Supervisão de estágio: o que nos conta a história?
Por: adefran • 3/4/2016 • Projeto de pesquisa • 1.292 Palavras (6 Páginas) • 292 Visualizações
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Supervisão de estágio: o que nos conta a história?1
Já que falamos de momentos históricos, convido-os a um rápido mergulho nos aspectos gerais e históricos relacionados ao tema da Supervisão de Estágio!
Em épocas anteriores, como na Grécia Antiga, segundo nossa companheira e auxiliadora teórica AS Alzira Lewgoy (2007), o ato de supervisionar já era considerado como forma de treinamento de estudantes.
Na Idade Média era comum as autoridades enviarem professores às escolas para verificar se os aspectos morais e religiosos estavam sendo desenvolvidos.
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Descrição: Pintura retratando o poder espiritual da Igreja Cat&oacutae;lica
http://www.cefetsp.br/edu/eso/fausto/imagensidademedia.html
E na idade moderna, com a industrialização? Quem se arrisca a dar um palpite? Será que tem relação com a produção em massa?
TKCSA - ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico. Construção.
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1 © Adarly Rosana Moreira Goes, UNOPAR, 2010.
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Unidade 04 - Trabalho Profissional
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É claro!
A autora citada enfatiza esse aspecto afirmando que o processo de industrialização passou a utilizar-se da supervisão como instrumento de capacitação do indivíduo com vistas à produtividade, ou seja, nas fábricas a supervisão passou a ser sinônimo de controle para garantir o sucesso da produção.
Mas e em relação ao Serviço Social? Vamos tentar entender melhor?
O surgimento da supervisão em Serviço Social, de acordo com a pesquisa da Prof. Lewgoy (2007), está relacionado com o modo de treinamento do pessoal que trabalhava nas organizações de caridade, desenvolvendo-se com objetivo de enfrentar as necessidades de orientação, coordenação, formação e administração.
A essas alturas você deve estar se perguntando: E após a fundação das primeiras Escolas de Serviço Social? O que mudou na Supervisão?
esmo após a fundação das primeiras Escolas, tanto na América do Norte quanto na Europa, pouca coisa se alterou. O Serviço Social nas primeiras décadas do século XX não era ainda profissão, mas sim vocação, e trabalho. Desta forma o ensino sistemático que se realizava principalmente por meio da supervisão era feito por meio da supervisão.
A idéia era de ensinar a fazer! Bem nos moldes tradicionais, verticalizados e autoritários, próprios do início do séc XX.
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As primeiras publicações de Mary Richmond em 1917, evento significativo por se tratar da primeira sistematização teórica de Serviço Social referente metodologia de estudo, diagnóstico e tratamento de casos, desencadearam na supervisão o debate relacionado ao plano de tratamento entre supervisor e supervisionado.
Diante disso eu e você podemos concluir que o debate da Supervisão de Estagio, no Brasil, surge junto com a profissão.
E de lá para cá, será que muita coisa mudou?
E o que vamos ver agora!
No Brasil, por volta de 1936, ocorreram as primeiras formulações sobre a supervisão, paralelamente à formação do Serviço Social. Nessa época, a parte prática girava em torno de visitas às famílias de necessitados. Com o passar do tempo as escolas preocuparam-se com os estágios nas chamadas obras sociais e também com a supervisão.
A formação cientifica dos alunos do curso de Serviço Social, naqueles tempos, dava-se através das disciplinas de sociologia, psicologia e biologia, mas também havia a preocupação com os ensinamentos morais que eram utilizados como instrumento de trabalho, mas foi a necessidade de uma formação qualificada ao ensino do Serviço Social no Brasil, em meados de 1940, que valorizou a supervisão.
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Outro fato marcante está na influência norte-americana que foi incorporada ao Serviço Social, principalmente após a utilização do método de serviço social de grupo.
Qual a relação Serviço Social de Grupo e a Supervisão?
Segundo a nossa autora Lewgoy (2007) a supervisão era entendida como um conjunto de métodos que privilegiam a dimensão técnica e pedagógica do processo de ensino na formação. Privilegiavam também a dimensão do conhecimento em que se socializava ajuda profissional dos mais experientes, dando “concretude” e fundamentação de ensino verticalizado.
Porém, conforme veremos na próxima aula, novas forma de ver e de articular o conhecimento referente ao processo educativo foram incorporadas trazendo novos significados e elementos na formação e supervisão de estágio.
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Articulação teoria e a prática
Na trajetória histórica do Serviço Social podemos verificar que a Supervisão esteve por muito tempo mais focalizada no desenvolvimento do supervisado do que no supervisor, marcando este período com a preocupação pura e simplesmente educativa e pedagógica da supervisão.
Mas será que existiria outra preocupação além desta? Conforme vimos sinalizando é evidente que sim!
Com a influência do pensamento marxista no contexto do Serviço Social brasileiro houve a busca pela ruptura com o Serviço Social tradicional. Tendo nas idéias de Paulo Freire o fundamento da proposta libertadora foi possível buscar a consciência crítica da sociedade, transformando-a através de ações comunitárias e revitalizando o foco da supervisão de estágio no Serviço Social.
Para esclarecer melhor este ponto de vista vamos saber um pouco mais sobre o educador Paulo Freire seu movimento inovador de educação libertadora, para que possamos compreender a ocorrência da transformação do processo de ensino-aprendizagem.
Nos dias atuais podemos afirmar que, apesar das modificações no entendimento e na valorização dos sujeitos da ação profissional e do processo formativo educacional, até a década de 1980 a supervisão ficava por conta do supervisor de campo, que tinha a atribuição do ensino da prática.
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