Teoria Das Etites
Monografias: Teoria Das Etites. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hvaleria • 19/7/2013 • 8.926 Palavras (36 Páginas) • 539 Visualizações
DAS CINZAS DA GUERRA EMERGE
O MODELO DO NORTE
A RECONSTRUÇÃO
O período posterior ao término das hostilidades entre Norte e Sul trouxe,
além das inúmeras conseqüências da Guerra já mencionadas, um grande
questionamento: como reincorporar os territórios sulistas à União? Qual
seria o estatuto legal de um estado soberano que se separara e era forçado a
voltar à União? Seria ainda um estado ou apenas uma província conquistada?
Como seria a “reconstrução”?
Essas perguntas, longe de terem resposta unânime, geraram um intenso e
acirrado debate, que acabou evoluindo para uma crise política. Quem daria a
palavra final, uma vez que a Constituição era vaga em relação a esses pontos: o
Congresso ou o presidente? O presidente, chefe do Executivo, era o comandante-
chefe das forças armadas e tinha o poder de perdoar. O Congresso, órgão máximo
do Legislativo, tinha, por sua vez, o autoridade para admitir novos estados,
elaborar leis para territórios e julgar as qualificações de seus próprios membros.
Na política, havia aqueles que defendiam uma “reconstrução” radical
dos territórios devastados dos antigos estados da Confederação. Esses radicais
não ofereciam garantia alguma aos “direitos” dos antigos donos de escravos
que reivindicavam indenização. Além disso, aceitavam a readmissão dos
estados sulistas desde que comandada por “homens leais” ao Norte. Queriam
também que os negros do Sul se beneficiassem dos direitos básicos da
cidadania norte-americana.138
HISTÓRIA DOS ESTADOS UNIDOS
Por outro lado, havia os que buscavam uma “reconstrução” mais
moderada, que não garantiria aos libertos nada mais que sua liberdade,
abrindo margem ao desejo dos proprietários sulistas de utilizar a mão-de-
obra dos ex-escravos em algum tipo de regime de trabalhado compulsório.
A presidência favorecia esse enfoque mínimo, enquanto o Congresso
endossava uma política mais radical.
A tensão entre a Casa Branca e o Congresso sobre o que fazer ao fim da
guerra começou mesmo antes do término dos combates. Lincoln, ainda
que não de forma conclusiva e sistemática, indicara uma tendência à
clemência e à conciliação em favor dos sulistas que renunciassem à sua luta
e repudiassem a escravatura. Em dezembro de 1863, o presidente oferecera
perdão completo aos sulistas que jurassem fidelidade à União e
reconhecessem a abolição, excetuando do indulto líderes confederados. Ainda
na mesma proposta, Lincoln afirmara que, se 10% da população de qualquer
estado confederado jurasse fidelidade à União, essas pessoas poderiam
organizar um governo legal com apoio de Washington. O plano pareceu
dar certo, visto que, em 1864, Louisiana e Arkansas já contavam com
governos legalistas em funcionamento. Lincoln partia da idéia de que a
secessão fora obra de certos indivíduos e não dos estados em si. Logo,
constitucionalmente, como o desafio à autoridade federal havia sido
individual, o presidente poderia usar seus poderes de perdão para legalizar
o eleitorado leal, que então poderia constituir seu governo estadual.
O Congresso, por sua vez, insatisfeito com a proposta moderada de
Lincoln, recusou a posse dos unionistas eleitos por Arkansas e Louisiana
para a Câmara e o Senado. No geral, o Legislativo entendia que o presidente
extrapolava sua autoridade, ao usar poderes do Executivo para restaurar o
país, visto que, segundo interpretava, os estados confederados teriam
prejudicado definitivamente seus direitos à União e que cabia, portanto, ao
Congresso decidir quando e como eles seriam readmitidos.
Uma minoria de republicanos no Congresso, conhecidos como radicais,
fortemente abolicionistas, exigia uma pré-condição para a readmissão dos estados
sulistas: o alistamento eleitoral dos negros (fato que, na esperança dos radicais,
aumentaria suas bases políticas, ganhando votos de libertos gratos pela medida).
Um grupo maior e de tendência moderada também fazia oposição ao
plano de Lincoln por não confiar no arrependimento dos confederados que
teriam um papel majoritário nos novos governos do Sul.
Unido contra a proposta do presidente, o Congresso aprovou um projeto
próprio de reconstrução em julho de 1864: a Lei Wade-Davis, que exigia o
juramento de fidelidade à União de metade do eleitorado sulista antes queDAS CINZAS DA GUERRA EMERGE O MODELO DO NORTE
o processo de restauração pudesse ser iniciado. Depois disso, aqueles que
jurassem nunca ter apoiado voluntariamente a Confederação poderiam votar
numa eleição para delegados
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