Todo Camburão Tem um Pouco de Navio Negreiro
Por: Francieli Maicon • 25/2/2019 • Trabalho acadêmico • 314 Palavras (2 Páginas) • 820 Visualizações
TEMA 1 - Criminalidade e Preconceito
"Todo camburão tem um pouco de navio negreiro"
(Marcelo Yuka/ Ex-baterista da banda O Rappa)
“Todo camburão tem um pouco de Navio Negreiro”. Se todo camburão tem um pouco do navio negreiro, entendemos que o carro de polícia onde transporta os presos ou detidos em sua maioria, são negros (comprovado estatisticamente no Brasil). Demonstra mais que uma crítica em forma de poesia, é de uma atualidade/literalidade cruel e absurda.
Nos navios negreiros o “transporte” era feito de forma “organizadamente desumana”, o número de vidas perdidas nas travessias pela simples forma das condições como o transporte e as vilanias durante o mesmo se davam, era imenso.
Se no passado eram trazidos pelos navios negreiros vindos da África, hoje são levados em camburões para celas lotadas, muitas vezes sem direito a defesa e com a mesma mordaça do tronco, apenas por ter nascido negro. Na musica retrata o passado e o presente quando o verso diz “quem segurava com força a chibata agora usa farda”, podemos ver que só mudaram de profissão, mas os papeis continuaram na mesmo posição. Na letra da musica os policiais usam a expressão “documentos, por favor,” para abordar as pessoas. Porém essas pessoas não se sentem respeitadas por fato de serem tratadas de forma diferente, só por serem de diferentes níveis sociais ou raciais. Ainda hoje o negro sofre com o preconceito e a violência, pois se livrou da senzala, mas não se livrou do analfabetismo, da favela, da baixa renda, do desemprego e da falta de oportunidades, ainda hoje é negada a população pobre e negra desse País as mínimas condições para que tenha ferramentas que a possibilite escapar dessa crônica da tragédia anunciada, a prisão. Poucas políticas públicas de reparação e compensação têm sido timidamente colocadas em prática, porém ainda muito distante da resolução desse problema.
Infelizmente a escravidão ainda se faz presente em nossa sociedade.
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