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Teorias do Sucesso e Motivação

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Por:   •  21/12/2014  •  Tese  •  8.111 Palavras (33 Páginas)  •  182 Visualizações

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Teorias da Satisfação e Motivação

1. Introdução geral1

O estudo sistemático dos temas da satisfação e da motivação iniciou-se com preocupações

humanistas de auto-desenvolvimento, de participação e de bem-estar dos trabalhadores. Uma vez

alcançada a satisfação, maiores desempenhos seriam alcançados (nexo causal que é discutível). Os

desenvolvimento mais recentes debruçam-se mais sobre a problemática da motivação.

1.1. Teorias do conteúdo

Na metodologia explicativa dos comportamentos evoca-se a “essência humana”, enquanto factor

interno aos indivíduos; há uma espécie de teoria geral e universal da natureza humana. Com base

nestes pressupostos elaboram-se questões como:

• Que necessidades possuem as pessoas?

• O que as empurra para agir?

• O que desperta um comportamento motivado?

Apresentamos transcrições que ilustram certas características atribuídas à “natureza humana”, à

“substância humana”:

• “ A ambição e o desejo de poder são características intrínsecas à natureza humana e imanentes aos

diferentes relacionamentos interpessoais e inter-sociais, quer isso se ignore ou não2.

• A natureza humana, configura uma ânsia de poder infinita expressa na satisfação insatisfeita, no

equilíbrio desequilibrado e na eterna procura.

• “O ser humano é habitado por instintos que criam necessidades, isto é, estados de carência que

criam tensões que o organismo procura satisfazer para repor um estado de equilíbrio”3

• Todo o ser humano tem necessidade de aceitação, de afecto...

Considera-se o indivíduo e as suas necessidades. Os indivíduos possuem necessidades interiores, as

quais constituem uma fonte de energia para o comportamento com vista à satisfação. Isto é, certos

resultados são atractivos para a pessoa em virtude de uma necessidade e de um impulso que a

pessoa possui—resultados são atractivos em função de uma necessidade.

Uma necessidade constitui um estado de carência interno ao indivíduo, capaz de induzir acção, com

vista a alcançar resultados que as pessoas procuram como fim em si mesmo. Uma vez satisfeita

deixa causar tensão.

São modelos dedutivos, pois começam por atribuir à natureza humana um conjunto de traços

substantivos, a partir dos quais se poderá deduzir os seus comportamentos, que, deste modo, os

tornaria, relativamente, previsíveis.

Nestas abordagens, não é propriamente a vontade que dirige os comportamentos (como o defendem

os modelos cognitivistas), mas os impulsos, as necessidades: os resultados de uma acção são

atractivos para uma pessoa em virtude de uma necessidade ou impulso que ela possui... «o apriori».

Como afirmam certos autores, caso de A. Guiddens, “o homem conhece as suas razões, mas não

conhece as suas motivações”; ou ainda, Freud, “o homem não é dono de si próprio”, não é o seu

senhor, não conhece nem domina as causas do seu comportamento.

1 Neste ponto consideramos a tipologia que consta em FERREIRA JMC., e outros Manual de Psicossociologia, ob.cit.

2 MACHADO, Artur da Rocha, Poder: Da Estrutura Individual à Construção Mediática, Autonomia 27, 2003, p.11

3 A propósito de Freud, in TOURAINE, Crítica da Modernidade, Ed. Piaget, p. 144

2

Luís Rosa em vez de teorias do conteúdo fala de teorias da satisfação. Caracterizar-se-iam por se

debruçarem sobre os factores que despertam, impulsionam e iniciam o comportamento motivado.

No trabalho, a chave para a motivação é um ambiente que responda de forma positiva às

necessidades dos trabalhadores: a necessidade de usufruir de um elevado salário, uma posição

social, o êxito no seu trabalho, etc.

Integram as teorias do conteúdo a Teoria X eY de McGregor, e os modelos de Maslow, Herzberg, e

McClelland.

1.1.1. O pressuposto hedonista

A generalidade das teorias da motivação parte de um pressuposto hedonista, segundo o qual o

comportamento dos indivíduos procura aumentar a sua satisfação e neutralizar os factores de

descontentamento.

Observações finais

Deve distinguir-se entre as necessidades julgadas inatas e aquelas necessidades que são construídas

em contextos sócio-culturais específicos. Ou noutros termos, deve distinguir-se entre necessidades

tidas como básicas e as que têm uma origem psicossociológica (necessidades, aspirações,

expectativas, objectivos pessoais...), que se localizam em contextos sócio-culturais específicos não

facilmente generalizáveis.

1.2. Teorias do processo

A motivação é contingencial.

As pessoas não só são diferentes em relação aquilo que as motiva, como as suas motivações variam

com os contextos. A forma como as motivações

...

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