TESE SERVIÇO SOCIAL EM GRUPO

Um processo de ajuda

Tradução de Adopho José da Silva / Revisão Técnica de Evangelina Leivas

Histórico do serviço social de grupo

Desde o seu inicio consciente, os profissionais que empregam o método todo do serviço social de grupo procuram uma definição simples. Essa definição sofreu algumas modificações no curso da historia e ainda não existe uma que seja totalmente aceita. O conceito mais abstrato e completo que foi recentemente expresso pode ser encontrado no curriculum Study, em que Marjore Murphy definiu o serviço social de grupo como um método do serviço social e como um “aumento da atuação social das pessoas através da objetiva experiência de grupo”.

O serviço social de Grupo, como um método do serviço social, é um conceito recente. Originalmente, havia sido concebido como um movimento, um modo de ação democrática e como uma parte de diversos campos de atividades dos serviços sociais.

Na dianteira desses serviços encontrava-se: educação informal, serviços à juventude, recreação, camping, o movimento trabalhista, centros sociais e centros comunitários. Precisamos capacitar-nos do desenvolvimento histórico daquilo a que hoje chamamos de “método de serviço social de grupo” para apreciamos a sua filosofia intrínseca, para compreendermos sua forma especifica de

trabalho com pessoas e a forma pela qual contribui para ampliar o conceito do serviço social.

Á historia do desenvolvimento do serviço social e grupo moderno é parte da historia das agencias sociais que se desenvolveram numa sociedade em transformação. A industrialização trouxe consigo favelas, movimento da população rural para as cidades e imigração em grande escala para os Estados Unidos. Os antigos serviços sociais faziam uma nítida distinção entre doador e receptor.

O movimento recreativo também constituiu uma base vital do serviço social de grupo. No principio deste século ele foi um movimento de natureza social. Estava estreitamente vinculado à luta travada pelos sindicatos pela jornada de trabalho de oito horas, pelo direito de usufruírem uma vida criativa depois de longas horas de monótono trabalho mecânico. Abriu novas saídas para os chamados “cultural e educacionalmente desfavorecidos”. Mas as necessidades vitais do corpo e da alma, especialmente das crianças.

As organizações que construíram as fundações do serviço social de grupo foram as que defendiam auto-ajuda e recreação informal: conjuntos residenciais, centro comunitários de vizinhanças, escoteiros, acampamentos de bandeirantes, centros e acampamentos judaicos.

O serviço de grupo, em contraste, resultou de abordagens de vizinhanças e de movimentos de

auto-ajuda. Considerou as relações informais uma das sua principais abordagens. Focalizou, acentuadamente, a interação de grupo e a força do grupo. Não parecia, praticamente, interessar-se pela dinâmica do individuo, mas preocupava-se fortemente com o impacto ambiental e social. Orientou-se, também, muito para a ação, mas não estava bem desenvolvido como um sistema conceptual e foi apenas parcialmente identificado com a profissão do serviço social, cujo campo parecia, aos assistentes sociais de grupo, demasiadamente limitado.

Kilpatrick era da opinião que o serviço de grupo devia ser identificado com a profissão da educação. No entanto, as agencias em que se originou, os acontecimentos descritos nas paginas precedentes, a mudança no próprio serviço social, que a afastou de sua forte ênfase na psiquiatria e o fato de que o serviço de grupo era ensinado em algumas escolas de serviço social, identificaram-no mais intimamente com o serviço social.

O serviço de grupo modificou-se devido à sua estreita associação com a profissão do serviço social e também com o método mais antigo, o serviço social e também com o método mais antigo, o serviço social de caso. Por outro lado, ele modificou a profissão e ampliou o conceito do bem-estar social. Obteve mais compreensão a determinados conceitos do método mais antigo e acrescentou conceitos

e abordagens, não apenas à profissão global do serviço social, mas a pratica do serviço social de caso.

Com o novo conceito do serviço de grupo como um método do serviço social, o processo de integração havia apenas começado. Os anos posteriores à segunda guerra mundial exigiram o desenvolvimento do método pela pratica efetiva e através de melhor formulação de conceitos e de teorias. O processo não esta, de modo algum, terminado. Os anos pós-guerra testemunharam um imenso aumento na literatura do serviço de grupo.

Em 1949, um comitê da associação americana de assistentes sociais de grupo publicou um relatório intitulado “definição da função do assistente social de grupo”. A própria definição do método já parecia ser bastante difícil. O relatório mostrou a inter-relação dos objetivos, função, método e do necessário conhecimento fundamental. Durante anos representou a definição oficial do serviço de grupo.

Os anos do pós-guerra trouxeram um grande aumento de pesquisas sobre o comportamento dos pequenos grupos, realizadas principalmente por representantes de uma nova especialização, a psicologia social. Novas concepções vieram também do campo da Antropologia cultural. Esses desenvolvimentos ajudaram a reforçar a integração de conhecimentos. Contudo, em geral, esse desenvolvimento das ciências sociais enriqueceu o serviço de

grupo e, em ultima analise, todo serviço social, conforme se verifica no recente estudo de curriculum do conselho de educação do serviço social.

Os métodos do serviço social são processos de ajuda. Eles não podem ser separados da função que a profissão, como um todo, considera como sendo-lhe própria, nem da finalidade especifica a ser alcançada em cada caso, seja ela individual ou de grupo, ou da profunda compreensão de quem necessita de ajuda, de compreensão de si mesmo e da ética e dos valores básico da profissão.

Um método não pode ser mecânico. É o amago da profissão porque a sua utilização adequada pode realmente preencher as finalidades que são objetivadas por uma profissão humanitária.

O desenvolvimento histórico do conceito de serviço social de grupo e vimos como passou de um campo de atividade, de um movimento, de um objeto a um método do serviço social, como parte do “meio” do serviço social. Para compreendê-lo hoje precisamos compreender, portanto, o seu objetivo e a sua função na sociedade atual como parte da função total do serviço social.

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