TRABALHO SOBRE FLORENCE
Exames: TRABALHO SOBRE FLORENCE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gilda • 2/11/2013 • 6.191 Palavras (25 Páginas) • 767 Visualizações
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL- SENAC - AC
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
CARLOS ANDRÊ
KEILA MARIA DE FREITAS PINTO
MARIA FRANCINETE CASTRO
MERESLÉIA DA SILVA
MILLENA DE SOUZA
RAIMUNDA ANTÔNIA
RAIMUNDA CLAÚDIA NASCIMENTO
SELMA
ZILDA MENEZES
HISTÓRIA DE FLORENCE NIGHTINGALE
RIO BRANCO - ACRE
2013
Introdução:
Em 1820, no seio de uma família da alta sociedade britânica, nascia Florence Nightingale (1820-1910), a mulher que, em plena Inglaterra Vitoriana, iria revolucionar a enfermagem, a saúde e a organização dos cuidados de saúde, a nível mundial. Considerada a matriarca da Enfermagem moderna, Florence Nightingale contrariou o destino de uma mulher da alta sociedade britânica, à qual a educação e a profissão estavam vedadas, abrindo caminho para uma nova representação social da mulher e profissionalização da enfermagem. Soube aliar à sua vasta e abrangente educação de base, a sabedoria prática e técnica e um considerável conhecimento de outras realidades geográficas e sociais (Alemanha, França, Grécia, Egito) que lhe permitiram as bases para a reorganização dos serviços de saúde.
Na Guerra da Crimeia (1854-1856), numa cultura hostil, Florence revelou-se uma mulher com grande capacidade de trabalho, determinação, gestão e liderança, captando o respeito da Rainha Vitória e, acima de tudo, o afeto da população Britânica, sendo aclamada e consagrada como “A senhora com a lâmpada” e “O Anjo da Crimeia”.
Florence deu à enfermagem o estatuto socioprofissional que lhe faltava e, no centenário da sua morte, torna-se pertinente relembrar a mulher e o seu percurso revolucionário que tão profundo impacto tiveram na saúde e na reorganização dos serviços de saúde, a nível mundial.
De acordo com este objetivo, o artigo está estruturado em sete capítulos: os primeiros anos; vocação; formação; a Guerra da Crimeia; profissionalização da Enfermagem; concepção de cuidados de enfermagem; os últimos anos. Os capítulos correspondem às várias fases da vida de Florence Nightingale, marcantes no seu percurso individual e na profissionalização da enfermagem.
Desenvolvimento
1. Os primeiros anos:
Florence Nightingale nasceu a 12 de Maio de 1820 e era a segunda filha de William Edward Nightingale (1794-1874) e Frances Nightingale (1789-1880) (figura 1).Tal como a sua irmã mais velha, Parthenope, recebeu o nome, em inglês, da cidade que a viu nascer - Florença, Itália.
Pertencente a uma família rica da alta sociedade britânica, Florence cresceu numa época de intensas mudanças sociais, marcada pelas ideias liberais e reformistas (Attewell, 1998). O seu avô materno, William Smith, membro do Parlamento Inglês, foi um importante e reconhecido promotor dos direitos dos dissidentes religiosos e abolição da comercialização de escravos.
Seu pai, William Nightingale, que havia estudado na Universidade de Cambridge, notabilizou-se pelas ideias progressistas em relação à melhoria da sociedade e educação da mulher, tendo-se empenhado consideravelmente na educação das suas filhas, ato que na época era apenas dedicado aos filhos varões. A educação de Florence foi, por isso, vasta e abrangente, integrando latim, grego, história, filosofia, matemática, línguas modernas e música, veiculando-lhe uma amplitude de sabedoria bem patente na sua obra (Attewell, 1998).
Com vários elementos da família ligados à política, Nightingale desenvolveu naturalmente um profundo sentido de envolvimento com os assuntos da sociedade, na sua época. De tal forma que a condição social privilegiada não a impediu de procurar colocar em prática os seus conhecimentos. Logo na adolescência, ficou patente o conflito interno entre os prazeres proporcionados pela intensa atividade social da família e o seu desejo de atividade, empenhando-se em afastar o seu trilho do que considerava a “vida comum” de uma mulher da alta sociedade.
Nas suas primeiras cartas e notas, os propósitos da educação são constantemente analisados, criticando a educação disponibilizada à mulher na época. No entanto, só após os 31 anos de idade pode dar utilidade prática à sua bagagem educacional (Attewell, 1998).
2. Vocação
Aos 17 anos de idade, Florence descreveu no seu diário pessoal uma experiência mística que considerou o “chamamento” (calling) da sua vocação e que terá dado força à sua convicção de que não estava destinada a uma “vida comum”. Esta foi a primeira de quatro experiências semelhantes que Florence descreveu nos seus diários (Attewell, 1998).
Entre os 20 e os 30 anos de idade os conflitos com a família acerca da questão do casamento foram aumentando consideravelmente, mas Florence conseguiu manter tenazmente a sua independência. Em 1845, na busca de meios para aprender a prática de enfermagem, Florence pediu autorização aos seus pais para prestar cuidados aos doentes na Enfermaria de Salisbury, local onde um amigo da família exercia medicina.
O seu pedido foi prontamente recusado, pois os pais de Florence consideravam que este trabalho não era adequado a uma dama do seu estatuto social. Concluiu, amargamente, que apenas a viuvez ou a pobreza poderiam dar a uma mulher educada a oportunidade de trabalhar (Attewell, 1998). Durante este período recebeu apoio de Dr. Samuel Gridley Howe, médico americano, pioneiro na educação de cegos, o qual incentivou Florence a perseverar a sua vocação para a enfermagem, apesar das contrariedades apontadas pela sua família e amigos (idem).
Ainda em Londres, em 1848, Florence teve oportunidade de ensinar crianças pobres, durante alguns meses, na Ragged School
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