Sistema Operacional Kaizen
Artigos Científicos: Sistema Operacional Kaizen. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: arubens • 24/6/2013 • 4.800 Palavras (20 Páginas) • 689 Visualizações
Sistema Operacional Kaizen: Um Estudo de Caso sobre a
Implantação do Sistema Operacional Oriental em um Empresa Ocidental
Robson Rebechi rrebechi@ig.com.br Faculdade Editora Nacional
Este trabalho trata da implantação de um sistema operacional baseado na metodologia Kaizen (modelo oriental), em uma empresa de autopeças de origem ocidental e tem como objetivo apresentar e discutir esta metodologia sendo usada nesta empresa, referenciando os diversos indicadores de desempenho como bases de sustentação para a garantia de sucesso da metodologia e modelo apresentados. Vale ressaltar que o estudo de caso aqui apresentado é originário do modelo Toyota (modelo oriental), e que para tanto é um modelo bastante atual e difundido junto às organizações ocidentais. Este sistema foi chamado de Sistema Operacional Kaizen (SOK). Para tanto, utilizou-se um método baseado em estudo bibliográfico e qualitativo na modalidade estudo de caso, que foi realizado por meio de entrevistas, visitas in loco e avaliação da metodologia implementada. Segundo o presente estudo, as variáveis que influenciaram junto ao processo de implantação da metodologia Kaizen na empresa foram a cultura e o processo de mudanças. Observa-se que estas variáveis são determinantes, quando bem gerenciadas, para a efetividade da implementação. Dessa forma, tem-se que o sistema operacional implementado é efetivamente promissor, dependendo essencialmente das mudanças de hábitos e costumes das pessoas.
Palavras-Chave: Sistema Operacional; Kaizen e Pessoas.
1. Introdução
Percebe-se que no percurso da história, podem-se observar diversos meios alternativos de organizar a forma de trabalho, especialmente os meios produtivos, que uma vez contextualizados certamente foram condicionados por fatores culturais, econômicos, sociais e de ordem organizacional. Em dias atuais o processo de globalização tem interferido diretamente junto às definições da forma de trabalho, já que o resultado deste processo é a competição.
Neste sentido, novos conceitos e novas práticas surgem em formatos de modelos que buscam essencialmente a otimização dos processos, e isso se faz para atender clientes cada vez mais exigentes em termos de qualidade, preço e serviços. De fato, os resultados serão os ganhos de lucros cada vez maiores em longos prazos. Estes conceitos e práticas têm representado as divisas entre uma empresa ótima e seus clientes altamente satisfeitos, pois se cria uma trama de relacionamento de parceria do tipo ganha-ganha.
Visualizando a linha de evolução, observa-se que a metodologia Kaizen usada em um sistema de manufatura, do qual é uma abordagem estruturada e sistêmica com o objetivo de garantir que os processos organizacionais satisfaçam as necessidades e expectativas dos clientes continuamente em longo prazo, é um caminho fundamentalmente importante para o nível de competitividade da empresa.
Discutir e refletir sobre a metodologia Kaizen tem sido um grande desafio e não obstante se encontra uma grande quantidade e variedade de publicações que legitimam o grau de importância deste tema, tanto no meio acadêmico (produções científicas) como no meio empresarial (experiências práticas de melhorias contínuas).
Dessa forma, visando o aumento do nível de discussão sobre os modelos de produção que utilizam a metodologia Kaizen, os quais têm se mostrado efetivos, este estudo tem por objetivo apresentar e discutir esta metodologia sendo usada em uma empresa de autopeças, referenciando os diversos indicadores de desempenho como bases de sustentação para a garantia de sucesso da metodologia e modelo apresentados. Vale ressaltar que o estudo de caso aqui apresentado é originário do modelo Toyota (modelo oriental), e que para tanto é um modelo bastante atual e difundido junto às organizações ocidentais. Este modelo aqui será chamado de Sistema Operacional Kaizen (SOK).
Portanto, este trabalho está dividido em quatro partes e organizado da seguinte maneira: a Parte 1 refere-se a presente introdução. A Parte 2 traz o desenvolvimento da revisão literária feita por meio de pesquisa bibliográfica, que apresenta as bases teóricas de um processo de produção baseado na metodologia Kaizen. A Parte 3 apresenta o estudo de caso e a Parte 4, as discussões e as considerações finais do trabalho.
2. Desenvolvimento
A partir do referencial da metodologia Kaizen é possível discorrer sobre várias questões que asseguram a otimização dos processos produtivos de uma organização manufatureira. Por esta razão que neste momento é possível levantar uma série de alternativas que direcionam os resultados organizacionais para um mesmo foco: processos ótimos que garantam o atendimento às necessidades e expectativas dos clientes ao longo do tempo. Para tanto, tem-se os modelos de Produção Enxuta, também conhecida como Lean Production, ou Lean Manufacturing, classifica-se como um conjunto de inovações organizacionais que a empresa Japonesa Toyota, começou a desenvolver na metade da década de 1940 (JUNQUEIRA et al. 2004).
Percebem-se que as bases de uma produção enxuta estão diretamente atreladas as bases da metodologia Kaizen e é neste sentido que a seguir tem-se um breve histórico comparando a produção em massa versus produção enxuta com o propósito de se estabelecer os principais parâmetros de melhorias.
2.1 PRODUÇÃO EM MASSA VERSUS PRODUÇÃO ENXUTA
O sistema de produção enxuta é atualmente um dos indicadores principais do ganho das empresas manufatureiras em termos de otimização de processos operacionais. Para tanto é importante trazer as considerações das origens dos sistemas de produção.
No início do Século X, Ford iniciou um percurso em termos de processos produtivos, que depois de alguns poucos anos se tornou o modelo ideal para aquele momento. A produção em massa que de acordo com WOMACK et al. (1992) não consistia exatamente em uma linha de montagem em movimento e sim a completa e consistente intercambiabilidade das peças e a facilidade de ajustá-las entre si. De fato, estas foram as inovações junto ao processo de fabricação da época, que tornaram a linha de montagem viável.
Observa-se ainda, que os primeiros passos de Ford que definiram o modelo de produção em massa estão vinculados ao conceito de se disponibilizar as peças certas em cada estação de trabalho, fazendo com que os montadores permaneçam no mesmo local de trabalho o dia todo. A partir destes referenciais nasce e inicia-se uma etapa de grande valor para o percurso da história dos processos produtivos: a produção
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