Sobre Formação Do Municipio De Machadinho D'oeste Em Rondonia.
Ensaios: Sobre Formação Do Municipio De Machadinho D'oeste Em Rondonia.. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: solivam • 20/6/2014 • 1.698 Palavras (7 Páginas) • 337 Visualizações
Introdução
A região que abordaremos a seguir, encontra-se localizada na Região Norte do Brasil, mais precisamente ao norte do estado de Rondônia. Trata-se do município de Machadinho D Oeste, com extensão territorial de 8.509,314 km² e população urbana e rural de 31.135 habitantes.
O clima é Equatorial e a floresta é amazônica( Bioma Amazônia). O processo intenso de modificação ocorrido nas últimas décadas nesta região, tem proporcionado condições para ajustes morfodinâmicos na paisagem em função da substituição da cobertura vegetal natural por cultivos agrícolas e pastagens. Nessas tendências de ajustes tem aumentado o escoamento superficial das águas pluviais e iniciado processos erosivos induzidos acelerados, tendo como conseqüência assoreamentos e degradação na qualidade dos solos e águas, prejudicando uso futuro da terra e a biodiversidade..
Em termos de evolução geológica, a região de Machadinho D’Oeste abrange unidades que remontam a história do tempo geológico desde o Paleoproterozóico até o Cenozóico.
Para entendermos melhor o que aconteceu nesta região é preciso lembrar que até a década de 80, a região comportava apenas seringueiros, ribeirinhos e populações indígenas. A biodiversidade estava praticamente intacta, conservando uma fauna e flora riquíssima, havia apenas imensas áreas de seringais as quais eram totalmente preservadas, uma vez que os seringueiros oriundos na grande maioria da região Nordeste na década de 40 para trabalharem como “soldados da borracha”, exploravam apenas o látex das seringueiras. Os ribeirinhos residiam ( e ainda residem) nas encostas dos diversos rios que permeiam a região, especialmente ao longo do Rio Machadão. As populações indígenas ocupavam a maioria das florestas, vivendo de forma primitiva, como por exemplo a tribo dos “bocas negras”. Até que precisamente no ano de 1982, uma grande mudança ocorreu, tratava-se do Núcleo Urbano de Apoio Rural do Projeto de Colonização Machadinho. implantado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA para colonizar a região. Isto se deu pelo fato de o fluxo populacional exceder em muito a capacidade de controle do INCRA ao longo do eixo da BR 364, ou seja, numa faixa de 100 km de cada lado da rodovia federal obrigando o Estado a se adaptar, recorrendo a novas formas de assentamento em outras partes do estado.
Vale aqui ressaltar que migraram para cá, em busca de um “pedaço de terra” sobretudo os marginalizados pelo processo de modernização da agricultura do centro-sul do país, acreditando nas promessas do Governo, de que aqui teriam a oportunidade de “ouro” de suas vidas, em se tratando de serem donos de um bom lote de terra para cultivarem. Aqui chegando tiveram que se “ajeitar” por conta própria abrindo clareiras na floresta e posteriormente desmatando para adquirirem então a legítima posse da área.
2 – DESENVOLVIMENTO
.A grande verdade é que no período de colonização da região, não houve preocupação em nenhum momento por parte das autoridades da época, muito menos por parte dos colonos que por aqui se arriscavam, em se preservar a Biodiversidade local. Não se abordavam tais assuntos, A única preocupação real era de se manter a região o mais ocupada possível, lembrando ainda que as famílias muitas vezes foram dizimadas por doenças típicas da região, sendo a pior e mais devastadora de todas: A maleita ou malária.
Entre 1986 e 1988 foi idealizado o primeiro zoneamento socioeconômico e ecológico como uma estratégia para reverter os problemas sociais e ambientais causados pela expansão desordenada da fronteira agrícola. Entre 1996 e 1998 foram realizados estudos para subsidiar a elaboração da segunda aproximação do zoneamento socioeconômico e ecológico de Rondônia, que foi concluída em 1999.
Uma boa parte da biodiversidade da região encontra-se hoje preservada devido a constituição na década de 90, de 18 unidades de conservação estaduais, quando ai sim iniciou-se grande preocupação por parte de algumas autoridades em se preservar o bioma da região.
Posteriormente, em 2006, uniram-se a estas unidades o Parque Nacional Campos Amazônicos e a Reserva Biológica Jaru, ambas como unidade de conservação federal.
A região de Machadinho d’Oeste apresenta como processo marcante de ocupação a implantação de projetos de assentamentos governamentais diferenciados, bem como lotes agrícolas e estradas acompanhando a topografia do terreno.
Trata-se de um modo de ocupação que tem direcionado as atividades desenvolvidas, inicialmente ligadas à agricultura familiar e a exploração madeireira e, posteriormente, agricultura intensiva, a pecuária e á piscicultura. Devido justamente á prática destas atividades no meio rural, entre culturas temporárias e permanentes, houve nas últimas décadas, grande desmatamento em nossa região, motivadas para que houvesse então a substituição da cobertura vegetal natural por cultivos agrícolas e de pastagens.
A região possui ainda atividades extrativistas, explorando além da borracha, a castanha do Brasil e o óleo de copaíba.
Atualmente o cultivo de plantações de arroz e soja é cada vez mais crescente, ocasionando preocupações por parte de alguns habitantes pelas, já visíveis, degradações do solo, bem como o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras.
Na região ainda constata-se que a substituição da vegetação original em áreas de colinas, por pastagens, com pisoteio intenso do gado favoreceu o surgimento de sulcos, ravinas e escalonamentos de materiais de encosta.
No limite norte do município de Machadinho d’Oeste a 3,5 km a partir do Distrito de Tabajara em direção à Cachoeira Dois de Novembro ocorrem areias quartzosas brancas, onde se inviabilizou o desenvolvimento da floresta ombrófila regional em preferência às savanas do bioma cerrado.
A fauna na região comporta várias espécies tais como a onça pintada, a onça parda e a onça vermelha, espécies de jacaré, veados, capivaras, antas, pacas, cutias, lontras, centenas variedades de pássaros, dezenas de variedades de peixes, insetos, etc. A flora comporta variedades em madeiras de lei tais como, a castanha do Brasil, ipês, cerejeiras, sumaúmas, freijós, seringueiras, ainda vasta variedades em plantas de todos os tamanhos e biótipos. A região possui unidades de conservação delimitadas e têm funcionado como uma barreira contra o avanço do desmatamento. Embora, ameaçadas pelo desmatamento ilegal, ocorre ainda, nestas áreas de forma clandestina, a retirada de madeiras de lei, movido pela facilidade de conseguir um “dinheiro rápido”,
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