Transtornos Alimentares

A categoria transtornos alimentares pode ser vista a partir do primeiro nível de seleção por consequências, a Filogênese, a partir do momento em que são investigados os efeitos das praticas anoréxicas e bulímicas sobre o corpo e a saúde das pacientes, pois, em resumo, é na Filogênese que é estudada a história da espécie, se o organismo, pela sua construção histórica, possui mecanismos regulatórios eficazes para as defesas contra a subnutrição e a supernutrição. Sendo o alimento um fator essencial para a sobrevivência dos seres humanos, os organismos já nascem sensíveis a ele, o que, juntamente com o fato de ser um eliciador de prazer em muitos casos, o tornou um reforçador incondicionado. Consequências decorrentes da restrição alimentar são: a clara preferencia por alimentos altamente calóricos em episódios de compulsão alimentar, o aparecimento de amenorreia de origem hipotalâmica e perda dos caracteres sexuais secundários, o que acaba resultando na ausência de interesse sexual e alterações de humor.

A Ontogenia neste mesmo quesito caracteriza-se por ser a relação entre o alimento e a história de vida do sujeito. Essa relação se inicia nos primeiros momentos de vida, pois comumente quando as crianças são reforçadas com alimentos, apresentam-se junto outros reforçadores, como interação social, afeto dos pais, etc. Também podem ocorrer pareamentos, além do alimento já ser um reforçador incondicionado, pode haver também uma similaridade funcional com reforçador afetivo ou social, podendo ser um substituto deles. Ao passo que a comida pode aliviar temporariamente os respondentes da solidão, por exemplo, e eliciar prazer, também pode ter o papel contraditório de vergonha e culpa.

(tu da exemplo relativo a situações de privação afetiva na qual a comida ocuparia o vazio deixado pelos reforçadores sociais ausentes. Pode ser falta de habilidade social(timidez, falta de jeito, enfim) ou controle coercitivo dos pais ou do grupo.)

No terceiro nível de seleção pode-se estudar, juntamente com os dois anteriores, a relação e as influencias que uma determinada cultura pode exercer sobre o sujeito e seus comportamentos alimentares. A aparência mostra-se como fator fundamental na cultura ocidental para as relações sociais. Ao longo das décadas o padrão de beleza feminina foi se modificando e a massa corpórea das mulheres que são expostas à mídia vem diminuindo, ao passo que a taxa de TA na população feminina vem aumentando. Revistas, livros, filmes e produtos impõem cada vez mais a realização pessoal, social, afetiva, profissional e sexual como podendo ser atingidos apenas através desse padrão estético, principalmente voltado para a magreza. Estes são estímulos discriminativos verbais, que especificam a possibilidade de ocorrência de um determinado evento em relação a outro. Este padrão estético é um dos fatores para o fenômeno chamado distorção da Imagem Corporal, pois ele não é determinado apenas pela forma física do corpo, mas também pelas contingencias sociais de reforçamento, pois é através da sociedade com uma determinada cultura que as crianças aprendem a relacionar a palavra com o significado dela e a imagem que veem, assim como o que é aversivo e o que é reforçador. Estes eventos envolvem comportamento perceptivo exteroceptivo e comportamento verbal descritivo. As TA’s são um fenômeno