Teorias Da Comunicação

CAMPO DA COMUNICAÇÃO

A comunicação ainda constitui um campo novo no âmbito do conhecimento científico, humanístico e tecnológico. É interdisciplinar por natureza, uma vez que faz parte de um modelo social como base, além de interagir com os diversos campos sociais (econômico, político, cultural, religioso), em especial com o campo científico, dado a importância crescente do jornalismo voltado para a divulgação científica, aliando a teoria à realidade empírica. Dessa maneira, a pesquisa nasce do desejo de encontrar respostas para estas questões. Como não há pesquisa sem método, é necessário que se defina uma linha metodológica para cada tipo de investigação, como um modo de conduzir a pesquisa ou orientar o pesquisador na estruturação da própria investigação. Para isso, é necessário um embasamento teórico, onde as teorias desenvolvidas auxiliam no entendimento da comunicação, bem como suas implicações.

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA E O CONTEXTO HISTÓRICO

Revolução Industrial: início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção.

Burguesia industrial: visava maiores lucros, menores custos e produção acelerada. Buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo.

Crescimento populacional: trouxe maior demanda de produtos e mercadorias; presença dos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, rádio, televisão, e o mais recente, a internet) como elo ligação entre os produtores, empresários e o consumidor de um modo geral; necessidade dos produtos serem divulgados e comunicados.

Consumo Simbólico: o consumo de mercadorias é cada vez mais estimulado na sociedade, uma vez que não se realiza somente pela compra de mercadorias, mas também por meio da aquisição de valores simbólicos que acompanham o produto adquirido.

CONCEITOS: MULTIDÃO, MASSA, PÚBLICO E PÚBLICO- ALVO

Multidão: com o desenvolvimento dos meios de comunicação em massa, as multidões estão perdendo sua importância, sendo um aglomerado fortuito, ocasional e instável, sendo difícil de se estabelecer um comportamento prévio.

Massa: composta por indivíduos de uma ampla variedade de grupos locais e culturas diferentes, significa que não está presa às características de sociedade ou comunidade. É, assim, um grupo espontâneo, formado por indivíduos que estão separados, porém homogêneos quanto a sua conduta como parte da massa. Difere, desse modo, da multidão.

Público: o conceito de público difere muito daquele que comumente se encontra. Não se trata de um simples agrupamento de pessoas voltadas para um acontecimento, tomando parte dele ou não. Não se trata também de um grupo assistindo a um espetáculo ou a um show. Público é um agrupamento espontâneo de pessoas adultas e/ou grupos sociais organizados, com ou sem proximidade física.

Público-Alvo: Toda comunicação deve ser direcionada para um público que deseja ou necessita do produto ou serviço em questão. Esse público potencialmente consumidor é chamado público-alvo.

CONCEITO DE TEORIA, PARADIGMAS DA COMUNICAÇÃO E CIÊNCIA

Conceito de Teoria: conjunto de regras, de leis sistematicamente organizadas, que servem de base a uma ciência e dão explicação a um grande número de fatos.

A partir do início do século XX, várias teorias da comunicação se consolidaram como modelos de análise científica. São conjuntos de convicções filosóficas, algumas com validações empíricas e métodos de análise estruturados que se construíram paradigmas nos quais se apóiam os atuais teóricos da comunicação.

Tripé metodológico: TEORIA – METODOLOGIA – PRÁTICA

Aspectos importantes das Teorias: critério cronológico; contexto social, histórico e econômico na qual está inserida; modelos sociológicos – paradigmas vigentes; modelo de processo comunicativo apresentado em cada teoria.

Principais Paradigmas da Comunicação: sustentam as teorias da comunicação.

- Paradigma funcionalista-pragmático: reflete a convicção de que os seres humanos obedeciam a automatismos comportamentais, dada à grande influência do behaviorismo nas décadas de 20 e 30. Surgimento do termo “cultura em massa”.

- Paradigma Matemático-Informacional: define a comunicação a partir do modelo linear : < emissor – mensagem – código – canal – receptor >. Elaborado pelos engenheiros americanos Shannon e Weaver, o modelo tinha por objetivo responder a três questões: qual a relevância de uma transmissão de sinais, qual o grau de nitidez com que os sinais transmitidos veiculam os significados desejados e qual a eficácia dos significados captados pelo receptor.

- Paradigma Crítico-Radical: origem na Escola de Frankfurt e põe em destaque o papel central que a ideologia desempenha nas formas de comunicação. A mídia seria a propagadora de ideologias da classe dominante, impondo-as às classes populares pela persuasão e pela manipulação. Criticam a razão instrumental dos pesquisadores funcionalistas norte-americanos e propõem o termo indústria cultural para definir os produtos culturais oferecidos pela mídia. Destacam-se os estudos de Adorno e Horkheimer.

- Paradigma Culturológico: tem suas raízes na Europa e dá menos importância aos meios de comunicação e confere maior relevância às produções significativas da indústria da cultura.

- Paradigma Mediativo: estuda as possibilidades mediadoras dos meios de comunicação. Seu principal representante, Jesús Martin-Barbero, afirma que a mídia não faz do ser humano um receptor passivo, alheio à sua própria realidade. Propõe que se observasse o espaço mediador (de natureza simbólica ou representativa) entre fonte emissora e destinatário. Nesse intervalo, a mensagem intencionada do emissor pode não ser a mesma compreendida pelo receptor. O que há é uma negociação de sentidos entre as duas pontas do processo de recepção.

- Paradigma Recepcional: seus teóricos afirmam que o sujeito receptor fará face à mídia equipado com um repertório que dá sentido aos conteúdos.

- Paradigma Horizontal-Interacionista: surge com o desenvolvimento