TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Teorias Das Situações Didáticas

Ensaios: Teorias Das Situações Didáticas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  11/10/2013  •  3.967 Palavras (16 Páginas)  •  356 Visualizações

Página 1 de 16

Teoria das situações didáticas de Guy Brousseau

Resumo

Este trabalho é um apanhado parcial da Teoria das Situações Didáticas de Guy Brousseau e apresenta caracterizações acerca da utilização dessa teoria quando sequências didáticas são preparadas para permitir a autonomia do aluno na construção de seus saberes. Ela proporciona condições favoráveis ao professor para, entre outras tarefas, de elaborar, aplicar, acompanhar e realizar análises quando elabora uma sequência didática em que o aluno é convidado a construir saberes, relativos a um conteúdo matemático, sem a interferência direta do professor nessa construção. O professor e o aluno firmam um contrato didático pelo qual o aluno se compromete, tendo o professor como mediador, se apropriar de saberes, que o professor propõe ao aluno na execução das atividades propostas na sequência didática.

Introdução

O que é Didática?

É necessário voltar às origens. A palavra didática provém do grego. O verbo didasko significa ensinar, instruir, expor claramente, demonstrar. O termo didactika é o nominativo e o acusativo plural, neutro, do adjetivo didaktikós, derivado do verbo didasko, que significa o relativo ao ensino, à atividade instrutiva. Portanto, pode-se definir didática como a ciência ou a arte do ensino. Esta análise volta-se para uma definição de didática como arte ou ciência do ensino. Portanto, ensino parece ser o elemento chave que identifica o conteúdo da didática.

Didática clássica seria, então, a arte de ensinar o estudo normativo das boas condições da difusão do conhecimento, quando esta difusão se faz através e por iniciativa da instituição que o difunde.

Segundo Brousseau (1986), Comenius1 a definia como sendo “a arte de ensinar”. Para ele, seria um método único, suficiente para todas as matérias. Seria o método natural, válido tanto nas artes como nas línguas. As variações seriam muito insignificantes e não precisariam de métodos especializados.

Não obstante, hoje se sabe que nem a humanidade como um todo nem cada um dos seres humano adquire todos os conhecimentos nas mesmas circunstâncias, nem com os mesmos processos.

Na tradição de Comenius, portanto, o estudo do ensino começava de modo direto, pelo inventário dos princípios gerais da educação e das condições que decorriam racionalmente desses princípios. A consideração do conhecimento ensinado, objeto principal do ensino, só intervinha depois.

Em oposição a este conceito de Comenius, Brousseau (1986) define a Didática como sendo uma relação específica entre conteúdos de ensino, a maneira como os alunos adquirem conhecimentos e os métodos. Em vista disso ele desenvolveu uma teoria para compreender as relações que acontecem entre alunos, professor e o saber em sala de aula e, ao mesmo tempo, propôs situações que foram experimentadas e analisadas “cientificamente".

Em sua teoria, conhecida como Teoria das Situações Didáticas, professores e alunos são atores indispensáveis da relação de ensino e aprendizagem, bem como o meio em que a situação didática se faz presente.

Para Brousseau (1986), a Didática da Matemática estuda atividades didáticas que têm como objetivo o ensino da parte específica dos saberes matemáticos, propiciando explicações, conceitos e teorias, assim como meios de previsão e análise, incorporando resultados relativos aos comportamentos cognitivos dos alunos, além dos tipos de situações utilizadas e os fenômenos de comunicação do saber.

Poder-se-ia complementar que a Didática da Matemática seria, também, a arte de conceber e conduzir condições que podem determinar a aprendizagem de um saber matemático por parte de um individuo.

Brousseau (1986) estudou mais profundamente as condições que levariam um individuo a usar seus conhecimentos para tomar decisões e a estudar as razões dessas tomadas de decisões.

A Teoria de Brousseau esclarece a integração cognitiva e social no campo da Educação Matemática, permitindo, assim, a compreensão das interações sociais que ocorrem na sala de aula entre alunos e professores e das condições e da forma com que o conhecimento matemático pode ser apropriado e aprendido. Segundo ele, o controle destas condições permitiria reproduzir e aperfeiçoar os processos de aquisição do conhecimento matemático escolar.

Esta teoria tem como um dos objetivos primordiais da didática da matemática a

caracterização de um processo de aprendizagem por meio de uma série de situações reprodutíveis, denominadas de situações didáticas, que estabelecem os fatores determinantes para a evolução do comportamento dos alunos. Assim, o objeto central de estudo nessa teoria não é o sujeito cognitivo, mas a situação didática, na qual são identificadas as interações entre professor, aluno e saber. Algum erro cometido pelo aluno, nesta teoria, e quando identificado, constitui-se de valiosa fonte de informação para a elaboração de boas questões ou novas situações problemas que possam atender, mais claramente, os objetivos desejáveis.

Como consideração pertinente para este trabalho, tem-se a preocupação de criar condições favoráveis ao professor no sentido de promover situações didáticas de ensino aprendizagem que favoreçam a apreensão de conhecimentos por parte dos alunos, levando o professor a refletir sobre as etapas que Brousseau (1986) considera importantes para tal.

A aprendizagem no ensino de matemática

A aprendizagem deve ser um processo envolvente para o aluno que constrói, modifica, enriquece e diversifica esquemas de conhecimento já internalizados a respeito de diferentes conteúdos, a partir do significado e do sentido que pode atribuir a esses conteúdos e ao próprio fato de estar aprendendo.

Um esquema de conhecimento é definido como “a representação que uma pessoa possui em um determinado momento de sua história sobre uma parcela da realidade“. Com essa definição pode-se intuir consequências para o entendimento dos conhecimentos prévios dos alunos, tais como: a) a quantidade variável de esquemas de conhecimento que os alunos possuem, não mostrando ter um conhecimento geral, mais sim participado, de acordo com suas necessidades e gostos (bastante variados); b) esses esquemas variam de acordo com os conhecimentos e informações que os alunos vão acumulando ao longo de sua trajetória escolar e também com suas experiências diretas (no meio familiar ou no relacionamento com colegas).

Os esquemas de conhecimento

...

Baixar como (para membros premium)  txt (27.5 Kb)  
Continuar por mais 15 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com