dos recursos ambientais para o atendimento das necessidades humanas.

As atividades que visam ao bem estar objetivo das pessoas são de natureza econômica. Assim, as atividades se reúnem três aspectos ou conteúdos fundamentais, a saber: as necessidades humanas, os recursos econômicos e as técnicas de produção.

a - As necessidades humanas são, por definição, diversificadas e insaciáveis, já que as necessidades são igualmente mutáveis. O espectro das necessidades humanas evolui desde as mais simples e básicas, relativas às demandas do metabolismo corporal (água, ar, alimentos, abrigo, etc.), até as mais sofisticadas demandas do espírito (questões filosóficas, científicas, artísticas e religiosas). As atividades econômicas são orientadas para a satisfação dessas necessidades humanas, o que provoca a geração de inúmeras outras necessidades e atividades econômicas são orientadas para a satisfação dessas necessidades humanas, o que provoca

a geração de inúmeras outras necessidades e atividades econômicas correlatas, em um efeito multiplicador sem limitação conhecida. Assim, o conceito de “nível de vida” deve ser percebido de forma relativa. Aquilo que pode ser entendido como nível de vida “satisfatório”, em certas condições, seria amplamente ‘insatisfatório” em outras condições. Para melhor compreensão desse fato, pode-se lembrar que o conforto das habitações urbanas no mundo civilizado exibe um diferencial acentuado quando comparado com suas habitações do meio rural de regiões remotas, de todo o mundo e mesmo nos dias atuais. Portanto, um padrão de atendimento de necessidades humanas pode ser entendido como “nível de vida”, e será sempre um conceito relativo.

b - São considerados como recursos econômicos todos os meios usados para gerar produtos e ofertar serviços capazes de atender às necessidades humanas. A disponibilidade de recursos, tanto quanto a respectiva qualidade, afetam significativamente o “nível de vida” possível de uma comunidade. Da enorme diversificação dos recursos econômicos decorre a necessidade de sua classificação, para o melhor entendimento de sua natureza. Classicamente, são considerados recursos econômicos os recursos humanos, os recursos de capital e os recursos naturais; posteriormente, acrescentou-se a este elenco, mais dois grupos, a saber: a capacidade empreendedora, de um lado, e a dotação de serviços públicos, de outro.

b.1 - Os Recursos Humanos referem-se às capacidades, tanto intelectuais como físicas, de pessoas em prol da geração de produtos e/ou na disponibilização de serviços, úteis no atendimento de necessidades

humanas. Exemplificando, temos o trabalho físico e intelectual de pessoas, na operação econômica.

b.2 – Os recursos de Capital são aqueles que, embora originados do trabalho humano, não foram aplicados para a satisfação de necessidades humanas imediatas, mas para a geração de produtos e/ou serviços de consumo. Como exemplo temos os equipamentos, construções, estoques, veículos e bens aplicados na operação econômica. Parece oportuno ressaltar que os recursos de capital não devem ser confundidos com dinheiro. O dinheiro é apenas um padrão utilizado para avaliar recursos econômicos e bens de consumo e, sozinho, nada produz de valor econômico.

b.3 – Os Recursos Naturais são aqueles obtidos e gerados sem a intervenção dominante do homem. Pode-se citar a terra, a água, os minérios, e todo o conjunto de elementos naturais, apropriáveis para fins econômicos. Convém lembrar que, embora a disponibilização de tais recursos na vida social somente se torna possível com o concurso humano, a sua respectiva geração independe da vontade ou intervenção do homem, consistindo em um dom natural.

b.4 – A tecnologia significa a aplicação de conhecimentos científicos e técnicos à produção de bens econômicos e à vida social em geral. Normalmente vista mais como uma contribuição da engenharia para a eficiência dos sistemas produtivos, a sua real aplicabilidade à vida econômica exige uma redefinição do conceito de eficiência, além do significado que lhe atribui a física. Como exemplo, pode-se citar que, embora um sistema mecânico movido à energia elétrica seja mais eficiente tecnicamente, do que outro similar, movido a vapor, não

necessariamente ele será adotado como solução econômica para um sistema produtivo. Seriam consideradas, para essa decisão, as variáveis econômicas como preços de produtos/serviços, custos e volume de produção ou de atividades, para se estabelecer critérios de eficiência econômica.

Assim, a conjunção da tecnologia com uma especial capacidade de reunir, escolher e combinar recursos para obter uma produção de valor econômico superior aos custos incorridos, designados simplesmente de capacidade empreendedora, constitui o quarto fator de produção, modernamente considerado.

b.5 - A dotação e a oferta de utilidades e serviços públicos em geral, capazes de atender as necessidades coletivas, têm sido considerados como o quinto fator de produção, na medida de sua capacidade em tornar possíveis e operacionais, tecnologias e empreendimentos econômicos inviáveis sem aquelas facilidades. De responsabilidade dos governos constituídos, tais facilidades devem ser cada vez mais ofertadas de maneira competente e disseminada em toda a sociedade, para possibilitar o seu pleno efeito econômico.

c – As técnicas de produção são respostas desenvolvidas pelo homem, às questões formuladas para realizar a produção. Entende-se por produção, o processo que combina e modifica os recursos econômicos, também chamados de fatores de produção, em produtos e serviços de valor econômico. As técnicas de produção definem as formas e proporções