Transporte De Cargas

O transporte de cargas por ferrovias é muito importante para se garantir uma logística de escoamento eficiente, haja vista que segundo o Ministério do Desenvolvimento do Brasil, o Governo Federal vem investindo aproximadamente 4 bilhões de reais na melhoria dos portos através do Programa de Aceleração do Crescimento – segunda fase (PAC2) que afetam diretamente na logística de exportação dos produtos nacionais. Neste sentido, o estudo feito por Caldas et al. (2012) busca comparar a eficiência do transporte de cargas por ferrovias em dois países de dimensões continentais, Brasil e Estados Unidos; esta escolha foi fundamentada nos seguintes itens:

a) os dois países possuem grande potencial para o uso da ferrovia como principal meio de transporte de carga;

b) o Estado age de forma diferente nos dois países, sendo fator importante para graus de desempenho distintos;

c) ambos realizam transporte de granéis;

d) os Estados Unidos pode servir como referência para o Brasil.

Para Caldas et al. (2012) mensurar a eficiência do transporte nesses dois mercados distintos deve ser visto primeiro os diferentes modelos adotados na gerência desse modal, no Brasil foi adotado um modelo de concessões no qual o contrato com as concessionárias não exige que sejam feitos investimentos nas ferrovias apenas que cumpram metas, já nos EUA ocorreu uma abertura no mercado e o Estado passou apenas a intervir nas disputas ao invés de colocar restrições no mercado. O método utilizado por Caldas et al. (2012) para se chegar à eficiência do transporte ferroviário brasileiro e americano foi utilizado a Análise Envoltória de Dados (DEA). A partir dessa análise chegou-se ao resultado de que o transporte de cargas americano é um pouco mais eficiente que o brasileiro, isso porque três das oito empresas brasileiras elevam à média. Esse resultado mostra que o modelo de concessões no Brasil deveria ser reformulado, de modo que obrigasse essas empresas a realizar investimentos contínuos nas suas linhas férreas.

A relação custo-beneficio é fator de suma importância para definir as prioridades de investimento no transporte de cargas. Sendo assim Eller et al. (2011) fez um estudo comparando os custos de implantação, operação e manutenção dos transportes rodoviários e ferroviários de cargas pelo qual classifica o modal ferroviário como a alternativa mais próxima do rodoviário no transporte de cargas. Contudo, segundo o Gráfico 1 o transporte ferroviário é pouco utilizado.

Gráfico 1: Participação dos modos de transporte rodoviário e ferroviário nos sistemas de transporte de países selecionados.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria, 2009.

A partir do Gráfico 1 nota-se que a maior parte do escoamento de produtos brasileiros se dá pelas rodovias. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT, 2009) 69,1% da extensão pesquisada pela mesma (61.839 km) apresentam problemas de pavimento, sinalização e/ou geometria viária. De acordo com o Eller et al. (2011) uma grande vantagem da rodovia é que esta descentraliza a economia do país, desenvolvendo diversos polos econômicos em varias regiões pois a mesma chega com facilidade a lugares de difícil acesso, como cidades montanhosas, o que dificulta o acesso pelas ferrovias.

O pouco investimento efetuado nas ferrovias demonstra a pouca expressividade desse transporte em relação a outros países. Um dos principais problemas do setor ferroviário é o uso de diferentes bitolas nas linhas, o que dificulta a interligação das mesmas.

Segundo Eller et al. (2011), a decisão sobre investimentos em infraestrutura deve estar embasado em critérios econômicos e sociais de longo prazo, com esse embasamento a Tabela 1 mostra que o sistema de ferrovias é mais vantajoso.

Tabela 1: Custos comparados dos modais rodoviários e ferroviários no Brasil, por tonelada-quilômetro