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Trajetoria Da Sustemtabilidade Do Ambiental Ao Social E Do Economico Ao Social

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Por:   •  31/8/2013  •  304 Palavras (2 Páginas)  •  612 Visualizações

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Introdução

noção de sustentabilidade tem duas origens. A primeira, na biologia,

por meio da ecologia. Refere-se à capacidade de recuperação e reprodução

dos ecossistemas (resiliência) em face de agressões antrópicas (uso

abusivo dos recursos naturais, desflorestamento, fogo etc.) ou naturais (terremoto,

tsunami, fogo etc.). A segunda, na economia, como adjetivo do desenvolvimento,

em face da percepção crescente ao longo do século XX de que o

padrão de produção e consumo em expansão no mundo, sobretudo no último

quarto desse século, não tem possibilidade de perdurar. Ergue-se, assim, a noção

de sustentabilidade sobre a percepção da finitude dos recursos naturais e sua

gradativa e perigosa depleção.

Nos embates ocorridos nas reuniões de Estocolmo (1972) e Rio (1992),

nasce a noção de que o desenvolvimento tem, além de um cerceamento ambiental,

uma dimensão social. Nessa, está contida a ideia de que a pobreza é provocadora

de agressões ambientais e, por isso, a sustentabilidade deve contemplar a

equidade social e a qualidade de vida dessa geração e das próximas. A solidariedade

com as próximas gerações introduz, de forma transversal, a dimensão ética.

O relatório Brundtland (1987) abriu um imenso debate na academia sobre

o significado de desenvolvimento sustentável. Pearce et al. (1989) mostravam

uma quantidade razoável de definições. Hoje, há um verdadeiro mar de literatura

que aborda o tema das maneiras mais diversas (Wackermann, 2008).

Defendemos em outro texto (Nascimento & Costa, 2010), presente também

em Nobre & Amazonas (2002), que o Desenvolvimento Sustentável (DS) se

tornou um campo de disputa, no sentido utilizado por Bourdieu, com múltiplos

discursos que ora se opõem, ora se complementam. O domínio da polissemia é a

expressão maior desse campo de forças, que passa a condicionar posições e medidas

de governos, empresários, políticos, movimentos sociais e organismos multilaterais.

Na academia, o debate e as interpretações não poderiam deixar de se fazer

presentes. Como exemplo, Redclift (1987) considera o Desenvolvimento

Sustentável (DS) uma ideia poderosa, enquanto Richardson (1997) chama-o de

fraude, pois tenta esconder a contradição entre a finitude dos recursos natu-

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